Capítulo XLVII

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Maite

Josué continuou na casa, ele estava menos machucado e se dispôs a dar um jeito em todos os corpos, e mandaria somente Fábio para cremar. Como tudo seria feito por debaixo dos panos nos custou bastante dinheiro, mas isso não importava.
Quando chegamos na pousada em que William estava ficando precisei o ajudar para chegarmos até o quarto.

- Vamos tomar um banho, meu amor. Irá ajudar.

Ele apenas concordou e o ajudei tirar sua roupa, juntos seguimos para o chuveiro.
Com a água escorrendo sob nossos corpos nos abraçamos, e as lágrimas começaram a escorrer.
Doia nele me ver daquele jeito, apesar de não estar muito ferida eles haviam me deixado com o olho roxo, um corte profundo do lado de dentro dos lábios e marcas de mordidas em meu pescoço e seio.
Mas ele estava muito pior, meu coração se quebrou em mil pedaços quando vi tudo o que lhe fizeram. Fora seu rosto que estava irreconhecível de tanto ser espancado, haviam cortado o lóbulo da sua orelha esquerda onde antes ele gostava de ostentar um pequeno brinco, vários cortes feitos com faca  espalhados pelo seu corpo, mas o pior sem dúvida foi a tatuagem que arrancaram de sua pele,  como antes era líder da Máfia ele teve que tatuar uma coroa nas costas na altura dos ombros e simplesmente para tirá-la eles lhe arrancaram um pedaço da carne.

- Meu Deus... O que fizeram com você?

Eu desabei no chão e chorava de soluçar, até onde a maldade humana era capaz de chegar?
Ele desligou a água, e se abaixou para me abraçar.

- Já passou, daqui alguns dias serão apenas cicatrizes. A gente paga por tudo que faz em vida, Maite. E eu já fiz isso que fizeram comigo com várias outras pessoas, o karma chega para todos...

- Você já tinha mudado, não merecia isso. Não merecia!

- O que importa é que esse maldito pesadelo acabou.

- Acabou? Nunca mais seremos os mesmos, William. Eles podem ter morrido, mas a cada maldita manhã lembraremos desse dia, e vai doer do mesmo modo que está doendo agora. Eles acabaram com a nossa dignidade, mataram nosso amigo.

- A culpa foi minha, eu devia ter insistido mais para ele não vir comigo, mas ele era muito teimoso...

- Não foi culpa sua, ele só fez o que você também faria por ele.

- Vamos terminar nosso banho, fazer nossos curativos e descansar. Eu preciso me deitar um pouco, mal estou parando em pé.

Eu então me levantei e continuamos a nos banhar, eu o ajudei se ensaboar e lavei com cuidado cada ferimento.
Quando terminamos também o ajudei a se secar, e o sentei na cama para que eu pudesse fazer os curativos. Acho que não houve nenhum canto de sua pele em que eu não tivesse que passar pomada.

- Me deixe cuidar de você agora. - Pediu quando terminei.

- Não precisa, os meus estão apenas no rosto. Pode descansar agora. - Falei dando um beijinho em sua testa.

Assim que acabei de passar o remédio em mim, ele já estava em um sono profundo. Segui bem delicadamente para a cama  para não o acordar, e em poucos segundos também adormeci.

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