Saí do quarto totalmente chateado, não só por Leonor se ter colocado em perigo, mas também comigo mesmo por ter falado com ela daquela maneira. Sei que não devia, mas quando reparei já o tinha dito.
Bufei passando as mãos pelos cabelos enquanto descia as escadas até à sala de estar onde encontrei a minha família.
Sentei-me no sofá pensativo enquanto via os meus três filhos às gargalhadas o que me fez sorrir também.
Não os posso perder nem à mãe deles. Não sei o que seria de mim se algo terrível lhes acontecesse.
-Vejo que a conversa não correu muito bem-olhei para o meu lado quando vi a minha mãe se sentar.
-Ela é tão teimosa-cruzei os braços.
-Ela sempre o foi-a minha mãe falou e ambos sorrimos-discutiram não foi?
-Talvez eu tenha dito algo que não devia-desviei o meu olhar até à televisão à minha frente.
Contei à minha mãe o que lhe dissera e ela fez cara feia.
-Não disseste isso Gustavo-a minha mãe olhou para mim desaprovando-é claro que Leonor iria ficar chateada, eu também ficaria no lugar dela.
-O que mais poderia eu fazer para que ela percebesse que eu me preocupo com ela, não quero que ela se magoe.
-Eu sei disso meu querido-a minha mãe assentiu-mas a Leonor é uma mulher sensível sempre foi e agora está grávida o que a torna ainda mais sensível-a minha mãe pensou em algo-e agora tem esta questão da Ana ter reaparecido o que a deixa ainda mais confusa e magoada.
Eu apenas assenti e olhei para a minha mãe pensativa.
-E como tu estás?-perguntei.
-Estou com medo-ela confessou.
-Que o Davi encontre a mulher que ele pensara estar morta?-perguntei.
-Eu sei que Davi me ama-ela sorriu-só tenho medo que vos magoem.
-Isso não vai acontecer mãe-peguei na sua mão e beijei a sua testa-eu prometo proteger-vos.
Ela apenas concordou sorrindo.
O jantar terminou e eu pedi à minha mãe que cuidasse de Maria enquanto eu iria tentar resolver as coisas com a minha mulher, que não descera para jantar.
Entrei no quarto e fechei a porta reparando numa pequena luzinha vinda do pequeno abajur da mesinha de cabeceira, mas Leonor não se encontrava ali.
Ouvi barulho vindo da casa de banho e sorri quando a vi sair de lá.
Ela levantou a cabeça quando percebeu que não estava sozinha e desviou o seu olhar do meu.
-Podemos conversar?-tentei me aproximar dela.
-Estou cansada-ela deitou-se na cama.
Entendi a sua mensagem.
Entrei na casa de banho e tomei um banho e quando saí notei que Leonor já dormia descansada e tranquila.
Sorri.
Apaguei a luz do seu abajur e deitei-me ao seu lado. Cobri o seu corpo e fiz conchinha com ela. Beijei o seu pescoço e coloquei a minha mão por cima da sua na sua barriga.
(...)
Acordei no dia seguinte com movimento na cama e quando abri os meus olhos vi aquela maravilhosa mulher sentada encostada às almofadas enquanto mexia no seu telemóvel.

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Our Love
FantasiaDois jovens completamente diferentes, mas com uma única coisa em comum: a dor e o sofrimento de terem perdido pessoas importantes das suas vidas. Leonor era uma menina de apenas 17 anos que lutava contra a dor da morte da sua mãe durante seis longos...