| CAPÍTULO 04 |

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P.O.V JADE LANCELLOTTI:
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    Mattia estava cantarolando algo da sala de jantar quando o cheiro de comida típica italiana invadiu minhas narinas.

    Esperei ele vir me chamar, embora estivesse desesperada para comer seja lá o que for que ele tenha preparado, pois há mais de um mês não como uma comida decente, considerando a comida sem graça que dá no hospital e o mês que fiquei em coma sendo alimentada com soro na veia.

    Estava terminando de memorizar os detalhes nobres do quarto que ele preparou pra mim quando o mesmo bateu na porta — que já estava aberta — e me lançou aquele sorriso felino quando me virei em sua direção.

    — O jantar está pronto — avisou, tirando o avental que ainda estava vestido. — Espero que esteja do seu agrado.

    — É o que vamos ver — arqueei a sobrancelha, indo até a porta.

    Mattia se afastou, respeitando a distância limite deixada pelo trauma. O acompanhei a essa distância, indo até a sala de jantar.

    Diferente do que pensei, não tinha apenas macarronada na mesa — tinha além disso, filé à parmegiana, lasanha e nhoque — o que me admirou, pois ele ficou apenas pouco mais de uma hora na cozinha.

    Fechei os olhos apreciando o cheiro por um tempo, e só aí me sentei na cadeira que ele arrastou pra mim na ponta da mesa e na outra extremidade ele se sentou.

    — Eu fui cozinheiro, mas não sou garçom. Pode se servir — ele apontou para a fartura na mesa, levantando as sobrancelhas.

    — Faz muito tempo que não como algo de verdade. O cheiro está muito bom — admito. — Espero que o gosto também. — Provoco, arqueando uma sobrancelha.

    — Tenho certeza que não vai se arrepender de provar, bambina — piscou o olho e sorriu de lado, único.

    — Já achei algo exclusivamente seu — desviei o olhar dele para meu prato, que não me importei em ser educada e enchi como um prato de pedreiro.

    — Achei que demoraria mais… — ele bebeu um gole da sua taça, que presumi ter vinho branco. — Quer? Ah é, você é menor de idade — estalou a língua.

    — Você sabe ser bastante babaca — cerrei os olhos. Ele riu. — Enfim. O sorriso — dei os ombros, sem encará-lo.

    Enfiei uma garfada de macarrão na boca e contive o gemido da sensação incrível de mastigar as nuvens, de tão bom que a massa está.

    — Hmm. O sorriso? Então tem reparado no meu sorriso, criança? — Ele me olhou sugestivo. Dei os ombros.

    — Não sou criança. E sim, reparei. Esse seu sorriso de lado. Ousado, devo dizer. Bastante único — elogiei eu acho.

    — Prometo honra-lá com meu sorriso mais vezes — ele se serviu, sorrindo.

    — Acho que não se deve dar asa a cobra. Você já tem um ego muito inflado. — Julguei. Ele gargalhou. Sua risada penetrou meus ossos e estremeci, não no mau sentido.

    — Não me acho um deus grego, acredite. Lhe apresento o sarcasmo, a forma mais suja e interessante de humor — gesticulou, como se tivesse me mostrando algo em cima da mesa.

    — Já estou familiarizada — estalei a língua e subi o olhar até ele, que me encarou com divertimento e sorriu, me observando comer.

    — Sinto que vamos nos divertir na sua estadia aqui… — ele me estudou minuciosamente, como se me avaliasse.

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