Laura
Não tinha reação, não tinha perguntas e muito menos como agir diante a ele. Vou mentir se eu dizer que estou com medo, porque eu não estou, acho que por saber que é ele, mas me causa arrepios por não saber do que ele é capaz.
Depois daquela mini conversa no carro, o cara me apagou e simplesmente acordei quase agora e um puta quarto. Vou confessar, achei que fosse estar em um lugar sujo, sem ver nada e muito menos com uma cama.
Mas não, um quarto enorme, com espelhos por todo lugar, tudo arrumado, cheiroso, um banheiro em na frente da cama, que o pouco que vejo é enorme também. Me levanto da cama, minha cabeça parecia que ia explodir.
Vou até a janela gigantesca que tinha ali, e claro, estava tampada com algo preto e todo escuro, ai me toque que o que iluminava a quarto era o lustre. Suspiro e vou até a porta, assim que mexo na maçaneta a mesma se abre. Desço ou fico aqui?
Desço, não sou obrigada ficar presa aqui. Ao olhar o corredor me da uma canseira só de pensar em descer e andar essa casa, nem precisa de academia. Enquanto tento achar alguém e alguma coisa, penso o que fazer.
Rodrigo detesta deboche, que passa por cima dele ou faça algo que não mandou, então vou fazer tudo isso, não quis me sequestrar? Agora aguenta, ou me fodo com isso ou ele me manda embora.
Assim que chego no final da escada, escuto vozes masculinas altas e grossas, olha pro lado e todos ali sentados no sofá. Tinha uns dez caras ali sentados, como se fosse um domingo a tarde tranquila.
Laura: Agora eu realmente percebi que você é um frouxo. _Caminho até eles enquanto todos me encaravam._ Oi companheiros, como vão? _Sorrio cruzando os braços._
Rodrigo: Achei que não fosse mais acorda. _Levanta do sofá e fica cara a cara comigo._
Laura: Não estava afim não. _Ando pela sala sentindo os milhares olhares encima de mim._ Mas estou com fome. _Me viro pra eles e sorrio._ Tem o que pra comer?
Rodrigo: Nada, então pode ir pro quarto de volta. _Assenti._
Tento olhar pra fora de toda forma, mas todas as janelas estão com cortinas, pelo menos sei que é de dia.
Laura: Ta bom, então quero uma pizza com um refrigerante bem gelado.
Encaro o Rodrigo e passo por ele indo pro quarto, assim que subo as escadas e escuto os caras rindo logo ele mandando todos eles calarem a boca. Dou risada e volto pro quarto correndo, acho que alguém não gostou.
Assim que entro no quarto, não da segundos e ele abre a porta correndo. Sento na cama e encaro ele.
Rodrigo: Dá próxima vez que falar merda na frente deles, acabo com a sua vida. _Ele chega bem na minha frente, dou risada._ Tem palhaço aqui? _Coloca a mão na cintura._
Laura: Tem um bem na minha frente. _Suspiro._ Quando chegar minha pizza, me chama por favor. _Me levanto da cama, mas ele agarra meu braço._
Rodrigo: Quero ficar suave contigo nessa merda. Não testa minha paciência, fica tranquilona e como se essa casa fosse sua. _Ergo as sobrancelhas._
Laura: Se a casa é minha eu quero minha pizza. _Tiro meu braço._
Rodrigo: Demorô. _Coloco a mão na cintura._ Vamos tentar ficar de boa? _Assenti e ele sai do quarto._
Laura: Só na sua cabeça que vamo ficar de boa. _Dou risada e vou até o banheiro._
...
O dia passou em um lentidão que só, não tinha nem um relógio ou qualquer outra coisa que me avisasse que horas são. Não tinha o que fazer, o maldito ainda trancou a porta e não consigo sair de jeito nenhum.
Depois de perceber que não tinha mais nada pra fazer e não ia sair daqui de nenhuma maneira. Tomo um banho, graças a Deus o desgraçado comprou e deixou todas minhas coisas que uso pra banho.
Assim que saiu do banho levo um susto ao ver um cara alto, todo encapuzado e com algo na mão.
Laura: Ai que susto filha da puta. _Coloco a mão no peito e ligo o abajur._
Magrinho: Foi mal patroa. _Ligo todas as luzes e ele tira o capuz._ Trouxe comida pra ti, ta o dia todo sem comer ai. _Sorrio._
Me aproximo dele, pego uma marmita quentinha que estava em suas mãos, sento na cama, ele senta na poltrona na minha frente.
Laura: Tu não trabalha pro Truta? _Abro a marmita e minha boca saliva com aquela comida cheirosa._
Magrinho: Pode crê. _Ele fala baixo._
Laura: Tu era o x9 que toda esquina todo mundo falava? _Começo a comer e ele assente._ Por que? Sabe que tu não sai vivo daqui né?
Magrinho: Sei, por isso tô aqui. _Encaro ele sem entender._ Truta já fez muito por mim, agora preciso pelo menos ajudar ele encontrar tu patroa, tá ligada?
Laura: Sim, mas pra mim não faz. _Pego uma latinha de coca que estava no criado mudo._ Sabe por que o Rodrigo fez isso?
Magrinho: Cara ta loucão querendo reconquistar tu. _Dou risada e abro a latinha._ Diz ele que tu vai voltar querendo ou não.
Laura: Coitado. _Bebo um pouco do refri geladinho._ A gente tá aonde?
Magrinho: Cara é burro demais, Laura. _Ele ri e volto comer._ Estamos na casa do lado que era de vocês. _Arregalo os olhos._ Poisé.
Laura: Preciso sair daqui, Magrinho. _Paro e penso._ Como vou fazer isso? Acha que o Truta vem atrás?
Magrinho: Ele já tá atrás de tu. _Confirma._ E tá foda pra mim, tá ligada? Não posso falar a real aqui e nem lá. _Ele suspira._
Laura: Sai dessa cara, tu vai sair morto dessa jogada. _Encaro ele._
Magrinho: Vou sair morto das duas formas, sendo pelo Truta ou Rodrigo. _Fala desanimado e levanta._ Preciso ir, vou tentar falando contigo sem ele perceber. _Concordo._
Laura: Toma cuidado tá? _Ele sorri e confirma._
Magrinho: Pode pá, patroa. Fé aí. _Abre a porta e sai._
Willian está atrás de mim! Isso me surpreendeu, mentira, sempre soube que no fundo ele ia vim atrás ou sei lá.
Não queria meter ele nessa situação, Rodrigo está com problema comigo e não com mais ninguém. Mas sei também, que ele é a única pessoa que pode me tirar daqui.
Preciso irritar o Rodrigo, preciso de alguma forma sair daqui, e vou pegar no pé dele e ele se arrepender disso tudo até o último minuto.
Com o Magrinho aqui estou mais de boa!
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Razões De Uma Noite
RomanceAs vezes a sua melhor versão está em um bar, aonde você tem toda certeza que nunca mais vai ver na sua frente. Mas o destino faz com que isso mude, e toda vida se transforma e vira de cabeça para baixo.