Capítulo vinte e um

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Espero que curtam a leitura💙

Azriel

O Encantador de Sombras estava no apartamento dele. Ele havia chegado faziam alguns dias, tinha se acomodado novamente e se acostumado com a casa. A residência ficava em Velaris e foi um presente que Rhysand deu a ele assim que o apresentou a cidade.

Azriel estava de pé olhando o seu closet.

Não se considerava excêntrico, porém sua coleção de roupas era um pouquinho grande. Ele tinha um cômodo repleto dos conjuntos mais distintos.

Claro, a maioria eram pretas, mas tinham variações. E as roupas que Morrigan havia o dado de presente. Az queria colocar fogo naquelas peças horríveis, porém Mor cobrava dele a cada ano para mostrá-los.

Azriel pegou um monte de ternos e colocou-os nos braços. O aniversário do seu sobrinho seria no fim de semana e ele não tinha separado nada para usar. Já estava vestindo uma das suas escolhas.

Ele saiu do local, abrindo uma porta que o ligava com seu quarto. Ao entrar, o Encantador tomou um susto.

Como uma musa posando para uma pintura, Cassian estava estirado na cama dele. O illyriano estava deitado de lado, com uma das mãos apoiando a cabeça.

- Você demora para se arrumar, não é, princesinha? Eu estou aqui faz tempo. Inclusive, acho que está faltando uma corzinha nessa roupa.

- Por que você não vai à merda, Cassian?

- Porque eu vim te ajudar a escolher sua roupa. - falou como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

Azriel se controlou para não enfiar todos aqueles tecidos na goela do irmão.

- Quando você vai crescer e como caralhos você conseguiu entrar aqui? Esse era para ser meu lugar de paz, sabia?

- Primeiro lugar, você só é pouco centímetros maior que eu. Segundo, nosso irmão é o Grão-senhor, eu subornei o porteiro. E terceiro, ter sua família com você não é o paraíso?

- Quer que eu responda?

Cassian fez cara de choque. Az o ignorou. Ele era bom em fazer isso, ignorava o amigo com muita frequência.

Azriel colocou os ternos com cuidado sobre a poltrona. Todos eles eram pretos, sendo diferente somente nos cortes.

- O que você fez durante esse tempo fugido?

- Eu não fugi. E eu fui para os acampamentos illyrianos.

- Não fugiu mas também não apareceu lá em casa para supervisionar as valquírias.

O Encantador de Sombras não havia contado para Cass sobre sua investida em Gwyn. Ele já era um adulto e não precisava se gabar a cada flerte que fazia. E claro, os ouvidos do irmão não aguentariam tanta falação.

- Já escolheu a sua? - perguntou Az enquanto esticava uma peça para analisá-la melhor.

Normalmente eles usavam alguma coisa parecia. Preto com as cores de seus sifões. Mas quando a festa era em família a vergonha era liberada.

- Eu vou com uma gravata vermelha. Nestha vai usar vermelho e nós queríamos estar combinando.

Azriel desviou a visão da roupa e olhou para o irmão.

- E você como uma boa cadela vai usar uma coleira igual? - falou segurando o riso.

- Você só pensa assim porque não tem uma fêmea para chamar de sua.

Az parou de rir e virou a cara.

Suas sombras pareciam ter sossegado por um tempo. Elas nem debochavam mais da cara dele. Assim que ele chegou em casa deixou-as de castigo, mandando uma para cada canto de Prythian.

Azriel encarou novamente o amigo.

- Agora seja sincero, Cassian. Por que você veio aqui?

Ele suspirou, saindo da posição "musa" para de barriga para cima.

- Nestha saiu com as valquírias para comprar os vestidos e eu pensei de o porquê delas fazerem isso juntas. Aí eu vim aqui para testar.

- Você está me fazendo de cobaia?

- Sim.

Azriel cerrou os olhos.

- Talvez elas comprem roupas juntas porque elas se gostem.

Cassian torceu o nariz e saiu do quarto fazendo drama. Antes do illyriano cruzar a porta, Az jogou um travesseiro que quase o acertou.

Ele sabia que o irmão iria assaltar sua geladeira e que quando fosse ver o estrago seria perda total.

Ele revirou os olhos e se encarou no espelho. Talvez usava aquele terno mesmo.

Azriel se virou para a parte das gravatas. Ele as analisou, vendo qual combinaria mais com a peça.

Passou as mãos pelos tecidos, parando em uma específica. Uma gravata azul escura, ele tirou-a do cabide.

- Eu já encontrei a minha roupa - gritou para o irmão.

As sombras o rodearam, parecendo celebrar a escolha.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora