| CAPÍTULO 41 |

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P.O.V JADE LANCELLOTTI:
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    Dois anos depois…

    Ainda de olhos fechados, tateio a cama à procura do Mattia, mas ela está vazia. Abro os olhos pestanejando, vendo que o quarto também está vazio. Mas em cima do travesseiro do Mattia, tem um bilhete com as letras tortas da Mirella:

Papai me levou para a escola, ele não queria te acordar porque você estudou até tarde ontem.

Beijos, Mimi.

    Me sento na cama bocejando, com um sorriso bobo nos lábios pelo bilhete. Depois que aprendeu a escrever, Mirella acha mais legal escrever um bilhete do que mandar mensagem. Levanto os braços para me espreguiçar e sinto meus seios doloridos, faço uma careta e tento massagear os mesmos, sem sucesso.

    Me levanto, escovo os dentes e penteio os cabelos. Observo no espelho que meu rosto parece estar mais redondo, devo ter engordado uns dois quilos nos últimos dias. Desço para tomar café e vejo que Mattia já deixou tudo pronto pra mim, bolos, iogurte, queijos, presunto e pão. Frutas também.

    Coloco café na xícara e ponho um pouco de leite em pó. Corto um pedaço de bolo e quando pego a xícara para beber o café, antes de levá-lo à boca, o cheiro revira o meu estômago. Sinto a bile subir a minha garganta e uma vontade incontrolável de vomitar, corro para o banheiro e me ajoelho em frente a privada, colocando tudo que comi ontem a noite, para fora. A sensação de vomitar é horrível. Me levanto, dou descarga e lavo a boca na pia, voltando para a cozinha. Pego o telefone e ligo para Luca.

    — Senhora? — anos se passaram e ele não perdeu essa mania de me tratar tão formalmente.

    — Luca, você pode ir na farmácia pra mim? Use o cartão corporativo, compre um teste de gravidez. O melhor que tiver. — Peço com a voz enjoada, ainda sentindo meu estômago revirar.

    Ele parece confuso do outro lado da linha, mas faz o que eu peço. Em alguns minutos ele está tocando a campainha.

    — Obrigada Luca. Ah, por favor, não conta isso pro Mattia, nem pra ninguém, ok? — peço. Não quero que ninguém crie esperanças falsas.

    — Certo, senhora. — Ela maneia a cabeça e dou um sorriso fraco em resposta. Corro para o banheiro, leio as instruções sentada no vaso sanitário e abro a embalagem.

    Pego o teste e faço xixi onde mandam as instruções, então coloco ele em cima da pia e espero. Olha para cima, para o teto.

    — Você não ia me enganar desse jeito, não é papai? Foi o senhor que me abençoou? — franzo a testa, sentindo meu coração palpitar.

    Minutos se passam enquanto bato os pés no chão e tamborilo o dedo nas pernas, até que tomo coragem de pegar o teste.

    Positivo | + 3 semanas.

    Parece que vou vomitar de novo, mas é apenas frio na barriga. Dou uma risada incrédula pousando as mãos em cima da mesma e lágrimas enchem os meus olhos.

    Isso não pode ser real. Não parece real. Eu e Mattia passamos três anos fazendo sexo sem nenhuma proteção e eu não engravidei, até porquê eu não posso engravidar, e agora…

    Corro para o quarto, levando o teste comigo. Escondo dentro da minha gaveta de calcinhas e começo a me trocar. Antes de buscar a Mirella, vou passar na minha ginecologista. Enquanto desço o elevador, já mando mensagem para ela pedindo uma consulta urgente, o que não saiu barato. Luca quem me levou, pedi que dirigisse rápido até o consultório. Quando cheguei, ela quem me recepcionou.

Paixão Sombria Onde histórias criam vida. Descubra agora