Capítulo 6 & Foi um erro*

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Truta

A pior coisa aqui na favela é de terça, essa porra é dia de cobrança e não gosto disso. Papo reto, os menor aqui entrou a pouco tempo e não sabe fazer porra nenhuma sozinho, parece que precisa da mamãezinha.

Modelo: E ai, papai. _Diz entrando na minha goma e já olho estranho pro cara que estava moscando do seu lado._

Truta: Qual foi? _Cruzo os braços olhando pra eles._

Modelo: Esse filha da puta aqui é o que roubou a dona Marta. _Concordo e analiso o cara._

Truta: Leva pra salinha. _Ele ia saindo._ Aí modelo..._Ele se vira._ Não quero mais essa putaria aqui não, esse assunto só lá encima. _Ele assenti e sai._

Olho meu relógio e vejo que preciso ir. Coloco minha peita no ombro, pego meu celular e a chave da moto.

Saiu de casa e fico de saco cheio assim que vejo as oferecida dando sorrisinho pra mim. Tô ligado que fico com umas aqui e outras ali, mas tenho minhas preferidas e não troco por nada, melhor do que perder tempo.

Chego em uma das bocas e já vou pro meu canto, aja muita paciência pra esses menor.

Magrinho: Tudo aqui. _Diz jogando uma mochila na minha mesa e dou um sorriso._ 

Truta: Tu tá sagaz ultimamente em? _Dou um tapa na cabeça dele e sento na mesa._ 

Magrinho: Pai não mosca mais não. _Abro a bolsa._ Uns menor do beco escuro não acabou ainda, geral pagando. _Concordo e acendo um._

Modelo: E aí caralho. _Entra com tudo na minha sala._ Vom da um pião hoje?

Truta: Segura a onda cuzão, terça ainda. _Começo contar meus papel azul._

Modelo: Sem neurose chefe, dou conta de tudo. _Pisca pra mim e nego._

Magrinho: Ai chefe parece que tem uma professora da Alma chamada Laura, querendo falar contigo. _Entorto a cara._

Muralha: Assunto parece sério, vai lá que termino aqui. _Ele entra na sala e agradeço saindo._

Já pego o radinho e mando um dos vapores trazer a tal professora em uma das minhas goma, subo na minha moto e vou correndo pra lá.

Alma e eu nunca fomos tão próximos, tá ligado? Mas depois que aconteceu umas coisas com a minha mãe a gente se uniu demais, ela sempre foi inteligente, diferente de mim que sei o básico da escola.

Já bate neurose por saber o que pode ter acontecido, querendo ou não é minha irmã e defendo de todas as formas.

Chego e já abro a casa toda, dou uma arrumada por cima só pra dar uma boa impressão. Escuto a buzina do carro e já abro a porta esperando.

O que eu esperava? Uma velha, baixinha, gordinha e cheia de bolsa na mão, mas não, sai aquele morenão do bar daquele dia.

Engulo seco ao analisar ela toda, cabelo enrolado, óculos cobrindo seu rosto maquiado, calça jeans, uma blusinha um pouco curta branca, um blazzer branco, salto, bolsa de marca e iphonezão na mão.

Nome dela não era Rebeca?

Laura: Bom dia! _Diz sem reação nenhuma._ 

Apenas assenti e dou espaço pra ela entrar, fecho a porta e não deixo de olhar ela de costas, tinha esquecido essa visão.

Truta: Tá de boa? _Aponto pro sofá aonde ela senta._ Quer água? Ou sei lá, uma breja? _Ela ergue a sobrancelha e nega._

Sento na mesinha de centro que estava na sua frente e ela ergue os óculos pro cabelo. No dia estava escuro demais, nem tinha percebido toda essa beleza.

Laura: Eu sou a Laura, professora de psicologia da Alma. _Fico sério e encaro ela._ Estou preocupada com algumas atitudes dela, tudo bem a gente conversar?

Truta: Teu nome não era Rebeca? _Ela engole seco._

Laura: Tudo bem falarmos sobre ela, ou prefere outro dia? _Muda de assunto._

Olho mais ela e encaro sua mão, sua aliança de ouro nos dedos me chama atenção. A filha da puta ainda é casada.

Truta: E ainda é casada. _Cruzo os braços e dou uma risada fraca._

Laura: Willian, não estou aqui pra falar sobre aquela noite e sim sobre a sua irmã, podemos ou posso me retirar? _Fecho a cara e encaro ela._

Nunca falo meu nome pra ninguém, aliás lá no asfalto sou Willian e aqui o Truta! Mas, quando ela disse meu nome me deu um arrepio, se é louco. 

Truta: Aqui na favela é Truta, não Wilian. _Ela assenti e cruza as pernas._ Pode manda o papo. 

Laura: Não iria vim aqui se eu não achasse isso sério. _Assenti._ Sua irmã estava muito diferente hoje, seu pescoço tinha algumas marcas roxas . _Meu sangue já sobe._

Truta: Acha que pode ser o que? _Ando de um lado para o outro._

Laura: Não sei exatamente, mas sei que sua irmã não está nada bem e quero tentar ajudar de alguma forma. Não sabe de nada? _Encaro ela e nego._ Tudo bem, posso ajudar com isso?

Truta: Pode cré. _Ela sorri e se levanta pegando sua bolsa._

Por uns segundos minha mente viaja e lembro de nós dois naquele banheiro. A pele da mina quente sobre a minha, seu olhar de safada e toda aquelas sensações. A mulher é gatona, ta ligado?

Truta: Ai? _Pergunto saindo do transe e ela ainda me olhava._ Se pá a gente tem algo pra desenrolar.

Laura: Não temos, só vim falar sobre a Alma. _Ela se vira, mas me aproximo e paro na sua frente._

Truta: Tá fugindo pra que, mano? _Cruzo meus braços e ela ergue a sobrancelha._ Tu tá de caô pro meu lado e não quer falar nada?

Laura: Quer saber o que? _Se aproxima de mim._ Que aquilo que rolou foi apenas uma noite e não vai rolar de novo? Que aquilo foi algo errado, e que nem tinha ideia que íamos nós ver de novo?

Truta: Tu ta ligada que aquilo foi coisa de momento, mas que foi daora pra caralho foi. _Ela suspira e morde os lábios, me fazendo encarar eles._ Só fala a real.

Laura: Tu já sabe, meu nome é Laura e sou uma mulher casada, era isso que queria saber? _Assenti._ Então pronto. _Ela abaixa seus óculos._ Foi sim a melhor transa que já tive, mas isso foi um erro.

A mina sai de perto de mim e não tenho nem cabeça pra ir atrás dela. Só deixei ela e tenho que esquecer por completo aquela noite e todas as loucuras que ela me fez sentir.


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