Capítulo II

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Maite

Com a morte de meu pai eu pensei que finalmente estaria livre desse mundo sujo, mas quando vi o líder daquela podridão toda parado em minha sala eu sabia que eu havia cantado vitória antes da hora.
Agora eu estava trancada em um quarto que ficava ao lado dos aposentos daquele desgraçado.
Eu ri em pânico lembrando de quando eu tinha 18 anos  e André me disse que queria me ver casada com Levy, e só desistiu da ideia de me entregar a ele quando eu subi no parapeito da janela e ameacei me jogar, e eu não estava brincando, e veja só, agora eu havia me tornando uma espécie de filha adotiva daquele monstro.
Não posso negar que o filho da puta era lindo pra cacete, alto, forte, cabelos levemente dourados, olhos cor de mel e tatuagens que cobriam todo seu braço direito e parte de seu pescoço, fora o piercing na sobrancelha. Mas mesmo tamanha beleza não era capaz de cobrir tanta maldade.

- Está mais calma? - Perguntou entrando no quarto e se sentando na "minha" cama, já que eu estava na cadeira ao lado da janela.

- Eu quero ir embora, William. Meu pai já morreu, foda-se essa promessa maldita que faz pra ele.

- Essa roupa que você usa, a comida que você come, o cabelo que você faz no salão todo mês e esse silicone que botou no peito, porque sim eu sei que são próteses, tudo bancado pela Máfia, meio hipócrita nos desprezar tanto, não?

- Ai que você se engana, meu querido. - Falei nervosa. - Até os meus 17 anos sim, usei roupas e comi comidas que meu pai pagava, depois achei meios para conseguir meu próprio sustento sem precisar desse dinheiro maldito!

- E como? Até onde eu sei você não trabalha.

- Quer mesmo saber? - Perguntei sorrindo.

- Quero, claro.

Eu então me levantei e liguei o notebook que tinha no quarto, depois acessei um site e o chamei para ver.

- Que merda é essa? Você é prostituta?

- Primeiro eu implorei para meu pai me deixar trabalhar, fazer faculdade de enfermagem que era meu sonho e ele nunca me permitiu. Segundo nunca me prostitui, o que eu faço é vender conteúdo na internet, fotos e vídeos sexuais. Quer pagar para participar do meu site? Apenas cem reais mensais. - Lá eu postava imagens nuas e de lingerie, fazia vídeos caseiros me tocando e também escrevia contos eróticos.

- Meu Deus... André deve estar se revirando no túmulo uma hora dessas. - Falou fechando com força o notebook.

- Por que? Até onde eu sei vocês são donos de milhares de bordéis, cafetões e  dormem com uma puta diferente por noite. E aí porque eu vendo conteúdo de maneira legal sou a errada?

- Você é Maite Perroni, não uma vadia  qualquer. Tenho pena de meu amigo, eu preferia morrer a ter uma filha como você!

- Então, agora que viu que não sou nenhum anjinho indefeso, será que posso ir embora?

- Entenda uma coisa Maite, daqui você não sairá. Iremos nos casar.

- O que? - Perguntei atômica.

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