Capítulo 82 & Vai dar certo.

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Laura

Eu estava apreensiva demais, medo e tristeza ao mesmo tempo.

Assim que vejo o Willian cair no chão e aquele sangue saindo do seu corpo, paralisei e não sabia o que fazer. Só sabia gritar, chorar e tentar me proteger.

Marta: Toma uma água com açúcar, você precisa se acalmar. _Dou um sorriso meigo e pego o copo._

Estamos no hospital, já são três e pouca da manhã e nada de darem notícias dele, não sabemos mais nada.

Laura: Mas não é possível, todo esse tempo sem uma notícia. _Me levanto de novo._

Mila: Amiga, calma. _Para na minha frente._ O estado dele é delicado, precisa de atenção. _Tomo o restante da água._

Lembro do seu corpo gelado perto do meu, ele tentava ficar acordado mas tinha hora que não conseguia. Eu conversava com ele, dava atenção pra ele enquanto tudo desmoronava a nossa volta.

Dadinho: Patroa, não quer ir pra casa? _Nego._ Levo você e depois eu volto, qualquer coisa dou notícias.

Laura: Não, vou ficar aqui. _Falo firme._ Se vocês quiserem ir podem ir. _Falo pra Mila e Apolo._

Marta: Podem ir eu fico aqui com ela. _Eles assentiram._

Apolo: Nosso celulares vai ficar ligado, qualquer notícia avisa. _Balancei a cabeça._

Me despedi deles, respirei fundo e me sentei de novo na cadeira.

Fecho meus olhos e deixo as lágrimas tomarem conta de mim. Uma sensação ruim, uma apreensão que nunca senti na vida.

Eu sei que ele vai ficar bem, ele precisa ficar bem!

•••

Marta: Laura, acorda filha. _Sinto ela mexendo no meu cabelo._

Levo um susto ao perceber que acabei dormindo, levanto minha cabeça e encaro o hospital.

Laura: Oi, aconteceu alguma coisa? _Encaro ela._

Marta: O médico quer falar com a gente na sala dele, vamos? _Assenti nervosa._

Me levanto, arrumo meu cabelo e coloco a bolsa no ombro. Ela me acompanha até a sala do médico e batemos na porta.

Medico: Entrem. _Diz do lado de dentro e abrimos a porta._

Marta: Licença doutor. _Ele sorri e aponta para as duas cadeira a sua frente._

Fecho a porta, suspiro e sento em uma das cadeiras, enquanto isso a Marta fica em pé atrás de mim.

Laura: Como ele tá? _Já pergunto._

Doutor: Bom..._Ele respira fundo._ O estado dele é bem delicado. O senhor Willian teve uma hemorragia muito grande, tivemos que abrir para controlar. Não podemos tirar a bala por enquanto, se ele perder mais um pouco de sangue, corre risco piores.

Marta: E-e como ele fica? Ele vive com isso? _Pergunta nervosa._

Doutor: Já localizamos a bala, não está difícil, mas tem a questão de perder sangue. Precisamos de uma transfusão de sangue o mais rápido possível, essa bala pode se locomover e romper algum órgão. _Meu coração acelera._

Laura: Calma aí. Deixa eu ver se entendi. _Falo rindo nervosa._ Essa bala só vai poder ser retirada se conseguirmos o sangue dele? _Ele assenti._ Essa fácil então, eu posso doar sem problemas nenhum.

Médico: O tipo sanguíneo dele é AB, ele só pode receber de alguém que tenha o mesmo tipo que ele. _Suspiro._ O seu também é? _Nego._

Marta: E o que podemos fazer? Isso é urgente, meu deus. _Passa a mão na cabeça._

Médico: No nosso aposto esse tipo sanguíneo acabou, e nem dos hospitais daqui tem, vocês precisam achar alguém que tenha o mesmo tipo. _Assenti._

Marta: Isso a gente consegue. _Ela coloca a mão no meu ombro._ Ele tá acordado?

Médico: Não, e não sabemos se vai acordar. _A mão dela apertou meu ombro e sinto meu olho pesar._ Ele está na UTI, não pode acompanhante, apenas visita uma hora da tarde.

Encaro o relógio no pulso e são seis horas da manhã, eu queria tanto ver ele, só ver, sentir a mão dele na minha e ficar mais tranquila.

Médico: Eu vou pegar uns papéis pra assinar, já volto. _Ele se levanta._

Marta: A gente vai precisar ser forte. _Ela se ajoelha do meu lado e pega na minha mão._ O nosso meninão precisa da gente juntas, fortes e não ficar chorando por aí. _Aperto sua mão._ Vamos atrás de alguém, e vai dar certo. _Assenti._

Respiro fundo e fico mais tranquila. O médico volta e da uns papéis pra Marta assinar, pegamos mais algumas informações e saímos dali.

Não queria atrapalhar Dadinho ninguém, então pedi um Uber para irmos embora.

Não tinha nem papo pra nós, não tinha nada, parecia que estávamos vazia dentro daquele carro e a única pessoa que podia alegrar nós era ele.

O Uber para no pé do morro, os flashs da noite passada invadem minha mente e fico abalada. Pago o motorista e saiu rápido do carro.

Laura: A senhora quer que eu fique na sua casa?

Marta: Pode ser, preciso de companhia uma hora dessas. _Sorri fraco._ Vai pra casa e arruma suas coisas, não precisa de pressa, vai no seu tempo. _Assenti._

Modelo: E aí, não ligou pra ir buscar por quê? _Para na nossa frente e cruza os braços._

Laura: Não queria atrapalhar vocês. _Suspiro._ Pode levar a gente pra casa?

Modelo fez sinal com a cabeça e seguimos ele. Entramos no carro e ele levou nós pra casa, me deixou primeiro e depois dona Marta.

Entro em casa e agradeço pela Mila e Apolo estarem dormindo. Vou pro meu quarto, jogo a bolsa no chão e suspiro.

Eu queria ele aqui, perto de mim, me dizendo que foi só um tiro de raspão e está bem, até mesmo com aquele cheiro de maconha exalando o quarto, a gente perdeu tempo.

Me jogo na cama e encaro o teto. Não percebi que meu corpo estava tão cansado, só tirei meu tênis e me ajeitei na cama.

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RETA FINAL!





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