Capítulo XII

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William 

Eu já estava pronto, apenas esperando Maite terminar de se arrumar para seguirmos juntos ao evento. Entretanto, ela estava demorando demais e acabou surgindo um imprevisto, um caminhão cheio de cigarro contrabandeado tinha ficado preso em uma blitz e eu precisava ir resolver, primeiro tentaria suborno se não desse certo seria uma bala na cabeça de cada um.
Sendo assim, pedi para Josué acompanhar Maite até a festa e depois que eu resolvesse o assunto pendente eu iria direto para o salão e nos encontraríamos lá.
E assim foi feito, os policiais foram inteligentes e aceitaram colaborar, o que poupou demais o meu tempo. Logo após segui para a comemoração e me surprendi ao ver que Maite ainda não estava presente, aquilo já me deixou com um pé atrás.

- Não acredito que deixou Josué responsável por aquele Demônio da Tasmânia. Ela o enganaria facilmente, sabe disso, né? - Disse Fábio me entregando um copo de vodka que virei de uma só vez. Eu já havia cumprimentado todos, e agora apenas estava sentado no bar a espera dela.

Eu já estava pegando o celular para ligar para Josué quando as portas foram abertas e ela entrou sozinha na frente, e atrás dela uns 5 de meus homens.
Ela trajava um vestido longo preto grudado ao corpo que tinha uma fenda gigante na perna direita que ia até quase a sua cintura, o que deixava bem claro que não estava usando calcinha senão daria para ver a lateral, além disso possuía um decote muito saliente e as costas era toda nua. Seus cabelos estavam soltos e caiam como uma bela cascata por suas costas, o batom era de um vinho fosco, e a sandália de salto fina preta completava aquele look maldito.
As pessoas olhavam escandalizados para ela, afinal Maite agora era a senhora Levy, e pior ainda era a senhora de todos ali. E o que eles queriam era uma mulher que transmitisse um ar de virgem inofensiva totalmente submissa ao marido, e aquilo estava definitivamente muito longe de ser uma garota angelical.
Além disso, as fofocas do site pornô dela estavam a todo vapor e minha intenção era afastar a imagem de puta que todos tinham dela, mas seria impossível fazer  isso essa noite.

- Queridos irmãos, peço que me perdoem pelo atraso, mas já sabem que é tradição a noiva chegar atrasada, né? - Disse sorrindo e em um tom alto para que todos pudessem ouvir.

- Meu Deus, que desastre... - Murmurou Fábio ao meu lado. - Você é um criminoso filho da puta, mas vai ter passagem direta para o céu depois que se casou com essa menina.

Maite simplesmente pegou uma taça de champanhe e veio caminhando até mim com um sorriso de orelha a orelha no rosto.

- Como vai, meu amor? - Perguntou debochada.

- Que porra é essa, Maite? Por que não colocou uma melancia na cabeça pra ver se chamava mais atenção?

- O vestido que você me deu era muito sem graça, achei que esse combinou bem mais com a ocasião. - Falou dando uma voltinha. - Afinal, em velório usamos preto, não é?

- E o que estamos enterrando? - Perguntou Fábio.

- Minha felicidade e minha liberdade, que Deus as tenham.

- Eu deveria era enterrar você sua maldita. Daqui a pouco vão me expulsar do meu cargo por ter escolhido como esposa uma vadia.

Foi anunciado que o jantar seria servido, ao todo dávamos em torno de umas 100 pessoas, tirando as crianças que não participavam dessas cerimônias. E naquele momento as coisas estavam muito tensas, apenas se ouvia os barulhos dos talheres.

- Me impressiona que tenha se casado tão rápido, Levy. Nem tivemos a festa de apresentação. - Disse Bruno, eu não gostava dele, sempre achei que quisesse tomar meu lugar, mas infelizmente ele era muito importante, ele quem conseguia nossas armas.
Festa de apresentação era uma reunião que fazíamos quando algum membro poderoso queria se casar, assim todas as meninas com pelo menos 17 anos nascidas e criadas dentro da Máfia eram obrigadas a comparecer, e então uma delas seria a escolhida. Bruno tinha uma filha chamada Amélia, que inclusive estava sentada ao lado de Maite, ela já estava na idade de ser desposada e eu sabia que o homem estava maluco para que eu me casasse com ela. Era uma mulher muito bonita, alta, loira, olhos azuis e um corpo esguio feito de uma modelo, mas independente de tudo e se eu não tivesse a obrigação moral de me casar com Perroni, ainda assim não me casaria com Amélia, não era meu tipo favorito de garota, provavelmente se eu lhe mandasse comer cocô ela comeria, uma porta deveria ser mais inteligente e eu tinha certeza que ela não sabia abotoar o próprio sutiã sozinha.

- Como é do conhecimento de todos André Perroni tomou um tiro em meu lugar, ele me pediu para proteger sua única filha, e é isso que farei.

- Mas precisava se casar? Todos nós aqui sabemos a laia dessa garota, e principalmente o tanto que ela odeia a Máfia. Quantas vezes ela foi expulsa das cerimônias ameaçada de morte por alguém aqui de dentro? E agora teremos que nos submeter a essa prostituta?

Eu respirei fundo, pelo jeito Bruno havia perdido o amor a vida. Eu simplesmente peguei a arma que estava em minha cintura e coloquei sob a mesa fazendo questão que estivesse mirada para o peito dele.

- Primeiro, independente de qualquer coisa Maite agora carrega o sobrenome Levy, portanto lhe devem respeito. Segundo, só existe uma pessoa aqui dentro que vocês devem se submeter, e essa pessoa sou eu.

- É compreensível que o senhor Bruno esteja tão nervoso, afinal sabemos que ele queria Amélia casada com o William, ainda mais agora... - Disse Maite enquanto levava um pedaço de carne a boca como quem não quer nada com nada.

- Como assim? - Perguntei confuso.

- Ora vai me dizer que você não sabe que ela está grávida do meio irmão, e o pai está desesperado tentando empurrá-la para o primeiro bobão que aparecer em sua frente?

Aquilo bastou para o caos se instalar, derrepente lá estava Maite mais uma vez com um revólver apontado para sua cabeça enquanto continha uma expressão irônica no rosto, literalmente nada abalava aquela mulher.

- JÁ CHEGA! PUTA DOS INFERNOS, EU VOU TE MANDAR PARA OS BRAÇOS DA SUA MAMÃEZINHA!

E o som do disparo ecoou pelo local.

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