O Tutor Mafioso

Capítulo XLIV

William

Voltar para aquele país me dava uma sensação horrível, mas foi preciso. Eu não ia deixar passar em branco aquele dia, eles iriam me pagar e muito caro por quase terem matado meu filho e a mulher da minha vida.

- A onde será que eles estão ficando? - Perguntou Fábio.

- Na casa que era minha com certeza. - Respondi.

- Iremos direto para lá? Assim sem armas nem nada? Precisamos de um plano. - Disse Josué.

- Primeiro iremos dar um jeito de invadir o armazen, pegar algumas armas, poucas para eles nem darem falta. Depois seguiremos para a casa e vamos entrar sem serem notados e eles serão surpreendidos. Assim matamos todos e vamos embora, e essa história maldita acaba de uma vez por todas.

- E como vamos entrar no armazen sem sermos vistos?

- É o que você verá agora, Fábio. Vamos.

E assim pegamos um taxi que nos levou até o local.
Quem olhasse por fora pensaria que era apenas uma barracão abandonado, mas lá dentro tinha as armas mais mortais que alguém poderia imaginar.
Nos escondemos atrás de algumas árvores que haviam do outro lado.

- É repleto de câmeras na entrada. - Falou Josué.

- Quando eu sai as câmeras da lateral esquerda estavam desativadas, e acredito que eles não tenham concertado.

- Mas se eu me lembro bem não há porta alguma do lado esquerdo.

- Eu sei Fábio, mas tem uma janela.

- Que tem quase três metros de altura. - Disse Josué.

- Se me ajudarem eu consigo alcançar, precisarei que me ergam ou façam degraus com as mãos.

- E depois para subir de volta?

- É fácil Josué, lá dentro eu empilho alguma coisa próximo a janela.

- Então dois entram e um fica do lado de fora de vigia. - Opinou Fábio.

- Isso. Entraremos eu e Josué, você fica do lado de fora vigiando, ok?

- Sim, se eu assobiar saiam imediatamente que eles estão chegando.

- Beleza.

Demos uma volta gigante para não passar na frente das câmeras que funcionavam, assim que chegamos eles me ergueram para que eu pudesse abrir a janela, minha sorte é que já era uma janela bem velha e qualquer forcinha a fazia se abrir, logo eu já estava do lado de dentro e Josué também.
Rapidamente seguimos para pegar as armas, enquanto escolhiamos não deixei de pegar uma dinamite, eu ia colocar aquela porra toda no chão.
Eu e Josué estávamos tão distraídos que  percebemos os assobios insistentes de Fábio tarde demais.

- Se esconde. - Falei quando ouvi a porta começando a ser aberta.

Eu me escondi no meio de algumas caixas e Josué atrás de uma pesada cortina.
Para minha desgraça eles começaram a carregar as caixas e logo chegariam nas minhas.

- Já falei para não fumar aqui, Ian. - Disse um dos homens para o outro que revirou os olhos, mas jogou o cigarro em qualquer lugar.

Tive então uma ideia, uma ideia bem suicida, mas pelo menos se eu morresse levaria todos aqueles desgraçados comigo.
Eu tinha um isqueiro no bolso, então fui me rastejando até perto da onde o homem havia jogado a bituca, e coloquei fogo em uma das caixas de papelão. Enquanto o incêndio não subia eu voltei para o local de início.

- Porra, falei para não fumar aqui dentro, olha a merda! - Gritou um deles quando percebeu que algo estava sendo queimado.

Eles começaram a se concentrar em apagar o fogo, o que deu tempo para mim e Josué corrermos para fora discretamente.
Quando um lugar repleto de explosivos se incendeia é muito difícil de controlar, então logo as explosões e a escura fumaça eram vistas e ouvidas de longe.

- Parabéns, William. - Disse Josué sorrindo enquanto corríamos para longe dali.

- Obrigado.

- Porra, quase morri de tanto assobiar e nada de vocês.

- Não escutamos, mas foi até bom, agora destruímos o estoque de arminha deles e se tivermos sorte pelo menos uns quatro já foram para o saco.

Depois daquilo seguimos para um bar e bebemos até cair para comemorar, e amanhã seria o grande dia, o dia em que acabariamos de uma vez por todas com a Máfia, e então eu poderia voltar tranquilo e em paz para o meu filho e para minha esposa que com certeza estaria me esperando.