Capítulo quarenta e oito

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Gwyneth

Gwyn se despediu de Helion, que ainda ria do jogo que eles participaram. O sono já estava a dominar. O macho era incrivelmente agradável, deixando o ambiente mais leve.

Os sapatos da ninfa se arrastaram durante o caminho, o sol baixava preguiçosamente. Iria conversar com Emerie. Pelo amor da Mãe, as duas eram adultas, tinham a sua própria vida, porém, pelo menos a ensinaria a trancar uma porta.

Ela começava a reconhecer os corredores, se acostumando com a residência.

Quando se aproximou dos quartos, ouviu vozes femininas e masculinas falando. A mais grave estava embargada, afetada, igual a um grunhido de animal. Gwyneth reconhecia a sonoridade, eram Morrigan e Azriel, discutindo. A sacerdotisa engoliu em seco, pensando nas suas ações. Decidiu sair calada, deixando os dois sozinhos. Ela não conseguiria ajudar, então iria atrapalhar.

Lentamente, virou-se, caminhando para ir ao quarto pelo outro lado.

O piso denunciava cada passo. Inclusive os que não eram dela. Passadas lentas foram ouvidas ao seu redor, mas procurando, não viu ninguém.

Gwyneth... sussurrou uma voz, a mesma que lhe chamara anteriormente.

Ela engoliu em seco, tentando arranjar uma saída. Porém seu mundo havia ficado mudo, oco, como se estivesse debaixo d'água.

Gwyneth. Gwyneth. Gwyneth.

Continuou perturbando. Ela era uma valquíria, não seria uma alma penada que iria atrapalhar o seu descanso.

Gwyn andou, mudando as direções conforme elas lhe falavam. Rapidamente chegou a escada, desceu segurando o corrimão gelado.

Uma voz mais grossa gritou no andar, contudo, o que era mais uma no meio da multidão.

Os sapatos roçavam o chão, lhe entregando sua estrada. O portão já estava aberto, logo não foi difícil o acesso a rua. Os degraus deram entrada para a cidade. Os feéricos eram manchas que passavam pelos lados dos olhos. A respiração era a única coisa que ela conseguia escutar, o vácuo dos sons fazia com que se sentisse desprotegida.

Gwyneth... sussurrou, fazendo-a virar a direção. O sol já havia se posto, alguns encarregados acendiam tochas pelos bairros, e algumas casas acendiam as velas, mas os pés da ninfa se comportavam como se soubesse o caminho. Reconheceu para onde ia, o edifício mostrava o seu teto por cima das residências.

A ninfa reclamaria da quantidade de rampas e escadas que existem nesta corte com Helion, mesmo com um treinamento, seus pulmões estavam quase caindo quando chegou na frente da biblioteca. O oco saiu de sua cabeça assim que ela pisou no chão do lugar. Estava vazio, apenas tendo os guardas que rondavam observando as sacerdotisas. Nenhum estudioso. Nenhum livro sobre as mesas.

Por mais silenciosa que tentasse ser, seus passos ainda ressoavam pelo ambiente.

- Gwyneth - uma voz feminina chamou nas suas costas.

A ruiva deu um pulinho de susto, ficando em posição de ataque. A fêmea que falou era Julki, que arregalou os olhos e se afastou, vendo que Gwyn estava prestes a partir para cima.

- Tudo bem? - perguntou, olhando-a por completo.

- Um dia ruim - explicou baixinho, num tom envergonhado.

Parando para admirá-la, percebeu que a morena estava com bolsas roxas de sono ao redor dos lumes. Estava com uma vestimenta diferente, calças e uma blusa que a davam mobilidade.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora