Capítulo XVI

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William

Eu acompanhei Bruno e Amélia até o aeroporto, o pai dela foi até o banheiro enquanto esperávamos anunciar o voo.

- Eu lamento. - Falei, sem olhá-la.

- Lamenta porra nenhuma. - Disse rindo irônica.

Eu a encarei confuso, eu podia imaginar tudo, menos Amélia falando daquele jeito comigo.

- O que disse?

- O que você ouviu, e se quiser contar para o meu pai que conte, eu já perdi tudo mesmo.

Eu ia respondê-la, mas vi Bruno se aproximando e decidi ficar quieto, eu era um desgraçado sim, mas não ia foder ainda mais com a vida daquela menina.
Foi a ponto dele chegar que o voo dela foi anunciado, ela se despediu com um simples tchau, pegou as malas e caminhou sem olhar para trás.

- Para onde vai agora, Levy?

- Para casa, tenho alguns assuntos pendentes.

- Quer carona para voltar?

- Não precisa, pegarei um táxi ali fora. Sua cabeça melhorou?

- Está latejando, mas ficarei bem. Irei procurar um médico, dizem que não é bom ficar desmaiando do nada.

- Tem toda razão, meu amigo. Agora deixa eu ir, até mais. - Falei lhe dando um tapidinha no ombro e saindo em seguida.

Consegui um táxi rápido então em poucos minutos estava em casa novamente, vi que Maite estava no jardim e caminhei até lá.

- Não sabia que gostava de jardinagem. - Falei ao ver que ela estava podando as rosas.

- Você não sabe nada sobre mim.

- Sei que é sadomasoquista, e saber disso já me é o suficiente. - Finalmente ela me encarou, suspirou como se estivesse entediada daquela conversa e nada me respondeu. Que garota petulante! - Vai ficar assim me evitando agora, fingindo que nada aconteceu?

- Não vou fingir que não aconteceu, pelo contrário, irei fazer questão de recordar  cada maldito dia da minha vida para não correr o risco de cometer a mesma burrada de novo.

- Por que está tão na defensiva? Você que começou, você gostou, você gozou! - Falei já ficando nervoso.

- Ai cara como você é chato, faz o seguinte, quando me ver troca de lado, muda o rumo, sei lá, mas para de vir encher o meu saco. Eu não sou sua mulher e nunca serei, o que aconteceu ontem foi só uma transa como outra qualquer.

E foi isso, tudo para ela não passou de uma mera transa.

- Já ficou com muitos? - Perguntei por fim.

- Não.

- Quantos?

- Nenhum, porra! - Naquela tarde ela estava mais nervosa que o normal.

- Como assim nenhum? Virgem você não era sem sombras de dúvidas.

- E como poderia saber?

- Ué, você grava vídeos para o seu site com vibrador.

- A então parece que meu site ganhou mais um assinante, não é mesmo? - Questionou debochada. Diaba!

- Não... É que me contaram.

- Claro. - Respondeu sorrindo sabendo que eu estava mentindo.

- Sim, assinei seu site mesmo. E agora me responde, como não tinha ficado com ninguém e não era virgem?

- Como você mesmo viu no site, vibradores.

- Perdeu a virgindade com um pau de borracha? - Perguntei perplexo.

- Ele era de silicone, com 5 velocidades e tinha 28 cm. - Respondeu dando de ombros.

- Você gravou?

- Sim, mas não publiquei.

- Por que?

- Achei íntimo demais.

- Quanto você quer para me vender ele?

Derrepente senti o lado esquerdo do meu rosto arder e pinicar, ela havia metido a mão na minha cara.

- Você vai ver ele sim, logo mais. Postado no meu site, infeliz desgraçado. - E saiu furiosa.

Eu ainda estava em choque a encarando partir, dessa vez eu não tinha entendido o que eu havia feito de errado. Afinal, vender conteúdo não era o que ela chamava de profissão?

O Tutor Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora