Capítulo XXI

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Maite

No dia seguinte encontrei Josué na cozinha, olhei bem ao redor para ver se estávamos sozinhos.

- Ainda bem que não foi na biblioteca ontem, William apareceu lá.

- Quando estava indo vi que ele estava te seguindo.

- Mas e aí, deu certo?

- Deu, o bordelzinho foi para os ares. - Disse sorrindo.

- E as meninas, conseguiu mandar o dinheiro que eu te dei?

- Consegui, será o suficiente para darem um rumo na vida agora.

- Que bom. - Falei suspirando aliviado enquanto tomava um copo de água.

Senti que ele se aproximou de mim, mas não perto o suficiente para sentir sua respiração, estranhei um pouco, mas nada falei.

- Estamos sendo uma dupla e tanto, Maite.

Pela primeira vez ele me chamou pelo meu nome e não por "senhora" como fazia sempre.

- Pois é, nem eu estou acreditando no estrago que fizemos em tão poucos dias.

- Mas vamos precisar dar um tempo, antes de voltar a atacar.

- Por que? - Perguntei decepcionada. - Eu descobri que depois de amanhã uma grande carga de drogas vai ser entregue na Capital do México.

- Nós não vamos conseguir derrubá-los do dia para noite, é preciso ter paciência. Vamos deixá-los pensar que foi tudo coincidência, uma má sorte, depois retornamos com tudo.

- Tudo bem, eu confio em você. - Falei e só depois me dei conta do quão forte pode ser tal frase, mas agora já era.

Ele apenas sorriu, depositou um beijo na minha bochecha e saiu me deixando paralisada. Mais uma vez eu olhei para os lados, Deus nos livre se William visse uma cena como aquela.
Eu decidi ir atrás de Dorotéia, queria pedir a ela para fazer empada na janta, como não a encontrava fui até seu quarto, bati na porta e nada, então entrei, estava vazio.
Minha cabeça me mandava sair dali, mas meus pés não me obedereceram, e logo eu estava bisbilhotando as coisas da mulher.
Um porta retrato que estava em cima do guarda roupa me chamou a atenção, o peguei para olhar mais de perto. Uma mulher sentada no sofá com um menininho no colo, e só quem reparasse muito veria que a barriga dela estava levemente saliente, e por ter uma estrutura toda magra, não era para aquela barriguinha estar ali, a não ser que estivesse...

- Maite?

Quase deixei a foto cair de minhas mãos, rapidamente a joguei dentro do guarda roupa de novo, ela saberia que eu tinha visto.

- Oi Dorotéia, tinha vindo lhe procurar.

- Dentro do meu armário?

- Pois é, eu pensei que... Talvez... A deixa pra lá. - Falei e sai dali rapidamente.

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