3-Leonor Almeida

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Abri os meus olhos quando os primeiros raios solares começaram a aparecer pelas janelas do carro.

Afastei o cobertor para trás e segurei no pequeno arco e flecha ao meu lado quando através da janela do carro vi três grandes criaturas lá fora.

Baixei-me outra vez e chamei pelo meu pai que ainda estava a dormir.

-Pai...pai...-toquei no seu ombro-acorda.

-O que...-ele não terminou de falar, pois eu fiz sinal para ele se calar.

-Criaturas...-senti as minhas lágrimas descerem pelo meu rosto.

O meu pai logo se pôs em posição de ataque pegando na sua arma que atirava balas de prata.

As três criaturas estavam de costas, mas muito lentamente se viraram na nossa direção rosnando.

-Pai...-sussurrei.

-Merda...-ele falou-vamos fazer o seguinte...quando eu contar até três, saímos do carro e eu vou em direção às criaturas e tu foges e...

-Não...-chorei-isso é suicídio e...

-Leonor ouve-me bem...-o meu pai agarrou nos meus ombros-a tua mãe morreu nos meus braços e eu prometi-lhe que nunca deixaria que nada nem ninguém te magoasse e é isso que eu vou fazer, percebeste? Nem que para isso eu precise de morrer.

-Mas...

-Acabou aqui o assunto-ele falou chateado e um pouco assustado.

Apenas assenti.

O meu pai pegou em algumas armas e eu peguei no meu arco e flecha. Peguei também em duas facas e coloquei-as dentro de cada uma das minhas botas.

-Amo-te muito minha flor-o meu pai falou beijando a minha testa-no três...um...dois...três...

Saímos do carro e eu corri um pouco na direção contrária à do meu pai e escondi-me atrás de uma árvore, já o meu pai foi em direção às criaturas.

Vi o meu pai dar luta conseguindo matar a primeira criatura, mas logo veio a segunda e a terceira. Percebi que o meu pai já não aguentava muito mais tempo, então, apontei o meu arco na direção de uma das criaturas e mirei bem. Respirei fundo e soltei a flecha.

Acertei em cheio naquela criatura e esta caiu para o lado jorrando sangue.

A criatura que lutava com o meu pai percebeu e logo atirou o meu pai para longe e olhou na minha direção.

-Merda...-falei assustada.

Vi a criatura vir na minha direção e eu tratei de subir na árvore mesmo a tempo que a criatura chegou aonde eu estava.

Senti lágrimas pelo meu rosto de tão assustada que eu estava, mas não podia desistir agora. Eu tinha de ajudar o meu pai.

Ouvi outro rosnado daquela enorme criatura e logo peguei noutra flecha e apontei na sua direção, mas eu estava tão nervosa que falhei. Peguei noutra flecha e mirei outra vez na sua direção e desta vez acertei, mas com toda aquela fúria a criatura conseguiu alcançar-me acertando-me com uma das suas patas na minha coxa arranhando fazendo-me cair da árvore e gritar de dor.

Chorei muito.

A criatura veio na minha direção, mas outra criatura apareceu, porém esta não me tentou atacar e sim lutou com a criatura que me magoou.

Peguei no arco ao meu lado e com alguma dificuldade corri até à beira do meu pai que estava desacordado e com um enorme corte no seu ombro do lado do coração.

-Pai...pai...-chorei abraçada ao seu corpo-por favor não me deixes.

Não sei como nem quando, mas segundos depois uma ambulância estava ali ao nosso lado.

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