Paixão Sombria

| CAPÍTULO 38 |

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P.O.V MATTIA CASSANO:
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    O helicóptero pousa no heliponto e as hélices param de girar aos poucos. Essa praia também é inédita para mim, mas chama menos atenção que o sorriso da Jade, que brilha mais que o sol. Ela está sorrindo e olhando para todos os lados, admirando árvores, montanhas e até a própria água cristalina em volta da ilha. Até as casas do lugar são espetaculares, as que não são de janelas envidraçadas que vão do chão ao teto com paredes feitas de pedra, são feitas de madeira e tem vigas que descem circulando as grandes estacas polidas.

    — Engraçado você estar tão admirada. Me lembro de ouvir você dizer que saia para praias e risortes. — Comento, ajudando ela a desafivelar os cintos.

    — Mas nunca fui a nada comparado a isso aqui, eu tenho certeza que deve dar para ver os peixes dentro da água — ela coloca os cabelos atrás da orelha e desce antes de mim. Acompanho-a, indo direto para o parapeito do terraço, enquanto o piloto se prepara para decolar novamente.

    Jade se debruça sobre o parapeito e o vento sopra os cabelos dela, obrigando-a a tirar alguns fios da boca. Apoio meus antebraços no concreto e me inclino para observar melhor o seu rosto. Ainda é cedo, o sol ainda não está tão quente, mas ainda assim sua pele brilha sob a luz. Ficaria horas assistindo seu sorriso e admirando a cor dos seus olhos, que se comparam bem com a cor do mar à nossa frente.

    — Vamos descer? Podemos arrumar as coisas e ligar para a Kiara antes de ir para a praia, quero saber se Mirella já acordou — ela diz empolgada, pegando minha mão para ir até a escada.

    — Ela vai ficar bem, não precisa se preocupar. Tenho certeza que vão passar mais tempo na casa da Melanie do que lá em casa. A Mirella está doida pelos bebês — digo, lembrando da euforia dela todas as vezes que fomos vê-los.

    — Eu sei, é que… tô com medo de chegar lá e minha filha ter aprendido a brincar com facas. — Eu dou risada, sabendo que apesar de difícil, não é algo impossível de acontecer.

    Ela franze a testa mostrando que está realmente preocupada, mas também deixa uma risada escapar. Chegamos ao andar debaixo da casa e a Jade fica estarrecida, balbuciando que é exagero uma casa dessas para passarmos uma semana. O quarto é de piso branco, paredes brancas com colunas de granito e uma parede de vidro com uma porta que dá a uma sacada de frente para o mar, cortinas automáticas e uma rede aparentemente confortável.

    A cama é enorme e os lençóis são de seda vermelha, tem pétalas de rosas brancas espalhadas pela mesma e embora eu não saiba o que significa, arqueio a sobrancelha pensando se isso foi ideia das meninas. Jade examina tudo, passando os dedos por cima do lençol e dos móveis, vendo a prateleira de livros à direita e a TV plana à esquerda, de frente a um sofá de três lugares em forma de C. Algumas pinturas também decoram o quarto e tem um closet giratório perto do banheiro. Quando cansa de admirar as coisas, ela resolve arrumar as nossas coisas e eu a ajudo, mas fico mais tempo admirando ela andar de um lado para o outro do que ajudando em alguma coisa. De repente ela percebe e para segurando um biquíni, franzindo as sobrancelhas para mim.

    — Você ouviu o que eu falei? — indaga, e eu balanço a cabeça para recobrar os sentidos. Balanço a cabeça de novo para dizer que não, embora eu me lembre perfeitamente de ter visto ela mexer os lábios, entretanto estava mais concentrado no movimento e não no que ela estava falando. — Eu disse que acabei, que você pode se trocar para descermos — repete ela, segurando o riso e ficando levemente corada.

    Eu assinto e volto a perder o foco quando ela tira a camisa que estava usando sem sutiã pela cabeça, expondo os seios. A pele clara um pouco pálida que a noite já vai estar marcada de bronze brilha sob a luz do sol que vem da parede, convidativa. Ela coloca o biquíni cobrindo o que estou implorando com os olhos para ter, e dá risada vendo como a encaro.