Capítulo XI

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Maite

Eu tinha descido por poucos minutos até a cozinha, estava morrendo de fome e fui beliscar uma coisinha qualquer. Quando retornei para o quarto uma grande caixa estava em cima da cama, a abri e me deparei com um vestido branco longo, meio informal, mas não deixava de ser careta demais, aliás o chefe da Máfia deveria se casar com uma mulher virginal, obediente para nunca questionar o que o marido mafioso fizesse.
Eu já imaginava do que se tratava e segui até o escritório de William, não bati na porta, apenas entrei.
Ele estava com uma maleta cheia de dinheiro sob a mesa, parecia estar o  contando, enquanto uma prostituta vestindo apenas calcinha estava sentada em sua perna direita. Fábio fumava um charuto e acariciava o seio da mulher que estava sentada em Levy.
Eu nem sabia o que pensar diante aquela cena, na verdade já estava acostumada com esse tipo de coisa.

- Olha quem veio dar o ar da graça. - Fábio foi o primeiro a notar minha presença, e obviamente não podia perder a chance de tentar me irritar. Ele não tirou as mãos dos peitos da mulher nem quando falou comigo.

- O que faz aqui, Maite? - Perguntou William nem um pouco animado em me ver.

- Você vai fazer isso mesmo? Vai me obrigar a casar com você?

- Pensei que isso já tivesse ficado claro.

- Eu não quero, irei dizer não.

- Na verdade já nos casamos, o vestido é para usar apenas na comemoração de amanhã.

- Como assim nos casamos? Eu não assinei papel nenhum. - Falei confusa.

- Pra você ver que tudo o que eu quero eu consigo.

- Não é possível. Deve ser um pesadelo, só pode. - Falei enquanto andava de um lado para o outro incrédula.

- Um total pesadelo, não discordo. Depois você vê um lugar que tenha vontade de conhecer, farei questão de te dar pelo menos uma lua de mel decente.

- Lua de mel? Você só pode estar de brincadeira. - Ri nervosa. - Cada célula do meu corpo te odeia, e tem uma prostituta sentada no seu colo, porra!

- Ué, esses dias mesmo você não estava se exibindo no seu sitezinho?

- E teria continuado se você não tivesse arrebentado o notebook na parede! Inclusive quero outro.

- Vai ficar querendo, a não ser que delete aquela porcaria de site.

- Nunca.

- Então ai também está a resposta de quando terá outro computador.

- Tomara que morra! - Falei e sai pisando firme de ódio. Ainda pude ouvir Fábio fazer piadinhas do tipo "Isso é melhor que filme".

Voltei para o quarto novamente e peguei o vestido em minhas mãos, queria uma tesoura, mas não tinha uma já que William proibiu meu acesso a qualquer objeto cortante, no início pensei que ele temesse que eu pudesse me suicidar, mas depois constatei que na verdade ele temia era pela própria vida. Errado não estava, com certeza eu lhe daria uma facada caso tivesse uma faca em meu alcance. Eu morreria depois? Óbvio, seus capangas explodiriam minha cabeça em praça pública, mas ainda sim morreria com um gostinho de vitória nos lábios.
Então já que não tinha nenhum utensílio que pudesse me ajudar, rasguei o vestido com as mãos e com os dentes. Peguei os farrapos, coloquei novamente na caixa e escondi em cima do guarda roupa. Eu iria aparecer na comemoração do meu casamento sim. Afinal eu não tinha escolha, mas eu iria aparecer como sou de verdade, iria aparecer como uma verdadeira Maite Bellerose Perroni.





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