Laura
A semana passou voando, parecia que nunca ia acabar os dias. Não é atoa que meus clientes de sábado todos desmarcaram, na verdade só tinha duas meninas na parte da manhã e uma senhora a tarde.
Apolo: Sabe gente, lembrei de uma coisa aqui. _Fala sentando na sala com nós._
Acabamos de almoçar, Apolo foi lavar as louças, eu e as meninas ficamos na sala fazendo as unhas pra se distrair mesmo.
Alma: Lá vem, fala ai. _Diz concentrada na sua unha._
Apolo: A Laura ainda não contou quem era o cara do final de semana passado. _Reviro os olhos e começo tirar minha cutícula._
Laura: Nem tenho o que falar. _Olho pra ele._ Foi apenas uma transa de uma noite, que não vai ser nada. _Ele mostra a língua._
Alma: Deixa ela. _Fala rindo e suspiro._ E o muralha, nada dele, amiga? _Pergunta pra Mila._
Mila: Me mandou mensagens esses dias, mas nem dei trabalho de responder. _Todo mundo olha pra ela chocada._
Apolo: Como é que é? _Grita._
Laura: Até eu que cheguei agora fiquei chocada com essa revelação. _Voltou fazer minhas unhas._
Mila: Para gente. _Ri._ Só quero minha vida de poder ir curtir um baile tranquila, sem ele encima e ninguém poder falar comigo.
Alma: Já sabe como funciona, uma vez amante sempre amante. _Resmungamos concordando._ O magrinho veio me dar ideia esses dias.
Apolo: Meu deus, muita informação. _Cruza as pernas e começa mexer nas unhas também._
Mila: Já não ficaram uma época?
Alma: Sim, mas ficou de casinho com uma menina ai por anos, nem sei quem é. _Balança os ombros._
Laura: E vai ficar com ele, ou sei lá?!
Alma: Não sei, falei que não to afim de nada agora, mas se tiver que rolar já era. _Fala simples._
Ficamos um tempo ali conversando, falando dos passados deles e perguntaram até do meu casamento e tudo mais. Eu sempre fui muito na minha, de não chegar e falar das minhas coisas pras pessoas, mas com eles é diferente, eu preciso disso pra mim.
Laura: Calma ai, eu já volto. _Pego meu celular e vou até na laje para atender._
Olho na tela do celular e é a minha advogada, pensa em uma mulher boa no que faz, ela que me ajudou nos processos dos meus pais e tudo mais de herança essas coisas. Essa mulher é foda, se chama Anna Paula.
Laura: Oi Anna, como vai? _Pergunto olhando pra vista._
Anna Paula: Olá Laura, vou muito bem. _Diz._ Será que tem como você vir até meu escritório, precisamos conversar. _Gelei toda._
Laura: Ta bom. _Falo um pouco assustada._ Daqui uma hora e meia estou ai.
Anna Paula: Ok, tudo bem. _Ela desliga._
Me apoio no muro que tem ali e respiro fundo, ela só pedi pra ir no escritório dela quando é algo sério.
Laura: Vou precisar ir resolver umas coisas no asfalto, precisam de algo? _Entro na sala._
Apolo: Não, pode ir na paz. Se precisarmos te ligamos. _Assenti e fui pro meu quarto._
Coloco uma roupa descente para ir até lá, ela não vai me levar a sério com um pijama de nuvem, ou vai?
Me troco rapidinho, arrumo meu cabelo em um coque penteado e para cima. Confirmo tudo no espelho, coloco um salto, pego minha bolsa, chaves do carro e saiu do quarto.
Laura: Estou indo, qualquer coisa me liga. _Abro a porta e eles resmungam alguma coisa concentrados na tv._
Saiu de casa e vou pro meu carro. Eu me esqueço que de sábado o morro fica uma correria que só, tão bom fazer parte dessa rotina, sabe? Vou até o escritório devagar, o trânsito do Rio estava um inferno.
Paro meu carro em uma das vagas que tinha ali, respiro fundo, pego minha bolsa e desço do carro. Entro no escritório e o ar gelado me arrepia toda.
Laura: Licença, vim falar com a Anna Paula. _A secretária sorri e pega o telefone._
Xxx: Pode entrar, ela está te esperando. _Sorri e assenti._
Caminho até sua sala e bato na porta, ela diz que podia entrar e sorrio assim que vejo ela.
Laura: Por favor, você está sendo o motivo do meu estress hoje. _Fecho a porta e ela ri._
Anna Paula: Calma, isso não vai nos ajudar em nada. _Me sento na sua frente._ Bom, o que vamos conversar é sério, mas não quero que se revolte ou algo assim. _Assenti._
Ela pega uma pasta preta com vários papéis dentro. Ela pega vários papéis e me entrega. Pego os mesmos e leio sem entender nada.
Laura: O que é isso? _Olho pra ela._
Anna Paula: O Rodrigo recebeu os papéis dos divórcio, mas seu advogado me ligou, diz que se recusou assinar. _Franzo a cenho._ Entramos com o divórcio consensual, que é algo mais rápido e tranquilo. Mas ele te trouxe outro, que é o divórcio litigioso. _Respiro fundo._
Anna Paula: Ele disse que tem direito a metade da casa de vocês, ajudou com metade das coisas.
Laura: Pelo amor deus, não. _Riu nervosa._ Anna, eu construí aquela casa sozinha, cada ponta e cada detalhe eu quem peguei, ele se ajudou foi apenas com o espelho do banheiro.
Anna: Sinto muito, mas nesse papel ai, diz que o terreno está no nome dele. _Encaro aqueles papéis._ Sua assinatura está ai, aonde diz que passa o terreno no nome dele. _Passo a mão no cabelo._
Laura: Eu nunca assinei isso. _Jogo os papéis na mesa._ Nunca que ia passar a minha casa pro nome dele. _Fico nervosa._
Anna: Essa assinatura é sua? _Me estica o papel e encaro, era realmente minha assinatura._
Laura: É minha, mas nunca assinei isso, apenas assinei no dia que fechei compra do terreno. _Minhas pernas começam a tremer._
Anna: Você tem os originais? _Assenti._ Tudo bem, preciso deles o mais rápido possível.
Na minha cabeça não passava nada, apenas que já perdi minha casa, a casa que construí com todo meu esforço, que escolhi cada detalhe que era do meu sonho. O desgraçado consegue tirar até isso.
Laura: Qual a chance de falsificação?
Anna: Bom, isso é algo sério é outro processo, por isso preciso do original pra gente ver isso direito, me diz o nome de quem comprou vou ver o que consigo.
Passo todos os dados que a Anna Paula me pediu, assinei mais papéis e ela me deixou mais tranquila com muita coisa. Saiu dali com a minha cabeça a mil, com mil e uma ideias sem noção na cabeça.
Laura: Desgraçado, filha da puta..._Bato no volante com tudo e deixo minhas lágrimas escorrerem._
MARATONA ON 4/6
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Razões De Uma Noite
RomansaAs vezes a sua melhor versão está em um bar, aonde você tem toda certeza que nunca mais vai ver na sua frente. Mas o destino faz com que isso mude, e toda vida se transforma e vira de cabeça para baixo.