Capítulo XXXIII

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Maite

Eu segui para a lanchonete do hospital a fim de comer alguma coisa, pedi um simples pão com presunto e queijo e um suco de laranja, peguei uma mesa no canto e estava comendo tranquilamente quando vejo uns caras todo de preto entrando eu sabia muito bem o que aquilo significava, o segurança tentou impedir, mas foi morto com um tiro.
Rapidamente eu me levantei e comecei a correr pelo corredor, os médicos e enfermeiros não entendiam absolutamente.

- FUJAM! - Gritei e continuei correndo, eles não faziam o mesmo provavelmente pensavam que eu estava louca. - Levanta William, rápido. - Falei indo até ele e tirando o soro que estava em sua veia.

- Nos encontraram?

Apenas concordei com a cabeça e ele começou a se levantar, porém com muita dificuldade. O ajudei vestir sua roupa e estávamos abrindo a janela para escapar quando lembrei de que faltava alguma coisa.

- Puta que pariu, o Josué. - Falei aflita.

- Ele vai saber se virar, vamos embora.

Eu o ajudei sair pela janela, e suspirei o encarando quando o mesmo já estava do lado de fora.

- Vem Maite, pelo amor de Deus. - Disse em pânico.

- Tá vendo aquela igreja lá no fundo? - Perguntei apontando para o horizonte e ele apenas concordou com a cabeça. - Siga para lá o mais rápido que conseguir, te encontrarei lá.

- Eu não posso te deixar morrer criatura, não te deixarei sozinha. - Falou tentando subir pela janela de novo, mas não conseguia devido a dor.

- Eu sei me cuidar, praticamente já consegui escapar de você e de todos os seus homens. Você está machucado e não poderá me ajudar em nada, então por favor vá até aquela bendita igreja e me espere.

Então saquei uma arma em punho e sai dali sem esperar que ele pudesse retrucar novamente.
Percebi que eles estavam adentrando ainda nos primeiros quartos, a sorte nossa foi que William ficou praticamente no último. Muitos mortos estavam caídos pelo corredor, e aquilo doeu na alma, pessoas inocentes que tiveram suas vidas tiradas por motivo algum.
Mas eu não tinha tempos para lamentos, então corri virando no corredor de cima, segui abrindo várias portas, até chegar ao banheiro.
Vi que Josué estava encurralado por dois caras que estavam espancando o homem.

- Escolheu ficar do lado daquele que roubou a Máfia? Seu merdinha. - E mais um chute.

Atirei sem pensar duas vezes, um deles caiu sem vida no mesmo instante, mas o outro já estava virado para mim e se não fosse Josué passar uma rasteira no mesmo uma hora dessas minha cabeça estaria só os miolos.
Mesmo muito ferido ele conseguiu entrar em uma luta corporal com o desgraçado.

- Atira, Maite! - Pediu Josué.

O problema é que era muito difícil mirar quando os dois rolavam pelo chão, e eu podia errar e matar aquele que eu não queria. Mas era agora ou nunca, e apertei o gatinho.
Fiquei uns segundos segurando a respiração de tanto nervosismo, porém em alguns segundos Josué empurrou o corpo e se levantou.

- Graças a Deus... - Murmurei aliviada. - Precisamos ir rápido.

- Cadê o William?

- O ajudei sair e mandei nos esperar em uma igreja que tem a alguns quilômetros daqui.

- Ok, então vamos. Será que conseguimos passar por esse vitro?

- Não sei...

Era uma janelinha de vidro muito estreita, mas as vozes e os disparos mostrava que já estavam perto demais.

- Vai ser nossa única saída. - Falou ele já me erguendo.

Se fosse a alguns dias atrás eu tinha certeza que passaria tranquilamente, mas a gravidez já tinha me feito ganhar alguns poucos quilinhos. Eu já estava com metade do corpo para fora, e vi quem eu menos imaginava.

- Fábio?

- Oi, Maite. - Disse tentando segurar o riso.

- Vai me matar, né? Que desgraça viu, acabei de passar o maior perrengue lá dentro para morrer aqui agora entalada em uma veneziana. - Bufei nervosa.

Porém aconteceu o inesperado e ele começou a me ajudar me puxando, e logo eu já estava em pé ao seu lado ajudando Josué que saiu com muita mais facilidade do que eu.
Fábio pegou em minha mão e foi me puxando até seu carro, onde já estava meio abaixado.
Fui atrás com ele e Josué foi na frente com Fábio.

- Obrigado amigo, se tivesse como lhe daria um beijo na boca nesse exato momento. - Disse William.

- Faça isso que te jogo na frente daquele hospital com os pés amarrados. Agora me digam, que merda aconteceu e por que Josué derrepente se tornou tão importante a ponto de Maite arriscar a própria vida por ele.

- Maite se aproveitou de meu estado aquela noite, desbloqueou meu celular e fez doações com todo o dinheiro da Máfia não sobrou porra nenhuma. - Eu abaixei a cabeça envergonhada nesse momento. - E Josué é a pessoa que está beijando minha esposa, e ele é meu irmão, infelizmente.

Fábio teve uma crise terrível de tosse, provavelmente se afogou com a saliva após tantas informações.

- Puta merda... Não acredito que seu pai foi tão descuidado.

- Não é de pai, eu sou filho da mãe de Levy.

- Caraca, quem diria.

- Ok, agora eu quero saber para onde vamos. - Perguntei.

- Eu não tenho nem ideia, estamos todos falidos. E agora além de tudo minha cabeça também está na mira, mas não podia abandonar meu companheiro. - Respondeu Fábio.

- Pelo menos conseguimos o que queríamos, Maite. Destruímos a Máfia, ela faliu. - Disse Josué.

- Mas o preço foi muito caro, muitas vidas inocentes estão sendo perdidas nessa caça as bruxas.

- No caso "as bruxas" somos nós? - Questionou William e eu apenas concordei.

- Eu tenho uma ideia. - Falei.

- Qual? - Perguntaram os 3 em uníssono.

- Vamos embora para alguma ilha escocesa. - Respondi sorrindo.

- Só pode estar maluca. - Responde Levy revirando os olhos.

- É uma ótima ideia, justiceira. Quem vai imaginar que nós estamos em uma Ilha no cafundó de Judas? - Respondeu Fábio empolgado.

- E com qual dinheiro faremos isso? Até a mala com dinheiro que peguei ficou no hospital, e acho que não conseguimos ir até lá nadando. - Falou irritado.

- Vocês faliram, não eu. Tenho dinheiro mais do que suficiente guardado no banco. - Respondi.

- Não vamos usar aquele maldito dinheiro que você ganhou se exibindo.

- Acho que você não está em condições de exigir alguma coisa, a Ilha Mingulay que nos aguarde. - Falei sorrindo esperançosa.

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