Capítulo XXV

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Maite

Eu já estava em casa, mas a palavra "grávida" ainda ressoava em minha cabeça sem parar, eu não queria ser mãe, não agora, não de um filho de Levy.

- Quer alguma coisa? - Perguntou assim que me sentei no sofá, ainda sem reação.

- Não.

- Posso pedir para Dorotéia te trazer alguns biscoitos e leite.

- Já disse que não quero. - Respondi nervosa.

Ele suspirou e se sentou ao meu lado segurando minhas mãos entre as suas.

- Eu sei que nenhum de nós estava preparado para isso, mas tenho certeza que iremos conseguir.

- Meu problema não é ter uma criança, meu problema é ter uma criança dentro da Máfia.

- Maite...

- Vamos embora William, vamos sumir e criar nosso filho como duas pessoas normais, para que ele ou ela possa ter uma vida tranquila, uma infância feliz coisa que não tivemos.

- Eu não posso. - Respondeu se levantando.

- É isso? Ama mais essa vida maldita que leva do que seu próprio filho?

- Você não entenderia...

- Eu entendo que dentro de mim cresce um ser inocente, que merece mais do que você tem a oferecer. Um homem soberbo que só pensa nele mesmo, em poder e em  dinheiro. Não é um pai criminoso que essa criança merece!

- E é uma mãe puta que ela merece? - Perguntou irritado.

Eu não respondi nada, apenas me levantei e sai dali. Ele não poderá dizer que eu não tentei convencê-lo a mudar de ideia quando eu desaparecer daqui com meu filho.
E agora mais do que nunca eu não queria, mas sim precisava derrubar essa Máfia. Só por cima do meu cadáver que filho meu se tornaria um deles.
Fui até a biblioteca a fim de ficar um pouco sozinha, e minutos depois a porta se abriu.

- Está tudo bem? O que você tinha? - Perguntou Josué.

- Eu estou... Grávida.

- Meu Deus, isso é maravilhoso. - Disse sorrindo.

- Seria, se não fosse filho de um mafioso.

- Ser mãe deve ser uma benção, não deixe isso estragar esse momento tão belo. - Falou enquanto se sentava ao meu lado.

- É difícil...

- Continue firme e forte que logo iremos destruir tudo isso, e você poderá viver tranquila com seu bebê. Eu posso até ser... Como um pai para ele, irei te ajudar com tudo que precisar.

- Josué, por favor... Não vamos confundir as coisas.

- Não, é só que... Não sei... Me desculpa. Eu estou sendo indelicado, me perdoa.

Ele ia se levantando para sair, mas eu o segurei. Afinal, meu único aliado ali era ele e eu não podia se quer sonhar em perder seu apoio, sem ele seria impossível realizar minhas metas.

- Fica tranquilo, está tudo bem.

- Eu estou sentindo coisas por você que eu não deveria estar sentindo, a única coisa que eu queria era poder lhe tocar... Lhe beijar. - Falou acariciando meus cabelos. - E se você me permitir quero te mostrar o homem que sou, carinhoso, atencioso, estou disposto a cuidar de você e desse neném. Ser pra vocês tudo aquilo que William não pode ser, uma pessoa digna, honrada e com caráter. Quando conseguirmos enfiar cada um deles na cadeia, vamos juntos embora, construir uma família de verdade em uma cidadezinha no interior, poderemos ser muito felizes.

Eu fiquei emocionada diante tais palavras, porque era exatamente aquilo que eu queria, viver em paz.
Uma vida que William já deixou claro que jamais conseguiria me proporcionar, estar ao lado dele significava caos, insegurança, medo, pois querendo ou não Levy tinha muitos inimigos que poderiam até mesmo fazer mal a uma criança se aquilo significasse que iria feri-lo.
Antes que eu me desse conta os lábios de Josué estavam grudados aos meus, em um beijo lento.

- O que significa isso?

Meu coração errou algumas batidas em virtude do susto. Entretanto suspirei aliviada ao ver de quem se tratava.

- Nada Dorotéia, eu já estava de saída. - Falei partindo rapidamente.

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