Capítulo doze

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Gwyneth

O tecido do vestido brincava entre as pernas da ninfa. Sua respiração estava descompassada e seu peito faltava quase rasgar sua roupa.

Eles desciam as escadas que davam acesso à Biblioteca. As paredes eram em um tom azulado e tinham corrimões nos dois sentidos. Haviam pregadas nas paredes castiçais com velas que nunca apagavam.

Gwyn ia na frente, conduzindo o grupo. Emerie caminhava quieta no meio e Azriel ficou para atrás. Sua silhueta projetava uma sombra no chão. Essa sombra era imponente, andava de forma graciosa, parecendo ser descolada do corpo enorme do illyriano.

Quando, finalmente chegaram na porta, Gwyneth travou com a mão na maçaneta.

Não conseguia entender o porquê, porém seu coração acelerou mais ainda e seu cérebro gritava para que ela desse meia volta. Ela já tinha se entregado tanto, para simplesmente, aparecer aqui com a cara lavada.

Uma voz grave surgiu do seu lado, e ela tomou um susto quando viu a proximidade de Azriel.

- Você nos fez descer até aqui. Vai desistir agora? - sussurrou.

Gwyn conseguiu identificar que a fala dele foi maldosa ou não.

Ela tinha feito um grande circo para chegar aqui, e iria desistir? Não.

Não, isso não iria acontecer.

Num ímpeto, ela abriu a porta, fazendo o metal das trancas rangerem.

- Bem vindos à Biblioteca! - falou com um sorriso tímido no rosto.

*

Gwyneth tentava não rir da forma que Emerie reagia a cada estímulo do lugar. Os olhos da illyriana cintilaram ao ver as estantes que chegavam ao teto.

As velas eram as mesmas que as das escadarias. Eram colocadas em grandes lustres de prata, espalhados por toda extensão.

Eles caminharam até a sala da Clotho. Os corredores pareciam todos iguais, mas com o tempo Gwyn decorou o caminho.

A porta era igual as outras, com uma identificação dourada presa. Era de uma cor carvalho original.

Gwyneth bateu fraco.

Nenhum som veio do cômodo.

- Talvez ela não esteja aqui.

- Talvez ela não tenha te escutado. - retrucou o Encantador de Sombras.

Gwyn voltou a bater, mais forte dessa vez.

A silhueta pequena da sacerdotisa surgiu na porta. Seus olhos estavam com rodelas roxas devido o sono e sua face transparecia cansaço. Ela usava uma capa que cobria quase toda seu rosto.

Clotho fez uma cara de surpresa ao ver a ninfa. Seus olhos escorregaram para atrás dela. A fêmea cumprimentou Azriel com a cabeça e encarou Emie. Ela voltou seu olhar para a ruiva, com dúvida estampada.

- É sobre isso que eu queria falar com você.

A sacerdotisa chamou as meninas para dentro, saindo para falar com o macho. Ela encostou a porta, deixando as duas sentadas.

Emerie observou discretamente a sala. Clotho era um exemplo de sacerdotisa e cumpria seu cargo a rigor, exercendo a modéstia em cada aspecto da sua vida. Seu local de trabalho exalava isso. Tinha estantes cheia de pastas, uma mesa, três cadeiras, um símbolo de proteção e só.

Gwyn lembrava de compará-la com a sala de Merril. O cômodo tinha uma lousa imensa, repleta das mais diversas teorias sobre o que ela estudava, era um caos ordenado.

- O que você acha que eles estão conversando?

- Provavelmente, Azriel está nos destruindo para ela. - Gwyneth deu um falso sorriso tranquilizador.

A atenção dela foi chamada quando a ninfa sentiu a mão esquia de Clotho em seu ombro. Ela deu um pequeno pulo de susto e teve que desviar o olhar da amiga, pois Emie segurava o riso.

A própria sacerdotisa parecia ter achado engraçado. Ela tirou o capuz da capa com os dedos deformados. Os cabelos pretos profundos da fêmea estavam presos. Se ela não fosse feérica, Gwyn arriscaria que ela teria por volta de trinta anos.

- Eu sabia que não deveria falar. Mas foi por um motivo maior. Eu conheci essa illyriana quando comecei a treinar e... ela se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu não iria conseguir manter segredo sobre uns ponto tão... marcante da minha vida. - explicou sem demora nenhuma, deixando a fêmea confusa.

Clotho não se mexeu, não demonstrou nenhuma expressão, o que fez o coração de Gwyneth palpitar.

- Porém não foi por nada. - interrompeu Emerie. - Nós - Gwyn, Azriel, Nestha, Morrigan e eu - descobrimos uma coisa muito interessante.

Com certeza Emie estava usando alguma técnica de vendedor, pois ela fez a simples pesquisa das marcas como uma descoberta que poderia salvar a vida conhecida.

Um papel flutuou e uma pena rabuscou-o rapidamente. E o que vocês querem com isso?

- Nós descobrimos um indício de onde poderia estar mais provas da nossa hipótese.

- Isso poderia ajudar Merril com os portais, já que há relatos de que essas Marcas podem abrir lascas no espaço e teletransportar uma grande quantidade de pessoas por uma grande distância.

Repito a minha pergunta. E o que vocês querem com isso?

- Essa Biblioteca é a fonte mais próxima para a nossa pesquisa. E para a troca de ideias.

- Nós queremos que a senhora nos dê uma procuração para que a gente possa usar os livros daqui.

A sacerdotisa escorreu na cadeira. A pena se moveu de forma preguiçosa. Todo esse discurso foi para pedir que vocês possam descer aqui?

- Sim - disseram juntas.

Podem ficar à vontade. Mas vocês vão ter que avisar caso peguem algum livro. Eu não entendo muito sobre isso, se reportem a Merril.

Assim que elas terminaram de ler, Clotho fez sinal com as mãos para que elas saíssem.

As duas agradeceram muito e estavam quase saindo quando Gwyn parou na porta. Ela virou somente a cabeça e apoiou a mão no beiral.

- Eu senti sua falta. - falou baixo.

*****

Oioioi tudo bem? Como vocês estão?

O que vocês acham dessa fase provocação?

Quais as teorias de vocês em relação aos portais?

Se cuidem, beijinhos💙

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora