Capítulo XXXI

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Maite

Cada vez ele parecia ficar mais gelado, nesse momento eu já estava de olhos fechados implorando para qualquer que fosse santo não deixá-lo morrer. Eu não sabia ao certo qual era meu sentimento por Levy, mas independente de qualquer coisa não queria que ele morresse, principalmente por minha culpa, jamais me perdoaria.

- Falta muito, Josué? - Perguntei aflita.

- Não, acabamos de chegar na cidade, agora só descobrir onde é o hospital.

Ele parou o carro em um bar para pedir a informação e então seguiu pelo caminho que lhe contaram.
Suspirei aliviada quando vi a grande placa escrito "Pronto Socorro".
Assim que ele estacionou eu já sai gritando por ajuda, e logo William estava sob uma maca sendo levado hospital adentro.

- Ele vai ficar bem, vaso ruim não quebra. - Disse Josué me abraçando quando já estávamos na sala de espera.

Eu já tinha perdido as contas de quantos cafés havia tomado enquanto esperava, quando vi de longe o médico vindo rapidamente já me levantei e fui seguindo de encontro pelo corredor.

- Como ele está? - Perguntei apreensiva.

- Fizemos uma cirurgia de emergência para retirada do projétil, porém ele perdeu muito sangue. O problema é que ele tem um tipo sanguíneo meio raro, é o O negativo, infelizmente tínhamos apenas uma pequena bolsa do mesmo aqui e não foi suficiente. Nem adianta fazer campanha de doação ou algo assim porque de qualquer modo ele não irá resistir até encontrarmos alguém compatível, a única solução seria algum parente já que as chances de o tipo sanguíneo ser o mesmo é grande, vocês por acaso possuem algum parentesco com ele?

- Não... - Respondi. - Mas você tem. - Falei olhando para Josué com esperança.

- O que? Como eu posso ter algum parentesco com Levy? - Questionou confuso.

- Depois eu te explico, apenas por favor faça o teste e vê se é compatível.

- E então, você aceita?

Vi que o homem estava pensativo, eu tinha certeza que em sua mente passava todas as vezes que William o agrediu  fisicamente e psicologicamente.

- Doutor nos dê um segundo. - Falei pegando Josué pela mão e o levando até um canto. - Eu sei o que se passa na sua cabeça, por que salvar a vida de alguém que te fez tanto mal?
Tem noção do peso na consciência que William ficará quando souber que foi você o responsável por ele continuar vivo? Eu te garanto que para um homem orgulhoso como Levy isso será pior do que a própria morte.
Faça isso por você, faça isso por mim.

Ele suspirou e saiu do hospital. Naquele momento eu fechei os olhos com força para ver se eu acordava daquele pesadelo, a última esperança de William continuar vivo havia acabado de sair pela porta da frente e não parecia ter a intenção de voltar.
Eu precisava ir falar com o médico e dizer que fizesse o que fosse possível, mas antes continuei ali sozinha parada, tomei um copo de água para ver se eu conseguia ter forças.
Acho que fiquei ali por uns 10 minutos, quando finalmente tomei coragem para ir conversar com o doutor vi Josué adentrando novamente.
Quando se aproximou notei que seus olhos estavam vermelhos, sinal que havia chorado.

- Vou fazer isso por você e pelo bebê, pois sei que no fundo nutre sentimentos por aquele canalha, e não quero te ver sofrendo por aquela besta. Mas não vou dizer que estou torcendo pela recuperação dele, porque seria mentira.

E então ele caminhou sem esperar uma resposta, sem olhar para trás. Eu sabi que para ele era muito difícil fazer o que eu havia pedido, e serei eternamente grata a Josué por isso.
Agora só me restava torcer para que os dois fossem compatíveis e tudo desse certo.

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