-Por aqui meu querido?-olhei para trás quando saí do quarto de Leonor.
-Oi mãe-cocei a cabeça.
-Não me digas que já estavas com saudades da mãe e vieste-me ver?-ela riu da minha cara.
-Mãe...-revirei os olhos por ela estar a falar como se eu fosse uma criança.
-Ou vieste ver alguém?-ela levantou uma sobrancelha desconfiada.
-Vocês mulheres são todas chatas-bufei.
-Ai é?-ela cruzou os braços.
-Apesar disso, eu amo-te muito mãe-abracei-a e ambos rimos.
-Mas e então...foste ver a Leonor?-ela sorriu.
-Sim mãe, eu fui ver a mimada da Leonor-cruzei os braços.
-Fico muito contente que estejam a dar-se bem-ela sorriu.
-Não é bem assim mãe-bufei-eu só vim devolver algo que era dela mais nada-encolhi os ombros.
-Sei...-a minha mãe sorriu-tudo bem, mas mesmo assim vou dizer-te que a Leonor já pode ir para casa, eu vou cuidar pessoalmente dela-a minha mãe ganhou a minha atenção e eu acho que ela fez de propósito-não quero que ela passe tanto tempo dentro do hospital.
-Sim sim está bem-beijei a sua testa-mas agora tenho de tratar de coisas mais importantes. O Lourenzo espera-me para almoçar. Até logo mãezinha.
-Adeus filho e tenham juízo por favor-ela sorriu e então eu saí.
Virei costas e entrei no meu carro sorrindo com aquela novidade sobre a Leonor voltar para casa.
Eu fiquei realmente feliz com a notícia, mas só porque assim já tenho alguém para chatear e sem Leonor a casa parece estar mais vazia sem os dois a discutir um com o outro. Só isso.
Liguei o carro e parti para o restaurante em que eu e o meu melhor amigo marcamos de nos encontrar.
Assim que cheguei ao restaurante logo avistei Lourenzo e ri daquele palhaço.
-Otário-ri.
Caminhei até à mesa onde Lourenzo estava distraído a mexer no telemóvel e bati nas suas costas assustando-o.
-Vejam só quem chegou-ele falou pousando o telemóvel.
-Cheguei à hora combinada meu caro amigo-sentei-me e olhei para ele-a que se deve este almoço de última hora?
-Lobos exilados-ele olhou nos meus olhos vendo a minha reação.
-O que foi desta vez?-bufei.
-Descobri quem é o "chefe" dos exilados-olhei para o meu melhor amigo com mais atenção.
-Quem é?-perguntei já impaciente.
Lourenzo deu-me uma pequena capa com algumas folhas e eu peguei curioso por saber de quem se tratava.
-O nome Luís Simões diz-te alguma coisa?-Lourenzo falou ao mesmo tempo que eu abri a capa e os meus olhos se tornaram amarelos assim que eu vi aquela fotografia.
-Impossível-olhei para ele surpreso-ele...ele...o meu pai ganhou aquela briga e expulsou-o há muitos anos atrás, como é que ele voltou? Aliás, como é que ele se atreveu a aparecer de novo?
-Creio que com a morte do teu pai, ele queira tentar o seu lugar e...
-Isso nunca vai acontecer-dei um murro na mesa assustando as pessoas à nossa volta-eu mato-o se ele tentar alguma briga comigo.
-Ele é muito forte e demasiado inteligente Gustavo-Lourenzo falou sério-ele sabe como fazer as coisas e como chegar até ti, ele vai usar a tua mãe para chegar até ti.
-Nunca...-falei exaltado quando a nossa comida chegou, acho que Lourenzo já tinha feito os nossos pedidos antes de eu chegar-ele não se vai atrever a tentar tocar na minha mãe outra vez-falei furioso.
-Podemos reforçar os seguranças de tua casa e colocar seguranças para onde quer que a Constança vá-Lourenzo outra vez-pelo menos até encontrarmos onde ele fica escondido.
Bufei.
Eu não estava a gostar nada do rumo daquela conversa.
Luís Simões era um dos homens do meu pai quando eles ainda eram novos, mas quando o meu pai encontrou a sua companheira, a minha mãe, Luís virou outra pessoa.
Ele queria reivindicar a minha mãe para ele e tê-la como dele, mas o meu pai não deixou e lutou pela minha mãe. O meu pai e Luís tiveram uma briga feia e o meu pai quase perdeu, mas conseguiu dar a volta por cima e expulsou Luís da nossa alcateia. E agora que o meu pai morreu ele quer tentar ficar com o lugar de Alpha que é meu por direito.
A minha mãe vai ficar devastada quando souber. Aff...
Terminei de comer assim como Lourenzo e fiquei a pensar em tudo aquilo quando o meu melhor amigo falou.
-No meio disto tudo ainda tens um ponto a teu favor-olhei para ele confuso-a tua companheira.
-Mas eu não tenho companheira-olhei para ele ainda mais confuso.
-Exatamente-ele concordou-e é por não a teres encontrado que tens sorte, pois se já tivesses encontrado a tua companheira Luís iria atrás dela também.
Engoli em seco quando Leonor me veio aos meus pensamentos.
Abanei a cabeça para tirar aqueles estúpidos pensamentos.
-É, sorte a minha...-respirei fundo.
-A menos que já a tenhas encontrado-Lourenzo olhou para mim desconfiado.
-Claro que não-neguei.
E não era mentira, eu não a tinha encontrado ainda. Ainda não tinha sentido o seu cheiro de ligação a mim.
-É melhor irmos embora-falei me levantando e pagando o almoço dos dois-preciso de voltar para casa.
Lourenzo assentiu.
-Ligo-te se descobrir mais alguma coisa-Lourenzo despediu-se de mim e cada um foi para o seu carro.
Assim que entrei no carro, dei partida até casa e liguei para Davi e logo a seguir liguei para a minha mãe para irem imediatamente para casa. Eles fizeram algumas perguntas, mas eu não falei. Iria falar com eles assim que estivéssemos todos juntos.
Mais alguns minutos de carro e finalmente cheguei a casa onde entrei já encontrando a minha mãe e Davi a ajudarem Leonor a sentar no sofá.
Olhei para Leonor que fez cara feia quando se sentou. Ela estava naquela situação por causa daqueles imbecis dos exilados e eu matarei cada um deles que se atrever a atravessar o meu caminho.
Eles já magoaram demasiado a minha família e eu não permitirei que o façam de novo.

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Our Love
FantasyDois jovens completamente diferentes, mas com uma única coisa em comum: a dor e o sofrimento de terem perdido pessoas importantes das suas vidas. Leonor era uma menina de apenas 17 anos que lutava contra a dor da morte da sua mãe durante seis longos...