Capítulo I

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William

A última vez que vi Maite ela devia ter em torno de uns 16 anos, não passava de uma adolescente magrela e sem graça. Agora a mulher que estava parada em minha frente me encarando de modo impaciente não tinha nada que lembrava aquela menina de antes. Seu corpo antes esguio agora esbanjava curvas, seu cabelo que era  curto e muito liso agora estavam longos e ondulados, a boca que antes fina agora era carnuda e levemente avermelhada, a única coisa que de lá para cá não mudou nada era o seu olhar, seus olhos continuavam transbordando segurança e superioridade.

- O que faz aqui em minha casa, Levy? - Perguntou por fim.

- Vim levá-la.

- E para onde?

- Para morar comigo.

Ela riu debochada da minha cara, e aquilo me estressou, ninguém debochava de mim. Mas era bem como André me dizia, a mulher odiava tudo aquilo, odiava a Mafia. Ela quase não frequentava os eventos, porque sempre que aparecia causava escandalos que terminavam com uma arma apontada para sua cabeça, ofendia a tudo e a todos e isso obviamente irritava os parceiros, então André vinha e me clamava por ajuda para impedir que matassem sua garotinha. A verdade é que eu mesmo muitas vezes tive vontade de arremessa-lá pela janela, mas sempre me controlei por consideração ao seu pai. Foi por esse motivo de todas as confusões que ela causava que eu pedi para que ele parasse de levá-la para nossos encontros familiares, e nunca mais a tinha visto, não até aquele momento.

- Devo lembrá-lo que eu já tenho 22 anos e que meu pai está morto? Portanto, eu não quero ter mais qualquer tipo de ligação com vocês.

- Não se faça de boba, você sabe muito bem que não é assim que as coisas funcionam. Você nasceu no berço da Mafia, e o fato de André estar morto não tira o sobrenome "Perroni" de seus documentos.

- Eu sei me cuidar.

- Nós temos inimigos muito poderosos, você não sobrevive um mês sozinha.

- Eu prefiro estar morta a ter que continuar vivendo nesse seu mundo sujo. - Falou já visivelmente alterada. Eu respirei fundo para prosseguir sem agredir aquela garota.

- Olha aqui mimadinha, eu prometi olhando dentro dos olhos de seu pai que eu protegeria você. Então vim tentar fazer da melhor forma possível, ou você sairá dessa casa com dignidade caminhando ao meu lado ou sairá carregada e sem nenhuma delicadeza, qual dessas opções você prefere?

- E quem vai me carregar? Você?

E lá estava aquele sorriso irônico de novo, a sobrancelha arqueada e os braços cruzados em forma de desafio e consequentemente meu sangue fervendo de ódio. Eu encurtei nossa distância, chegando bem perto dela quase tocando nossos corpos, eu podia sentir o cheiro adocicado de seu perfume e sua respiração levemente ofegante, vi que ela queria se afastar, mas jamais faria isso, jamais demonstraria fraqueza. Então, eu a peguei no colo e a joguei em meu ombro, fazendo questão de depositar minha mão bem em cima de sua nádega esquerda.

- ME LARGA, ESTÚPIDO! - Gritou enquanto esperneava e esmurrava meu peito.

- Aprenda uma coisa bonequinha, nunca desafie William Levy.

E foi assim que a levei até meu carro, fomos no banco de trás e ela no meio entre eu e meu funcionário Caleb, fui o caminho todo segurando firme em suas mãos para evitar que tentasse algo, e ela não deixou de me xingar nem por um segundo. Já vi que seria mais fácil contrabandear uma tonelada de maconha dos Estados Unidos ao Brasil em um fusca, do que conseguir domar aquela fera.

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