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P.O.V JADE LANCELLOTTI:
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Mattia estava cantarolando algo da sala de jantar quando o cheiro de comida típica italiana invadiu minhas narinas.Esperei ele vir me chamar, embora estivesse desesperada para comer seja lá o que for que ele tenha preparado, pois há mais de um mês não como uma comida decente, considerando a comida sem graça que dá no hospital e o mês que fiquei em coma sendo alimentada com soro na veia.
Estava terminando de memorizar os detalhes nobres do quarto que ele preparou pra mim quando o mesmo bateu na porta — que já estava aberta — e me lançou aquele sorriso felino quando me virei em sua direção.
— O jantar está pronto — avisou, tirando o avental que ainda estava vestido. — Espero que esteja do seu agrado.
— É o que vamos ver — arqueei a sobrancelha, indo até a porta.
Mattia se afastou, respeitando a distância limite deixada pelo trauma. O acompanhei a essa distância, indo até a sala de jantar.
Diferente do que pensei, não tinha apenas macarronada na mesa — tinha além disso, filé à parmegiana, lasanha e nhoque — o que me admirou, pois ele ficou apenas pouco mais de uma hora na cozinha.
Fechei os olhos apreciando o cheiro por um tempo, e só aí me sentei na cadeira que ele arrastou pra mim na ponta da mesa e na outra extremidade ele se sentou.
— Eu fui cozinheiro, mas não sou garçom. Pode se servir — ele apontou para a fartura na mesa, levantando as sobrancelhas.
— Faz muito tempo que não como algo de verdade. O cheiro está muito bom — admito. — Espero que o gosto também. — Provoco, arqueando uma sobrancelha.
— Tenho certeza que não vai se arrepender de provar, bambina — piscou o olho e sorriu de lado, único.
— Já achei algo exclusivamente seu — desviei o olhar dele para meu prato, que não me importei em ser educada e enchi como um prato de pedreiro.
— Achei que demoraria mais… — ele bebeu um gole da sua taça, que presumi ter vinho branco. — Quer? Ah é, você é menor de idade — estalou a língua.
— Você sabe ser bastante babaca — cerrei os olhos. Ele riu. — Enfim. O sorriso — dei os ombros, sem encará-lo.
Enfiei uma garfada de macarrão na boca e contive o gemido da sensação incrível de mastigar as nuvens, de tão bom que a massa está.
— Hmm. O sorriso? Então tem reparado no meu sorriso, criança? — Ele me olhou sugestivo. Dei os ombros.
— Não sou criança. E sim, reparei. Esse seu sorriso de lado. Ousado, devo dizer. Bastante único — elogiei eu acho.
— Prometo honra-lá com meu sorriso mais vezes — ele se serviu, sorrindo.
— Acho que não se deve dar asa a cobra. Você já tem um ego muito inflado. — Julguei. Ele gargalhou. Sua risada penetrou meus ossos e estremeci, não no mau sentido.
— Não me acho um deus grego, acredite. Lhe apresento o sarcasmo, a forma mais suja e interessante de humor — gesticulou, como se tivesse me mostrando algo em cima da mesa.
— Já estou familiarizada — estalei a língua e subi o olhar até ele, que me encarou com divertimento e sorriu, me observando comer.
— Sinto que vamos nos divertir na sua estadia aqui… — ele me estudou minuciosamente, como se me avaliasse.
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Paixão Sombria
RomanceNeste livro, Mattia se encontra encantado pela doce Jade Lancellotti, a qual ele mesmo resgatou das mãos da Bratva. Jade sempre sonhou com um príncipe encantado e contos de fadas, mas nem de longe nasceu em um mundo perfeito assim. Crescida em meio...