Capítulo IV

22.7K 1.5K 87
                                    

Maite

Eu não podia continuar ali, não aceitaria ter minha vida controlada por um mafioso novamente. Mirei o relógio no criado mudo e já passava das três da manhã, pela porta não teria como escapar, eu sabia que do lado de fora devia estar algum vigia. Então meus olhos na mesma hora seguiram para a janela, eu a abri, pular daria uma queda nada agradável já que o quarto ficava no segundo andar, mas eu iria sobreviver.
Segui para o guarda roupa e peguei travesseiros e cobertores e os joguei lá em baixo pois ajudaria amortecer a queda.
Eu estava em pé sob o parapeito tentando criar coragem quando a porta foi repentinamente aberta.

- Eu sabia que estava tudo silencioso demais e vim conferir minhas suspeitas. Desse já dessa merda, porra!

Eu olhei para ele, olhei para baixo novamente...

- Maite você vai morrer, que desgraça! Desce daí menina infernal!

Ele começou se aproximar para me pegar, era agora ou nunca.

- Até mais, querido.

E então pulei sem pensar duas vezes, ainda podia ouvir os gritos histéricos de Levy dando ordem para seus homens.
Quando meu corpo atingiu o chão um murmúrio de dor escapou de minha garganta.
Ainda estendida na grama como uma manga madura, vi quando William botou a cabeça pela janela e olhou para baixo, jurei ver uma expressão de alívio quando ele constatou que eu não havia virado polenta.
E logo após desapareceu de minha vista, também de longe comecei ouvir passos, ele e seus capangas estavam vindo atrás de mim. Mesmo cheia de dores e com muita dificuldade para respirar me obriguei e me levantar e correr o mais rápido que eu podia.
O portão daquela casa parecia mais uma muralha, mas eu não desistiria. Comecei o escalar, quando cheguei no topo era o momento de ter o cuidado redobrado, ele era tão pontiagudo, parecia ter sido feito justamente para empalar quem tentasse subi-lo.

- Meu Deus, é mais louca do que eu pensava. Você vai morrer com esse ferro atravessado pela garganta, será que não está vendo? - Falou William chegando  cercado por seus homens.

- Devemos abrir o portão para tentar derrubá-la, senhor?

- Está doido Josué, vai matá-la se fizer isso.

Não tinha mais volta, agora eu chegaria até o fim. Comecei tentar atravessar com cuidado, quando meu pé escorregou meu coração chegou a errar as batidas e ouvi os homens murmurarem um "Ui", mas não passou de um susto e logo eu consegui desce-lo.

- ABRAM OS PORTÕES. - Gritou William. - Iremos brincar de caça a lebre. - O ouvi dizer enquanto eu corria apressadamente para a floresta que tinha ali.

O Tutor Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora