| CAPÍTULO 11 |

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P.O.V MATTIA CASSANO:
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    Eu não sou conhecido como o diabo, capaz de quase tudo, como o Giovanni, ou a morte, impiedoso e competente, como o Lorenzo. Mas quando eu realmente quero algo, sei entrar sem ser visto e sei fazer acontecer — afinal, sou a sombra — como fiz após sair da reunião com os investigadores e descobri onde está hospedado o figlio di puttana do Damien.

    E aqui estou eu, dentro do quarto de hotel dele, esperando sua ilustre chegada enquanto bebo do seu whisky caro — e eu nem gosto de whisky — mas não parece ter nada melhor aqui.

    Sua chegada não demorou de acontecer, e para a minha surpresa, ele não chegou sozinho. Assim que ouvi a porta do quarto ser aberta, ouvi também a voz de uma mulher, que inclusive foi a primeira a me ver sentada na poltrona e se assustar, puxando o Damien.

    — Achou que não receberia minha visita, vecchio amico? (velho amigo?) — sondei em alto e bom som, já que meu rosto estava escondido na sombra. O Damien bufou e ligou a luz, se deparando com o meu sorriso animado.

    — Идите в свою комнату. (Vá para o quarto.) — Ordenou ele a mulher. — Даже спустя семь лет ты все еще камень в моей обуви. (Mesmo depois de sete anos, você continua sendo uma pedra no meu sapato.) — Damien estava à vontade com minha presença e se sentou na poltrona à minha frente.

    — Eu sou uma pedra no seu sapato? Não fui eu quem trouxe sua irmã para cá, ou quem matou ela, ou quem sequer descobriu a porra da traição… não fui eu que fiz ela perder o bebê, Damien. Não me culpe pelas escolhas da sua família. — Sequei o líquido âmbar do copo em dois goles e senti a queimação na garganta.

    — Ela só tinha duas tarefas. Conseguir informações e voltar para casa. Mas não. Tinha de se apaixonar pelo mais simpático dos Cassano — caçoou ele, balançando a cabeça e cerrando os punhos no braço da poltrona. — Foi uma morte merecida, devo dizer.

    — É da sua irmã que está falando — controlei a vontade de cerrar os dentes enquanto falava.

    — Estou falando de uma vadia que engravidou do inimigo. Além do mais, tenho certeza que não é sobre Natalya que veio conversar. Resolveu vir negociar o que é meu? — sondou ele, deixando um pequeno sorriso se abrir nos lábios.

    — Quando a encontrei, ela não estava com uma coleira gravada com o seu nome, Damien. E mesmo se tivesse, eu não costumo cumprir regras — revirei os olhos. — Na verdade, eu vim desvendar esse mistério. Por que você quer ela, hein? Por que toda essa insistência na garota? Até onde sei, a Bratva não tinha nenhuma ligação com o Gavino. — Dei os ombros olhando ao redor, realmente intrigado.

    — Não posso revelar todos os segredos assim, e além do mais, quem está por trás disso se irritaria.

    — Ela? — arqueei uma sobrancelha.

    — As notícias correm — ele riu para si próprio. — O que mais você já descobriu? Por acaso sabe quem matou o pai dela? Roubaram nossa tarefa na cara de pau — ele balançou a cabeça incrédulo.

    — Não posso revelar todos os segredos — gracejei. — Tô brincando! Isso também é um mistério para mim — dei os ombros.

    — Eu posso revelar uma coisa, Cassano. Sabe, em consideração a tudo que você passou… eu soube de uma carta, na casa dela. Mandei meus homens até lá, mas eles não encontraram nada. Quem sabe você não dá sorte — o Damien me deu uma piscadela e eu me levantei.

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