Laura
Eu sei que errei, escondi a verdade por um tempo, mas não era uma coisa simples de chegar e falar assim na cara. Sei que é uma parada séria e ainda em relação a família, mas precisava disso? Talvez sim, não sei.
Não sei como cheguei em casa, de que forma. Cheguei perdidinha, sorte que Apolo nem Mila estavam aqui, se não eu estava perdida.
Tomei um banho pra me relaxar, ou tentar ficar relaxada.
Claramente, não consegui. Fui até a cozinha e peguei uma vodka que tinha ali fechada, não sei como parei, o que.
A bebida ultimamente tem feito umas coisas boas na minha vida, parece um tipo de salvação talvez, não sei dizer muito bem,, só sei que me alivia de uma forma boa, ou nem tanto boa assim.
Não lembro de mais nada, só do Apolo chegando em casa e me ajudando a levantar do chão. Assim que levanto sinto meu corpo desligar, ai realmente não lembro de mais nada.
...
Acordei assustadas assim que a luz do quarto é acesa, tento abrir o olho mais estava impossível, aquela dor de cabeça e aquela sensação ruim de ressaca invade meu corpo.
Mila: O que tinha na cabeça de ficar louca as oito da manhã? _Sinto ela sentar no pé da cama._
Laura: Deu vontade. _Falo tentando abrir os olhos melhor._
Apolo: E eu tive vontade de dar na sua cara, mas não dei. _Dei um risinho._ Levanta e como isso.
Viro pra ele que estava com um prato na mão, na outra um copão de suco. Me ajeito na cama, Mila coloca o travesseiro no meu colo e ele o prato encima.
Mila: Toma isso. _Me entrega dois remédios._
Pego o copo da mão do Apolo e os remédios da mão dela. Tomo aquilo, mas o suco não desceu direito não.
Apolo: Segunda vez que acontece alguma coisa e corre pra bebida. _Senta na cama também._ Não acha que precisa de uma ajuda?
Encaro o prato e vejo uma sopa batida, o cheiro estava uma delícia, então comecei a comer.
Laura: Eu estou bem. _Confirmo levando uma colher na boca._ Só foi uma tentação, nada demais, confia.
Mila: Não, não confio. _Ela olha pro Apolo._ Dadinho contou pra nós o que aconteceu, como tá com isso? _Suspiro, mas uma colher em minha boca._
Laura: Eu já sabia. _Eles não tiveram reação nenhuma._ Willian brigou comigo, com razão, mas isso só me deixou mal.
Apolo: E em relação o Rodrigo? _Tomo suco._
Laura: Quero matar ele! _Engulo seco._ Esse desgraçado acabou com a minha vida, tirou tudo que eu tinha, ele não vai acabar com a vida do Willian e da Alma.
Mila: Deixa, isso eles vão resolver, você não precisa fazer mais nada. _Nego._ Não o que? Quer se afundar mais ainda por conta desse idiota?
Laura: Quero vingança, Mila. _Volto a comer._
Mila: Não é matando ele e com você na cadeia que vai se vingar, o mundo faz isso. _Nego de novo._
Laura: Quero que ele sofra tudo que passei, um pouco pior.
Tenho ciúmes em excesso, raiva em excesso, idiotice em excesso, alegria em excesso, tristeza em excesso. Amor em excesso... Eu gosto do muito, o pouco não me satisfaz.
Não há nada de errado em sentirmos raiva, tristeza, paixão, inveja... É humano. Só não devemos deixar que as emoções nos dominem e nos impeçam de fazer aquilo que estamos fazendo.
Mas no momento, estava tomando conta.
Apolo: Aí, Truta tá doidão lá no barzinho. _Diz lendo algo no celular._ Dadinho quer sua ajuda, ta chamando por você.
Levantei correndo da cama e pego uma roupa quente, por um milagre está frio no Rio.
Mila: Laura, você não tá bem. Quer que eu te leve? _Ela levanta da cama._
Laura: Não, tô indo! _Pego a chave do carro e saiu do quarto._
Quando disse que iria colocar uma roupa quente, era apenas uma blusa. Mas assim que coloquei meus pés na rua, me arrependi. Muito frio.
Entro no carro me tremendo, dou partida no carro e vou até barzinho principal daqui, bem lá embaixo.
Assim que chego, não tinha muita gente. Claro, a maioria dos vapores, uns bebendo e outros jogando sinuca.
Estaciono carro na frente, Dadinho já vem na minha direção com o Modelo.
Laura: Cadê ele? _Fecho o carro._
Dadinho balança a cabeça pedindo pra entrar, acompanho ele até uma mesa. Ele estava com um whisky quase pela metade, rindo e uma cara mais chapada de tudo.
Laura: Des de que horas tá aqui? _Pergunto pra eles._
Modelo: Dês de tarde, papo reto patroa, nunca vi ele assim não. _Cruza os braços._
Laura: Ele cheirou aquela merda? _Apontou pra carreira branca que estava do seu lado._
Dadinho: Não, só misturou tudo que tinha direito. _Assendi._
Coloco a chave no bolso e paro do lado do Willian, ele para de rir e me encara de cima a baixo.
Juro, todos esses anos nunca achei que fosse vim buscar marmanjo em bar, bêbado essas horas da noite.
Ele fecha a cara, mas sou pior, coloco um bico na cara e cruzo os braços.
Truta: Tá fazendo o que aqui? _Diz olhando pra frente, mas sem olhar pra mim._
Laura: Vamo embora, vim te buscar. _Falo baixo._
Truta: Veio atoa, pode vazar. _Fala tudo torto._
Laura: Vamo logo. _Falo sem paciência._
Truta: Eu não vou não parceira, tá loucona? _Ai sim ele me encara._
Laura: Louco tá ficando você, levanta dessa cadeira e vamo embora. _Ele ri._
Truta: Tu acha que manda é? _Ele ri mais ainda._
Laura: Não eu não acho, eu tenho certeza. _Afirmo._ Te dou a chance de chegar em casa bem, ou subir naquela moto e bater a cabeça no primeiro poste.
Truta: Aí, vou por que preciso de carona. _Ele levanta._ Não por que tu tá mandando. _Dadinho ri do meu lado._
Laura: Paga a conta. _Ele me encara torto e vira os olhos._ Anda.
Truta: Ta ficando abusadona. _Ele pega a carteira no bolso._
Ele tenta se equilibrar, mas balança pra tudo que é lado e não consegue nem tirar cartão da carteira. Suspiro, pego a carteira e vou até o balcão.
Sorte que não tinha ninguém, só pedi a conta dele e coloquei aproximação. Nem vi o valor.
Laura: Vamo logo. _Coloco a carteira no bolso dele._
Truta: Calma morena, tem muita gente aqui. _Ele ri sapeca e encaro ele rindo._
Laura: Dadinho leva a moto dele pra mim, vou levar ele de carro. _Ele assenti._
Coloco a mão nas costas dele e dou um empurrãozinho pra ele andar. Se não seguro ele pelos braços, cara quase caí de cara no chão.
Destranco o carro e ele abre a porta de trás se jogando no banco. Olha, uma hora dessas eu tenho que rir pra não chorar, arrumo ele direito e fecho a porta.
Dou a volta no carro e entro no mesmo. Nao coloco o cinto nem nada e parto pra casa dele.
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Razões De Uma Noite
RomanceAs vezes a sua melhor versão está em um bar, aonde você tem toda certeza que nunca mais vai ver na sua frente. Mas o destino faz com que isso mude, e toda vida se transforma e vira de cabeça para baixo.