Capítulo XLV

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Maite

Consegui chegar nos Estados Unidos antes do previsto o que me deu tempo de conseguir me planejar melhor.
Eu segui para um bairro da periferia e lá rapidamente consegui uma arma e um saquinho de pó de cianeto.

- Cianeto? Pra que isso? - Perguntei ao garoto que havia me vendido a arma.

- Pela arma potente e pela quantidade de balas que esta levando senhora, acredito que o risco seja grande. Se conseguir colocar esse pó na bebida deles dentro de alguns segundos todos estarão mortos.

Precisei pegar um Uber para me levar até a mansão onde Levy morava, pedi para que parasse na rua de trás, eu tinha que seguir de modo discreto até lá.
Percebi que a movimentação lá dentro era grande, eu não sabia o que faria para conseguir entrar, o portão e o muro eram enormes.
Vi um menininho passando com uma cesta.

- Ei, garoto! - Chamei.

Ele se virou para mim com um sorrisinho.

- Sim?

- O que é isso?

- São cookies, faço parte do grupo de escoteiros. Estou vendendo, a senhora gostaria de comprar alguns?

- Se eu te der muito dinheiro você vai até aquela casa e distrai aqueles homens para mim?

- Por que? - Perguntou confuso.

- Eu preciso entrar lá, esqueci uma coisa minha lá dentro e eles não querem me devolver, eles são maus. E escoteiros ajudam as pessoas, não é?

- Sim... - Respondeu ainda meio desconfiado.

- É caso de vida ou morte, por favor...

- Tudo bem então, vou te ajudar.

- Pegue. - Falei lhe entregando uma nota de 50 dólares e ele sorriu.

- Darei o meu melhor. - Respondeu e então seguiu para a mansão.

Fiquei a espreita atrás de um pilar que ficava bem próximo a entrada, de lá conseguia ouvir e ver tudo.

- O que é moleque? - Perguntou o homem que atendeu o portão.

- Olá, meu nome é Bryan e faço parte do grupo de escoteiros, estou vendendo cookies de chocolate, gostaria de comprar?

- Não. - Ele ia fechando o portão, mas o menino segurou suas mãos o impedindo.
O olhar mortal que o homem lhe lançou bastou para retirar sua mão rapidamente.

- Pode chamar aquele outro moço, por favor? Talvez ele queira.

- Tenho quase certeza que ele não quer, e...

- Ei, o que é isso? São cookies? - Perguntou o outro homem se aproximando.

- Sim, estão fresquinhos.

- É claro que eu vou querer!

- Escolha um pra você também Henrique, eu pago.

O homem então se rendeu, e enquanto eles ficavam distraídos vendo os sabores na cesta o garotinho lançou um olhar cúmplice para mim.
Disfarçadamente corri para dentro, e fiz um joinha para Bryan.
Me esgueirei pela porta, a principio não vi nada, mas ouvi vozes e corri para me esconder em baixo da mesa. Para minha sorte tinha uma toalha bem grande que caia até o chão sob a mesma.

- Quando vamos dar um fim naqueles desgraçados?

- Por que? Tortura-los está tão legal.

Eles explodiram em risadas, e eu me arrepiei diante aquele som maléfico.

- Faremos William se arrepender de ter nascido, ele irá implorar pela morte. E aqueles traíras do Josué e Fábio irão pagar junto.

E entre risos e mais comentários maldosos eles partirão. Sai de debaixo da mesa, e fui caminhando de forma cautelosa, eles seguiram para o lado contrário do porão onde William e os outros deveriam estar.
E eu estava certa, lá estavam eles. Meu coração se apertou diante a cena, os três estavam amarrados um do lado do outro, e todos extremamente feridos, mas William sem dúvidas estava pior.
Eles nem haviam notado minha chegada, praticamente estavam desmaiados.

- Amor... - Falei me aproximando e tocando seu rosto.

- Eu morri? - Perguntou.

Sua voz mal saia, parecia mais um sussurro. Não devia ter uma parte de seu rosto que não estivesse vermelha de sangue.

- Eu vim salvá-los.

- Maite? - Perguntou Josué. 

- Porra, o que faz aqui? - Questionou William como se só agora tivesse caído a ficha que eu sou mesmo real. - Eu vou matar você!

- Meu querido, bastaria um chute meu para você partir dessa para melhor.

Eu ouvi passos se aproximando e corri para me esconder atrás de um armário que tinha ali.

- Sentiram minha falta, amigos? - Perguntou sorrindo. - Vim dar a surra diária de vocês.

A coisa só piorou quando ele começou caminhar até perto de onde eu estava, foi então que reparei na garrafa de whisky em cima da mesa.

- NÃO! - Gritou William.

- Não o que merdinha? - Perguntou se virando para ele.

Era minha deixa para tentar atacá-lo, eu já estava para apertar o gatilho, mas senti um impacto em minha mão que fez a arma que eu segurava cair no chão.
Eu gemi de dor, e pressionei forte o local. Um filho da puta chegou e percebeu o que eu ia fazer, e então atirou em minha mão.

- MAITE!

- Está tudo bem, William. Fique calmo. - Falei engolindo o choro que queria descer.

- Veja só, a moçinha veio salvar o princeso?
- Perguntou Thales, o cara que eu havia tentado atirar, enquanto pegava minha arma.

O outro já se aproximou segurando meus braços para que pudessem me revistar.

- Agora o circo está completo, a coisa está melhor do que eu poderia imaginar. - Disse enquanto já me prendia também, sem se importar com a ferida aberta em minha mão que não parava de jorrar sangue.

- Filhos da puta... - Murmurou Fábio e em troca levou um forte chute na perna.

- Aqui estava muito chato, agora temos uma putinha para nos animar. - Falou o mesmo que me prendeu enquanto apertava meu seio direito. Eu fechei os olhos com força de tanto asco.

- LARGA ELA, SEUS MERDAS! - Gritou William.

E todo o terror começou de novo, começaram a espancar novamente os meninos. E agora eu também era alvo, e não me deixaram de fora dos socos e chutes, o pior era que além de tudo isso eu ainda era molestada.
Que Deus tivesse piedade de nós, porque aqueles malditos não teriam.

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