19-Leonor Almeida

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Abri os meus olhos muito lentamente e fiz cara feia quando senti algumas dores na minha barriga.

Respirei fundo e sentei-me na cama com alguma dificuldade e assim que o fiz a porta do meu quarto abriu-se revelando Constança com um tabuleiro de comida.

-Como te sentes?-ela entrou pousando o tabuleiro em cima da cama.

-Com muitas dores e muito enjoada-queixei-me.

-Trouxe-te uma sopa para acalmares o estômago-Constança colocou o tabuleiro à minha frente-e quanto às dores é normal, mas assim que comeres tudo eu dar-te-ei algo para as dores.

Comi a sopa muito devagar para que me caísse bem no estômago e enquanto comia olhava para Constança de vez em quando e ela não parecia estar muito bem. Ela estava muito pensativa, parecia estar a debater-se com ela mesma como se quisesse fazer alguma coisa, mas algo a impedisse de o fazer.

-Estás bem Constança?-comi a última colher de sopa.

Ela olhou para mim ainda um pouco pensativa e depois assentiu.

-Sim...-ela suspirou.

-Sei que não estás-falei-tem haver com aquele homem que Gustavo falou?

Vi Constança fechar os olhos e respirar fundo. Ela levantou-se da cama e andou até à janela do quarto observando a lua lá no alto.

Não insisti mais com ela.

Aquele ainda era um assunto delicado para Constança e eu não queria magoá-la ainda mais.


Alguns dia depois...

Faziam três dias que tinha retirado aquela ligadura chata da minha barriga e já conseguia comer sem vomitar a seguir. As dores? Essas eu já não tinha, o que me restava era uma pequena quase invisível cicatriz.

Acabei de calçar os meus sapatos e logo saí do meu quarto em direção à cozinha.

Eu hoje acordei cheia de fome e estava capaz de comer tudo o que me aparecesse à frente.

Entrei na sala de jantar encontrando somente Gustavo a tomar o seu pequeno almoço.

Bufei.

-Bom dia-falei sentando-me no meu sítio.

-Bom dia-ele respondeu seco.

Comecei a comer e que bem que me estava a saber toda aquela comida.

-Há quanto tempo não comes?-Gustavo estava com uma cara surpresa.

-Desde ontem-encolhi os ombros.

-Comendo assim desse jeito vais acabar por rebolar-ele riu da minha cara-vais parecer uma bola.

-Ah ah ah que piada-revirei os olhos-estou com fome só isso.

-Nota-se-ele riu.

-A Constança e o meu pai ainda não desceram?-perguntei.

-Eles já desceram, já comeram e já saíram-ele falou encolhendo os ombros-eles andam meios estranhos os dois.

-Eu já reparei-falei me lembrando-agora tenho de ir-falei me levantando da mesa.

Subi as escadas a correr e fui pelo corredor interdito e logo entrei naquela sala misteriosa.

Sorri assim que entrei e dei de caras com aquele arco e flecha de outro mundo.

Afastei-me e segui até às prateleiras cheias de livros, tirei um e comecei a ler o que nele estava escrito.

Passei a manhã toda dentro daquela sala e pude ler alguns livros que por sinal até eram interessantes.

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