| CAPÍTULO 28 |

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JADE LANCELLOTI
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    Dizem que para ir para o inferno, precisamos morrer depois de ter cometido sérios pecados.
    Estão todos errados.
   

    — NAAAAAAAAAAAAAAO — foi tudo que escapou da minha garganta, desesperadamente, quando Mattia se jogou em minha frente e teve o peito acertado por um tiro que devia ser para mim.

    Não tão nitidamente, consegui enxergar o meu pai biológico correr em cima daquele prédio e desaparecer de vista.

    — No prédio! Invadam e procurem o desgraçado em cada canto! — ouvi Giovanni gritar e correr até nós em seguida. O tumulto começou em volta da gente e as pernas do Mattia falharam, ele caiu no chão, aos meus pés. Me ajoelhei, atônita demais para sequer lágrimas saírem dos meus olhos.

    — Não, não, Mattia, meu amor… aguenta por favor, por favor! CHAMEM UMA AMBUL NCIA, UM MÉDICO, POR FAVOR UM MÉDICO! — Clamo e observo a Melanie pegar o telefone com as mãos trêmulas, ela tem lágrimas nos olhos.

    O Mattia está com os olhos fechados, tento abrir o seu paletó e pressionar o ferimento, mas estou tremendo demais. Sinto minha garganta fechar aos poucos e fica difícil respirar, é assustador. As minhas mãos ficam cada vez mais ensopadas de sangue e finalmente lágrimas brotam em meus olhos, molhando meu rosto e meus lábios me fazendo sentir o gosto salgado em meio a boca seca.

    — Mattia, Mattia por favor… por favor… — sussurro deitando-me sobre seu corpo. Eu consigo ouvir o seu coração, que bate muito fraco, quase imperceptível, mas ele não se move e está perdendo sangue. — MATTIA POR FAVOR! — Eu urro, sentindo meu peito ser rasgado por dentro.

    Sinto alguém me puxar e vejo os paramédicos se aproximando rapidamente. As minhas pernas fraquejam e noto que quem estava me segurando foi o Lorenzo, que amparou minha queda.

    — Por favor, salvem ele por favor… — eu sussurro, mas acho que eles não me ouvem. Na verdade, nem eu consigo ouvir minha própria voz, um zunido cada vez mais alto soa em minha cabeça. Tudo dói, meu peito, minha cabeça, minha garganta, sinto meu corpo fraco. — Mattia… — eu choramingo, quando os paramédicos o colocam na maca.

    — Jade, respira, por favor… — Lorenzo sussurra, me virando para ele.

    — Não, eu quero ir com ele, eu quero… eu não posso deixar ele ir sozinho, eu… — Giovanni me interrompe.
    — Você vai no carro comigo e Lorenzo vai com o Mattia.

    — Mas…

    — Sem mas, vamos, Jade. — Seus olhos estão escuros, sérios, e consigo ver um fio de preocupação. O Lorenzo me solta e sinto minhas pernas falharem novamente, mas o Giovanni é rápido e me pega no colo, me levando para o seu carro.

    — Foi tudo culpa minha, tudo, tudo… o meu pai… foi o meu pai aquele desgraçado, eu… eu preciso matar ele, preciso acabar com isso, eu preciso… — me calo, arfando pela dificuldade de respirar, sentindo a minha garganta fechada queimar.

    Eu queria gritar, queria ver ele, queria poder voltar alguns minutos para ser eu a receber aquele tiro, é enlouquecedor. Mas sinto tanta dor e tanto medo e tanto desespero que só sei chorar e me esforçar para respirar enquanto o Giovanni me carrega nos braços.

    A Melanie e a Kiara entram em um carro diferente, escoltadas pelos seguranças. Giovanni me ajuda a entrar no banco do passageiro e eu deito minha cabeça no painel, agarro meus joelhos enfiando as unhas nestes. Eu só queria parar de sentir isso, eu só queria saber como ele está, se acordou, se está respirando.

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