| CAPÍTULO 09 |

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P.O.V JADE LANCELLOTTI:
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    Os girassóis estão sempre virados em direção ao sol. Sempre admirando-o, seguindo-o. Enquanto esperava o dia passar, ansiosa pela ida ao cassino com o Mattia, resolvi pintar algo diferente: um girassol vivo, de cara fechada e braços cruzados, andando em passos firmes na direção oposta do sol, seguindo seu próprio caminho.

    Finalizei a pintura e coloquei o pincel na água, logo desviando meus olhos para a pintura do rosto do meu pai, que não consegui terminar depois que soube da sua morte. Mas preciso terminar, não tenho fotos, não posso correr o risco de esquecer os seus traços.

    Saí dos meus enleios quando o Mattia bateu na porta e perguntou se podia entrar. Quando liberei, ele escancarou a porta e se escorou na mesma, enfiando as mãos no bolso da calça moletom e cruzando uma perna na frente da outra. Está sem camisa, os músculos rígidos, suado e ofegante, acabou de voltar da academia.

    — Já são 19:00h… — ele inclinou a cabeça para encarar minha pintura por cima do meu ombro. — O que significa?

    — Ah… n-nada demais — dei os ombros. — Eu vou tomar banho, tirar essa tinta do… corpo todo — ergui as mãos no ar. Não sei pintar sem me lambuzar toda. Mattia ponderou encarando meu short legging e blusa longa sujos.

    — Escolha um vestido bem bonito, afinal, está junto com a elite agora — Mattia estalou a língua convencido e girou os calcanhares para sair em direção ao próprio quarto.

    — Tão modesto… — julguei alto o suficiente para ele ouvir.

    — Tenho que ser. Alguém tão bonito e talentoso não pode andar se vangloriando por aí, é falta de humildade — ironizou ele, enquanto caminhava pelo corredor.

    Revirei os olhos e sorri comigo mesma. Como uma pessoa tão espontânea e despretensiosa pode ser um mafioso assassino a sangue frio? Não tenho medo do Mattia, mas é algo a se pensar. E ele está certo em falar que é lindo, realmente é. Cabelos extremamente pretos e olhos extremamente azuis são traços únicos em uma pessoa.

    Depois que organizei o ateliê, fui para o meu quarto fazer o que havia dito. Quando entrei na ducha e encarei a água que escorria colorida do meu corpo, pensei sobre hoje. Não lembro dos rostos, mas será que ter um dos homens que me sequestrou frente a frente, me ajudará a lembrar?

    Depois do banho, tentei escolher um dos meus novos vestidos. Mas sobre todos eu tinha alguma objeção: decotado demais, escuro demais, chamativo demais… Não estou acostumada a vestir essas coisas, porém, agora eu estava morando com pessoas que chamam atenção só por respirarem. Tinha que parecer com eles, e se vestir bem é um dos requisitos. Então escolhi um vestido prata, no meio das coxas, solto e de alças feitas com pequenas argolinhas que formam uma corrente fina.

    Sequei o cabelo e os penteei com babyliss para definir os cachos. Coloquei um brinco de diamante que a Melanie comprou e uma gargantilha fina de prata. Quase não fiz maquiagem nenhuma, pois nem sequer sei usá-las. Mas um delineado destacou bem os meus olhos e pela paleta de cores, o meu cabelo se sobressaiu nas roupas também.

    Sai do quarto para encontrar o Mattia, que já sei que está me esperando na sala pois ligou o som alto. Quando entrei na mesma, o vi dançando de costas para mim com uma taça de vinho na mão. Eu pigarreei para chamar sua atenção e ele se virou sorrindo, porém seu sorriso sumiu aos poucos quando seus olhos cravaram em mim.

    — Levou a sério, bambina… — ele deixou a taça de vinho na mesa de canto e arqueou o canto do lábio, me olhando de cima a baixo. — Desse jeito, vai ofuscar todo o meu brilho! — ele estalou a língua e se aproximou em passos despojados.

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