5-Gustavo Paganni

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Assim que chegamos ao hospital eu e Lourenzo fomos diretos à área administrativa para analisar quantas foram as entradas de pessoas feridas dos ataques, já a minha mãe foi na direção oposta à nossa.

Bufei quando uma das administrativas começou a contar o número de vítimas.

-Isso não pode ser real-bati com a mão na mesa-conte outra vez.

-Gustavo-Lourenzo olhou para mim.

Aquela mulher à minha frente contou de novo e os números não mudaram.

-Conte de novo..-ordenei mais uma vez.

-Não é por contares outra e outra vez que os números das vítimas vão baixar.

-Mas...

-Esquece Gustavo-Lourenzo falou aborrecido-temos é de nos apressar a acabar com tudo isto.

-Certo-assenti.

Eu e Lourenzo saímos dali e encontramos com a minha mãe na recepção do hospital, que estava a falar com uma das recepcionistas.

-Ainda bem que vos encontro meus queridos-a minha mãe estava sorridente.

Olhei para a minha mãe e notei que ela estava mais alegre do que quando viemos para o hospital ainda há pouco.

-O que se passa?-perguntei.

-Preciso que vão a um sítio buscar um carro e o levem para casa-ela falou assinando umas folhas.

-Carro?-olhei confuso-que carro é esse? E de quem é esse carro?

-Dois humanos foram atacados esta manhã e deram entrada no hospital feridos-a minha mãe deixou as folhas de lado e falou um pouco mais baixo para só nós ouvirmos-e acontece que eles já podem voltar para casa, mas ainda estão em fase de recuperação e como eles estavam a fugir ainda não tem uma casa para se instalarem, por isso...

-Eu não acredito que tu...-olhei para a minha mãe-tu...mãe? Tu ofereceste a nossa casa?

-Exatamente-ela falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo-e não estou aberta a discussões.

-Não podes fazer isso-passei as mãos pelos cabelos-eles são humanos-sussurrei-eles podem nos descobrir e...

-Constança?-fomos interrompidos por uma voz doce.

Bufei.

-Olá minha querida-a minha mãe sorriu.

Passei as mãos pelos cabelos e muito lentamente olhei para trás na direção daquela voz e arregalei os olhos quando a vi. Aqueles seus olhos, eu conhecia-os.

Ela era a mesma menina que eu vira na fotografia de um dos ataques que saiu nas notícias.

Ela era a porra de uma menina linda. O seu ar doce e angelical fizeram o meu lobo ficar um pouco alterado e agitado.

-E agora...? Já concordas com a ideia de os receber em vossa casa?-Lourenzo riu batendo nas minhas costas-ela é realmente linda. Que idade ela terá?

-Não te perguntei nada-tirei o seu braço dos meus ombros e olhei para a minha mãe aborrecido-espero não me vir a arrepender disto.

-Não irás-ela sorriu abraçando aquela menina.

Os seus olhos direcionaram-se para mim e vi as suas bochechas ficaram um pouco vermelhas. Aquilo deixava-a um tanto sexy e atraente.

-Leonor estes são o Gustavo, o meu filho e o seu melhor amigo Lourenzo-a minha mãe sorriu-e esta menina linda é a Leonor.

-Prazer em conhecer-vos-ela falou.

-O prazer será todo nosso-Lourenzo falou todo sorridente.

-Olá-falei seco.

Não gostava de dar muita confiança a pessoas que me eram totalmente desconhecidas e não era por ela ter uma carinha de anjo que ía mudar.

-Nós temos de ir mãe...-falei já farto de estar ali-temos trabalho a fazer, lembras? Queres que te leve para casa e...

-Não meu querido-ela falou-eu vou ficar aqui mais um pouco e logo irei para casa com a Leonor e o seu pai.

-Mãe...-olhei para ela.

-Está tudo bem Gustavo-ela olhou para mim e sorriu com carinho.

-Tudo bem-assenti derrotado.

A minha mãe era a única mulher que me conseguia convencer e mudar de ideias e no que depender de mim, será a única.

Lourenzo despediu-se das duas e eu despedi-me da minha mãe. Olhei somente para Leonor e virei costas saindo apressado do hospital.

-Que absurdo-falei já entrando no carro.

-A falar sozinho meu amigo?-Lourenzo estava com cara de riso.

-Se voltares a abrir essa tua boca, eu juro que te bato-arranquei com o carro.

Dirigi até ao local onde ouve o ataque e encontramos o carro deles, mas também encontramos os corpos de três lobos a uns metros.

-Mas o que é que aconteceu aqui?-perguntei assim que saí do carro e andei em pequenos passos até a uma das criaturas que logo identifiquei como lobos exilados.

-Eles lutaram até ao fim-Lourenzo falou-estes humanos são duros de roer.

-Eles mataram dos nossos Lourenzo.

-Não Gustavo, os exilados não são dos nossos, lembras? Exilados são nossos inimigos-ele falou totalmente chateado.

-É a mesma coisa-bufei-se eles conseguiram matar três criaturas de uma vez como os poderei abrigar dentro de minha casa?-olhei para o meu melhor amigo que olhava outra criatura-se eles descobrirem o que nós somos, o que achas que farão a seguir? Tomar chá connosco? Eles irão matar-nos sem pensar duas vezes.

-Estás a ser muito dramático para o Alpha altivo e forte que sempre foste e...

-Tenho de proteger a minha mãe, tu sabes que não a posso perder-Lourenzo olhou na minha direção-já perdi o meu pai.

-Não sei porquê, mas acredito que não terás de te preocupar com eles-ele encolheu os ombros.

-Como podes ter tanta certeza assim?-revirei os olhos-sexto sentido de mulher?-ri da sua cara.

-Queres sentir o meu sexto sentido na tua cara?-ele levantou uma sobrancelha e ambos rimos.

-É melhor irmos-falei-levas o carro até minha casa?-falei sobre o carro dos humanos.

-Sim chefe-ele riu e entramos cada um num carro.

Partimos até minha casa e logo entramos pelos grandes portões . Andamos pelo pequeno caminho com jardim cuidado de um lado e do outro e, então, chegamos em frente à casa. Parámos os carros e entramos.

Chamei alguns dos seguranças da casa e ordenei que retirassem tudo o que nos denunciava como sendo lobos. A seguir convoquei uma pequena reunião com todos os funcionários da casa e expliquei-lhes a situação. Tudo tinha de sair como esperado. Nenhum deles nos podia expor, teríamos de nos comportar como uns simples humanos e nada de transformações em plena luz do dia e à noite só o poderiam fazer quando já não estivessem aqui na casa.

-E como faremos nas noites de lua cheia?-uma das cozinheiras falou.

-Nesses dias todos os funcionários estarão dispensados dos seus afazeres à exceção dos seguranças-olhei para cada um deles ali à minha frente-nessas noites os seguranças irão fazer as rondas no perímetro exterior da casa.

Todos assentiram e, então, liberei-os para que voltassem aos seus afazeres.

-Tomaste a atitude correta meu amigo-Lourenzo falou.

-Espero que sim-respirei fundo.

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