Capítulo 30 & Favor custa caro*

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Laura

A semana pra mim passou voando, já era sexta e nem me lembro direito o que fiz esses dias, o cansaço também tomou um pouco da conta.

Laura: Eu tô morrendo de fome. _Me jogo no sofá._

Apolo: Vai comprar alguma coisa, ainda são três da tarde. _Reviro os olhos._ Gente, papo aqui.

Mila me entrega um pote com salada de frutas, senta do meu lado e prestamos atenção no Apolo.

Apolo: Tem alguma notícia da Alma? _Negamos._ Não foi pra faculdade semana toda, e desde ontem pediu pra fechar a loja.

Mila: Uai, ela nunca foi disso, tentou falar com ela?  _Ele assenti._

Laura: Eu mandei mensagem e ela nem respondeu. _Falo comendo._ Falando nisso, vocês sabem se o Truta tá aí?

Apolo: Não sei, parece que ele foi em uma missão na quarta. _Olha o celular._

Mila: Vai falar sobre o negócio? _Se refere ao cofre._

Laura: Sim, preciso resolver isso ainda hoje. _Termino de comer._ Vou atrás dele, qualquer coisa me liguem, o jantar é por minha conta hoje.

Me levanto, coloco o celular no meu bolso e saiu de casa. Subo até os becos que normalmente os meninos sempre estão lá, é tão bom passar pelas pessoas e cumprimentar como se conhecesse a anos.

Chego em um beco e vejo o Muralha mexendo no celular, me aproximo dele e tento não pensar na Mila uma hora dessas.

Laura: Muralha? _Ele me encara, coloca o celular no bolso e vem na minha frente._

Muralha: E aí, o que faz aqui? _Cruza os braços._

Laura: Eu preciso falar com o Truta, tem como me ajudar?

Muralha: Tem sim, vem comigo. _Ele caminha na frente._

Ele para enfrente uma moto, sobe na mesma e faz um sinal pra mim subir atrás. Subo na garupa e fico bem afastada dele, não tô afim de sair em site de fofoca que de ser mais uma amante dele.

Não demorou cinco minutos e chegamos em uma casa que aparentemente parecia ser uma das bocas principais daqui, desço da moto, ele também e cumprimenta uns meninos que estavam ali na frente.

Truta: E aí, achei que ia embora. _Faz um toque com o Muralha e depois percebe minha presença._ E aí morena, tá fazendo o que aqui?

Muralha: Só vim trazer ela aqui, já tô vazando. _Sobe na moto._

Laura: Obrigada. _Sorrio pra ele e olho pro Willian._ Preciso falar contigo, pode?

Confesso que alguns olhares ali me incomodava, me deixava com um pouco de medo, aqueles olhos maliciosos que alguns caras que estavam ali tinham.

Truta: Vem. _Ele vira de costas._ E você vai trabalhar, não é pra ficar aqui cobiçando as mulher não. _Grita e levo um susto com a voz dele._

Entramos em uma sala, até que bem arrumada e limpa. Dadinho, Modelo e Magrinho estavam ali mexendo com dinheiro e fumando.

Modelo: E aí patroa. _Fala assim que me vê a acabo rindo._

Truta: Faz o seu aí, veio falar comigo não com você. _Me sento na cadeira ali e ele na minha frente._

Dadinho: Ignorância viu, querem ficar sozinhos também? _Willian me olha como se estivesse me perguntando._

Laura: Não, não precisa. _Sorrio._ É uma coisa rápida. _Encaro o Willian._ Preciso da sua ajuda.

Truta: Favor custa caro, morena. _Cruza os braços._ Fala aí.

Laura: Preciso tentar abrir um cofre, não tenho idéia de como fazer isso e a Mila deu idéia de pedir sua ajuda. _Cruzo as pernas._

Ele da uma risadinha e meninos param pra prestar atenção no que eu falava, Willian encara eles e voltam a fazer as coisas rapidinho.

Truta: Aonde tá isso? _Ergue as sobrancelhas._

Laura: Em uma casa no asfalto. Na frente daquele barzinho..._Falo baixo e ele ri provavelmente lembrando._

Truta: Pode pá. _Morde o lábio e me encara, pego meu celular._

Laura: O cofre é esse, na verdade preciso disso pra ontem. _Falo sem graça e ele pega o celular encarando a tela._

Truta: Aí magrinho. _Magrinho levanta e para atrás dele olhando o celular._

Magrinho: Complicado isso aí, mas se for de boa abro fácil. _William me entrega o celular._ Pra quando isso? _Me olha._

Laura: Preciso pra ontem. _Sorrio sem graça._

Truta: Hoje a noite vamos pra lá, as dez passo na sua casa. _Asenti e levantei._

Confesso que seria difícil, que seria burocracia e teria até dinheiro envolvido, mas não, em minutos conversamos e consegui.

Saiu dali e vou direto pra casa, sorte que era até que perto e era apenas decida.

Paro em uma padaria, compro um salgado e um suco, sento pra comer e mexo no celular.

Truta: Me vê uma coca, por favor. _Escuto sua voz atrás de mim._ Nem deu tempo de conversar direito. _Ele para do meu lado e senta._

Laura: Não queria atrapalhar seu serviço, é só por que preciso disso. _Suspiro._

Truta: Relaxa aí. _Um menino trás a coca na mesa._ Valeu. _Abre a latinha._ Quer cofre é esse?

Laura: Não sei, preciso justamente saber disso. Meu ex marido tá fazendo alguma coisa pra me fuder, e acredito que atrás disso tem muita coisa._Bebo um pouco de suco._

Truta: Então ele tá na casa? _Olho ele._

Laura: Não sei, a casa não tem nada, só isso e nem móveis, não tenho certeza se está morando lá ou não. _Ele concorda._

Truta: Beleza, fica suave que ajudo tu. _Ele levanta._

Laura: Obrigada, te devo essa. _Sorrio._

Truta: É só dar um chá, fica tudo suave. _Riu._ Tô zuando não, saudades já. _Ele sorri e sai._

Dou risada sozinha e volto a comer meu salgado com o suco delicioso de uva, tava com fome viu, meu deus.


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