Capítulo XIII

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Maite

Eu sempre imaginei que morreria cedo, afinal eu era uma menina nascida dentro da Máfia, e que odiava a Máfia.
Mas sinceramente morrer por um tiro dado pelo idiota do Bruno seria muita humilhação, com certeza eu voltaria para puxar não o pé, mas sim os cabelos daquele escroto.
Eu sabia que um disparo tinha sido dado, e imaginava que minha cabeça teria sido o alvo, e fiquei aguardando o impacto que nunca chegou. Um grito foi dado, porém não foi dos meus lábios que ele saiu.

- AÍ! CACETE!

Quando olho para a direção dos xingamentos vejo Bruno com a mão ensanguentada, a arma que ele segurava caida no chão e William guardando o revólver na cintura.

- O próximo será do lado esquerdo do seu peito. - Disse Levy. - Espero que tenha ficado bem claro que quem manda nessa merda aqui sou eu, se eu quisesse me casar com uma panela eu me casaria e ninguém aqui poderia questionar. Entendam de uma vez por toda que meu pai morreu, e o líder disso tudo agora sou eu, e quem me desrespeitar sofrerá as consequências.

Ninguém ousou dizer um "A" apenas Bruno que continuava grunhindo de dor enquanto apertava o ferimento com um guardanapo.
William então caminhou até mim e me pegou pelo braço.

- É meus amigos, pelo jeito a festa acabou. - Falei sorrindo enquanto era arrastada pelo salão por meu "marido".

Ele praticamente me jogou dentro de seu carro e depois seguiu para o lado do motorista. Apesar de sermos só nós dois na sua tão amada Mercedes-Maybach Exelero preta já tinha uns 3 carros logo atrás fazendo sua segurança.

- Eu juro que na próxima reunião eu vou te trazer com a boca amarrada. - Disse ele depois de alguns segundos em silêncio.

- Eu não ia permitir que aquele besta falasse daquele jeito comigo, não permito que ninguém me destrate.

- Eu estava lhe defendendo.

- Pois deveria ter se esforçado mais.

- Eu só queria evitar que as coisas chegassem no ponto em que chegaram, um dos nossos feridos.

- Um dos seus. - Falei o corrigindo.

- O que você falou era verdade?

- Da Amélia? - Perguntei e ele apenas concordou com a cabeça. - Sim.

- Como soube?

- Nessa última missão que meu pai foi ele me disse que ficaria uns dias fora, e ele não queria me deixar sozinha, pois conhecia a filha que tinha. Então me mandou para a casa dos Wostinn, já no primeiro dia vi sem querer Amélia e o meio irmão Nate transando na estufa que ficava no quintal, mas eu não dava a mínima importância para isso então não contei nada a ninguém. Um dia em específico vi que ela estava muito alterada, mais ordinária que o normal, ela já maltratava os empregados normalmente, mas naquele dia até violência ela usou, sobrou até para mim que fui tentar ajudar a coitada da cozinheira que estava tendo os cabelos puxados, e terminei com um arranhão no braço, mas garanto que tirei sangue do nariz dela. Depois do surto maluco que ela teve ela saiu, e foi então que eu entrei no quarto dela, ali não encontrei nada, mas foi no banheiro que vi um teste de gravidez positivo sob o mármore da pia. Apenas liguei os pontos de que seria óbvio que o pai daquela criança seria o Nate.

- Por isso que Nate desapareceu derrepente, Bruno disse que ele havia ido resolver umas coisas, mas com certeza deve ter o matado. Amélia é a filha queridinha dele, e o garoto não passava de um simples bastardo que vivia de favor na casa dos Wostinn.

- E agora Bruno estava desesperado para casar a filha antes que a barriga começasse a aparecer, e obviamente a meta dele era ter Amélia casada com o líder da Máfia, vulgo você, e quando surgiu casado comigo ele viu que todos os seus planos foram por água abaixo, e teve aquele ataque.

- De qualquer forma ele teria perdido tempo, jamais me casaria com Amélia.

- O que vai acontecer com ela agora? Eu tenho ranço dela por ser tão babaca com os funcionários, mas também não quero que façam nada com a menina.

- Eu não sei, Bruno que se resolva com ela. Não irei me intrometer nesse caso.

- E se ele fizer alguma coisa? Matar a garota ou sei lá. - Falei receosa.

- Não poderei fazer nada.

- Como não? Você não é o líder dessa porra?

- Sou, mas Amélia não é minha filha, ela pertence ao pai e ele saberá o que fazer. Sabe que agora ninguém mais irá querer desposa-lá e assumir a responsabilidade de cuidar de um filho de outro, e pior ainda, ter a coragem de transar com o próprio irmão é asqueroso.

- Tudo bem, mas ela não merece morrer por isso. Vocês não podem simplesmente tirar a vida das pessoas quando fazem algo que lhes desagradam, PORRA! Seus monstros.

- Maite, foi você quem abriu o bico no meio de todo mundo, foi você quem  colocou a cabeça da Amélia na guilhotina, então não venha agora querer dar uma de santinha do pau oco, porque você fez isso por vingança.

- Vingança? - Perguntei furiosa.

- Sim, vingança por Amélia ser quem ela é, uma garota que adora o meio em que vive e não faz nada para tentar mudar. Vingança por ela agredir os empregados, como todos os mafiosos fazem. E principalmente vingança por ela um dia ter te machucado, nós dois sabemos que Maite Perroni apesar de justiceira como costumam te chamar você guarda rancor das pessoas, e não consegue simplesmente esquecer ou perdoar. Você não seria capaz de empurrar Amélia do penhasco, mas seria capaz de entrar na mente dela e fazer com que ela mesma pulasse por "vontade" própria. No fim das contas a culpa seria sua de qualquer modo, porém de uma forma menos explícita que a outra.

- Você está maluco. - Respondi rindo de nervoso.

Ele nada mais disse, ficou apenas o silêncio e minha mente que ficava martelando em minha cabeça que talvez ele pudesse ter razão.

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