42-Leonor Almeida

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Por momentos pensei que o meu pai iria surtar por causa do meu envolvimento com o Gustavo, mas tudo o que ele me disse foi que nos apoiava em tudo o que precisássemos e que ficava muito feliz por nós, apesar de ainda não acreditar que eu já era uma adulta. Já para não falar que me deu na cabeça dizendo para eu ter muito juízo e não o colocar em trabalhos com bebés ao qual eu ri e disse que não iria acontecer, pelo menos tão cedo. Ainda quero ir para a universidade, me licenciar em medicina e aproveitar um pouco mais da minha juventude antes de me tornar mãe.

-Posso?-levantei a cabeça quando saí da casa de banho e vi Constança entrar no meu quarto sorridente.

-Claro-assenti.

-Tenho uma novidade para te contar-ela falou empolgada enquanto se sentava na minha cama e eu me sentei ao seu lado.

-O que é?-olhei para ela também curiosa.

-A nossa alcateia tem uma das melhores universidades e acabaram de sair a lista dos vários cursos existentes nela, alguns dos cursos ainda tem vagas e eu pensei que talvez te quisesses candidatar para o curso de medicina-ela sorriu fazendo-me sorrir-o curso de medicina é um dos cursos que ainda tem vagas, por isso se te apressares a concorrer pode ser que vás a tempo.

-Foi nessa universidade que tiraste o teu curso de medicina e te tornaste médica?-olhei para ela que sorriu.

-Sim-ela assentiu-pensei que quisesses, mas se não for isso que tu queres tudo bem, eu posso ver outra universidade se quiseres e...

-Não, essa está ótima mãe...-sorri pegando no papel que Constança trazia nas mãos a falar sobre os cursos.

Eu olhava para o papel, mas na verdade não estava a prestar atenção no que nele dizia, pois eu só queria esquecer o que acabara de acontecer. Já é a segunda vez que chamo a Constança de mãe esta semana espontaneamente. Não sei o que se anda a passar comigo para tratá-la assim.

O certo é que ela nem deve perceber, pois ela nunca me disse nada nem nunca me chamou à atenção ou ficou chateada comigo, por isso é que acho que ela não ouviu e se calhar é melhor assim.

Nós agora estamos bem, não precisamos que algo estrague a nossa amizade.

Levantei a cabeça e olhei nos seus olhos e notei que ela sorriu para mim pensativa e eu sorri de volta.

-Ajudas-me a fazer a candidatura?-pedi.

-Será um prazer meu amor-ela concordou-mas primeiro teremos de tratar da tua coroação.

-Tem mesmo de ser?-fiz cara feia.

Não queria nada ter que me apresentar para toda a alcateia em frente de pessoas que nunca vira na minha vida. Para não falar que eu sou muito envergonhada a falar em frente a muita gente e também fico com muito medo que algo corra mal.

-Eu vou estar sempre ao teu lado Leonor-Constança pegou na minha mão sorrindo-não te vou deixar nem um momento sozinha, sim? Eu vou-te guiar sempre e sempre estarei ao teu lado.

-E se eu errar em alguma coisa?-olhei para ela.

-Não deixarei que isso te aconteça-ela assegurou-me-olha vou contar-te uma coisa.

Constança virou-se de frente para mim pegando nas minhas mãos e sorriu.

-No dia da minha coroação eu também estava muito nervosa, sabes? Eu tinha descoberto há pouco tempo que também era um lobo...não sabia como se comportava um lobo muito menos uma Luna-ela sorriu lembrando-se de algo-eu só sei que estive durante muitos dias nervosa, ficava atrapalhada com qualquer coisa, mas no dia da coroação tudo correu bem-ela riu-eu na altura ainda estava chateada com a minha mãe, mas nesse dia ela ajudou-me a não errar e a seguir todos os passos e não errei nenhum.

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