Capítulo XLII

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William

Já fazia uma semana desde que Maite perdeu a memória, eu estava a evitando, não por mal, mas sim porque eu não conseguia. Me doía na alma ver como ela olhava para mim como se eu fosse um desconhecido.
Nesse momento eu estava sentado na grama, olhando para a lua e me senti um bobo quando uma estrela cadente passou e eu fiz um pedido, pedi para que ela voltasse a se lembrar de mim.

- Oi.

- Oi. - Respondi já sabendo que era Maite.

Ela se sentou no balanço que eu tinha  construído para ela quando havia feito nossa casa.

- Duncan já dormiu como um anjinho.

- Depois irei passar no quartinho dele para lhe dar um beijinho de boa noite.

- Eu sinto muito. - Disse ela melancólica depois de um tempo em que ficamos em silêncio.

- Pelo que?

- Por não conseguir me lembrar de nada.

- A culpa não é sua, é daqueles malditos.

- Quem são eles? O que aconteceu comigo naquela noite? Por que ninguém me conta nada? - Questionou aflita.

- Nossa vida era complicada, Maite. Não era um mar de rosas.

- E por que?

- As vezes penso que foi melhor você ter se esquecido de tudo, tem dias que tudo o que eu queria era me esquecer também. - Falei e era verdade, eu já havia feito coisas horríveis enquanto estive na Mafia, eu matei pessoas, eu torturei, eu destruí famílias. E depois que Duncan nasceu todo esse remorso veio em dobro, pois eu já havia tirado o filho de muitas pessoas, e  quando quase me tiraram o meu eu pude ter uma noção do tamanho que era a dor.

- É tão obscuro assim nosso passado?

- O seu nem tanto, você sempre optou pelo lado certo da coisa. A não ser quando vendia conteúdos pornograficos... - E só depois que falei percebi que havia revelado algo que não deveria.

- O que? Eu era atriz porno? - Perguntou abismada.

- Bom... Mais ou menos.

- Como assim mais ou menos?

- Você não fazia cenas com outras pessoas, seguiu carreira solo se é que me entende...

Eu segurei a risada quando vi todo seu rosto ficando vermelho feito uma pimenta, quem diria que eu veria Maite Perroni corar alguma vez na vida.

- Se serve de consolo você era muito boa no que fazia.

- Acho que não ajuda muito. - Respondeu revirando os olhos.

- Como foi nosso casamento?

- Apenas no papel. - Falei para evitar dizer que eu havia forjado sua assinatura no documento já que ela não queria se casar comigo.

- E meus pais? Onde estão?

- Ambos já morreram.

- Eu não tenho mais ninguém de família? Um tio, um irmão?

- Não.

- Você me amava?

Essa pergunta me fez olhar para ela, seu rosto não demonstrava nenhuma expressão e não entendi como que do nada me questionou algo assim.

- Amava não. - Ela então abaixou os olhos. - Ainda te amo, Maite.

Quando voltou a me encarar vi que seus olhos estavam cheios de lágrimas, eu me levantei e a puxei sutilmente do balanço e a abracei.
Deixei que chorasse em meu ombro, que sentisse o aconchego de meus braços ao redor de seu corpo.

- Eu quero você. - Disse ela tocando em meu rosto.

- Tem certeza? - Perguntei.

- Tenho, preciso me sentir viva de novo.

Eu então tomei sua boca em um beijo caloroso, minhas mãos deslizavam por todo seu corpo, e ela arfou em resposta.

- Vamos para dentro. - Falei pegando em sua mão e entramos em casa diretamente para o quarto. Desde que ela havia perdido a memória eu vinha dormindo na sala, afinal ela me enxergava como um completo estranho.

Assim que entramos eu já tranquei a porta e comecei a despi-la, obviamente que algumas coisas em seu corpo haviam mudado desde que engravidou, mas para mim ela continuava sendo a mulher mais linda do mundo, aqueles quilinhos a mais e aquelas estrias eram apenas os sinais do quão maravilhosa e forte ela era.
E naquela noite eu fiz questão de enaltecer a sua beleza a cada minuto.
Diferente das outras vezes hoje foi uma transa calma, romântica, meu único intuito estava em proporcionar a ela o maior prazer que pudesse sentir.

- Mais forte, mais rápido... - Disse quase implorando quando comecei a estoca-la com lentidão.

Eu sorri, algumas coisas nunca mudavam, e Maite tinha que ser intensa em tudo.
Quando finalmente senti ela se contrair em volta de meu membro em um delicioso orgasmo, finalmente me permiti a chegar no meu também.
Ficamos deitados, e ela abraçada a mim enquanto eu acariciava seus cabelos.

- Eu daria qualquer coisa para me recordar de tudo, me recordar de você...

Eu senti muita dor em sua voz, e aquilo acabava comigo. Mas aqueles desgraçados iriam me pagar, eu vou  acabar com eles nem que seja última coisa que eu faça em vida.

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