Saí de casa e logo entrei no meu carro e dei partida até àquela que um dia fora minha casa.
Pensei que depois de tudo o que se passara no passado que nunca mais voltaria àquele sítio, mas aqui estou eu mais uma vez.
Desliguei o carro e tirei o cinto. Respirei fundo e finalmente saí do carro encarando aquela casa mais uma vez.
Em pequenos passos aproximei-me da porta de entrada e tentei abrir, mas ela estava trancada, então toquei à campainha onde segundos depois uma mulher baixinha e de cabelos castanhos me abriu a porta e me deixou entrar.
Ela nada disse e eu também nada disse, era como se já esperassem por mim.
Olhei tudo à minha volta e notei que aquela casa já não me era familiar. Tudo estava diferente desde a última vez que aqui estivera.
-Filha?-sustive a respiração quando ouvi a sua voz.
Lentamente olhei para trás e logo senti as minhas lágrimas descerem pelo meu rosto quando a vi ali à minha frente.
-És mesmo tu?-solucei.
Ela apenas assentiu abrindo os seus braços.
Caminhei na sua direção ainda um pouco temerosa e logo a abracei.
Chorei como já não me lembrava chorar.
Era a minha mãe ali. Ela estava ali. Ela estava bem. Estava viva.
-Porquê?-solucei no seu ombro-como é que isto é possível? Onde andaste este tempo todo? Porque não me procuraste?
-Prometo responder-te a tudo filha-ela sorriu entre lágrimas também-vamos sentar-ela indicou o sofá e ambas sentamos.
Tentei controlar o choro com toda aquela emoção e limpei a minha cara soluçando.
Respirei fundo.
Levantei a cabeça quando senti os seus olhos em cima de mim e encarei aquela mulher à minha frente. Apesar de se notar que ela envelheceu, ela estava tão bem para a sua idade.
-Estás tão linda-ela sorriu-e adulta.
-Eu cresci-concordei.
-Como está o Davi?-ela olhou para mim sorrindo.
-Ele está ótimo-assenti sorrindo ao pensar no meu pai-ele sofreu muito com a tua...morte!?
-Não queria que as coisas fossem assim desta maneira-ela falou-mas não teve como ser diferente.
Eu apenas a ouvi.
-Estás quase a fazer 40 anos minha querida-senti a sua mão acariciar o meu rosto-faltam duas semanas meu Deus.
Eu apenas sorri com lágrimas nos olhos.
-Presumo que tenhas marido e filhos, não?-ela sorriu fazendo-me sorrir-será que tenho netos?
-Três-sorri deixando escapar uma lágrima à qual logo tratei de a limpar.
-Não serão quatro brevemente?-ela levantou uma sobrancelha e olhou para a minha barriga de pequenos quatro meses-consigo ouvir outro coração bater para além do teu.
Concordei.
-E o teu marido?-ela perguntou.
-O que tem?-mordi o lábio.
-Quem é?-ela perguntou curiosa e empolgada.
Engoli em seco.
-Ficarias surpresa se eu te dissesse quem era-levantei-me e andei de um lado para o outro até à minha mãe parar à minha frente.

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Our Love
FantasyDois jovens completamente diferentes, mas com uma única coisa em comum: a dor e o sofrimento de terem perdido pessoas importantes das suas vidas. Leonor era uma menina de apenas 17 anos que lutava contra a dor da morte da sua mãe durante seis longos...