Capítulo 63 & Me desculpa

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Truta

Eu tava putão, fiquei esses três dias sem dormir direito, não tirava a tela do celular, do computador e muito menos deixava os cara sair de perto sem informações.

Minha cabeça tava a mil, por tudo que fiz com ela a cabeça explodia só de pensar no que aquele filha da puta podia estar fazendo com ela. E sabe qual o pior? Sabe que esse desgraçado entrou na minha quebrada.

Já tava ficando mal já, por ficar días sem dormir e ficar atrás dela. Mais nada além de encontrar ela me importava parceiro.

Vendo os amigos dela mal, me deixava malzão. Vê geral atrás e não achar nada, me deixava malzão. Não ter idéia de como ela estava, lê deixava malzão.

Muralha: Vai dormir mano, não tem mais o que fazer, só esperar ela acordar. _Ele coloca a mão no ombro e ergo minha cabeça que estava abaixada._

Truta: Não da não, parceiro. _Passo a mão na cabeça e encosto a cabeça na parede._ Saber que esse filha da puta tá por aí e pode entrar aqui, deixa minha cabeça pilhada.

Não conseguimos pegar ele!

Assim que entramos na casa, o desgraçado conseguiu pular a janela e sair muntado em uma moto, os cara correu atrás dele até um certo ponto, mas perderam de vista e já era.

Muralha: Os cara estão envolta desse prédio todo, ele não entra aqui. _Senta do meu lado._ Tem o quarto de visita do lado do dela, vai lá e amanhã é outro dia.

Na moral, só queria que ela tivesse o melhor atendimento possível, no melhor lugar e melhor hospital. Se não for o melhor, a porra do meu dinheiro todo ficou aqui atoa.

Assenti minha cabeça pra ele, me levanto e vou até o quarto ela.

Papo reto, não conseguia chegar e olhar pra ela, os únicos minutos que olhei pra ela foi antes dela desmaiar na casa, depois não conseguia encarar seu rosto.

Passo reto da sua cama, vou pra outra porta dentro quarto, passo por ela e entro no quarto de visita.

Suspiro cansadão, fecho minha janela e ligo o ar. Pego a toalha que tinha ali encima e vou pro banheiro.

Tava tudo cheio de vidro pela minha roupa, não tinha nem percebido. Pego meu celular e mando mensagem pro Muralha pegar uma roupa qualquer e trazer pra mim.

Entro no banho e tomo um banho tranquilo, chuveiro mó bom e água quentinha irmão.

Enrolo a toalha na minha cintura e espero a minha roupa.

Decido sair do quarto pra esperar, mas assim que abro a porta meu rosto vai direto pro seu rosto.

Assim que eu cheguei na casa, ela estava muito machucada. Seu coro estava cheio de cortes pequenos, os cacos de vidros estavam grudados em seu cabelo e roupa.

Ela estava irreconhecível, parecia que estava muita mais magra em apenas três dias, rosto fino e sem expressões.

Minha fica estava caindo, bem agora, com ela nessa cama de hospital.

Me aproximo da maca, encaro um pouco seu rosto que estava iluminado apenas pela luz que vinha de um abajur pequeno.

Seu rosto estava com dois curativo, um na bochecha e um na testa. Seu corpo do peito pra baixo estava coberto, mas vi seu colo com cortes e uns arranhados. Desço meu olho pro seus braços.

Irmão, que baque, fala pra tu. Ver ela assim me deu mó coisa estranha, engulo seco e seguro sua mão com cuidado.

Ela estava toda machucada, cheia de pomada e eu não tinha nem coragem de relar nela com medo dela sentir dor, ou sei lá o que.

Truta: Me desculpa..._Sussurro e acaricio sua mão de leve._

Era culpa minha! Se eu tivesse ficado com ela naquela noite, nada disso tinha acontecido.

Se eu tivesse visto sua mensagem antes, nada disso tinha acontecido.

Se eu estivesse ao seu lado, nada disso tinha acontecido.

Se a gente não tivesse brigado, nada disso tinha acontecido.

Se eu não fizesse merda, nada disso tinha acontecido!

Acordo pra realidade assim que alguém abre a porta e vejo um dos meus, vou até ele e pego minha roupa, volto pro quarto e me troco.

Não vou conseguir ficar, não vou conseguir ficar suave com ela assim, só vou ficar suave quando ela estiver bem.

Muralha: Tá aí, Truta? _Bate na porta._

Termino de colocar a bermuda e abro a porta.

Truta: Fala aí. _Dou de costas e coloco a camiseta._

Muralha: Sei que a barra tá pesada por conta da Laura...Mas o Magrinho não resistiu, mano. _Olho pra frente e paraliso._

Magrinho era um dos meus, tratava como um irmão e sempre dava a assistência que precisava, mas o cara falhou comigo, falhou como irmão e como traficante de responsa.

Papo reto, certeza que esse tal de Rodrigo falou alguma parada, conheço o Magrinho das antiga, ele não ia fazer isso comigo, não com a minha favela nem com a Laura.

Truta: Vou pra casa! _Pego minhas coisas e passo por ele._

Saiu do quarto atordoado, caralho que dia tenso mano, tomar no cu, que caralho memo.

Perdi meu perceiro e quase perdi minha morena!

Truta: Aí seus filha da puta, pega a visão..._Mando áudio no grupo dos menor enquanto entro no meu carro._ quero geral atrás desse filha da puta do Rodrigo, o cara fez um dos nossos partir dessa pra melhor e quase levou minha mina junto. Quero geral atento, quem achar esse desgraçado vai ganhar uma grana boa. _Desligo._

Entro no carro puto, dou uns socos no volante até ver minha mão ficar vermelha e não conseguir mais descontar minha raiva nisso.

Algo go que parecia impossível de acontecer, algo que nunca imaginei ter que enfrentar, algo que me pegou de surpresa e justamente no momento em que eu estava disposto a recomeçar, tudo desmorona.

Chego em casa já com o cansaço batendo forte, a adrenalina tinha abaixado então o cansaço mais ainda. Só sei que cheguei em casa jogando minha roupa em qualquer canto, ligando o ar e deitando na minha cama.

Preciso de paz um pouco, preciso descansar e ficar suave.

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