Capítulo quarenta e nove

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Azriel

A palma repleta de cicatrizes acariciaram o ombro da ninfa. Ele pode ver os dedos finos enlaçados e afundados na pele do monstrengo.

O odor podre exalava do bicho que estava imobilizado pelas sombras. As manchas não estavam nem um pouco dispostas a serem amigáveis e pediam uma ordem de ataque.

Os olhos de Gwyneth arregalaram.

- Sou eu - sussurrou.

Lentamente, a ruiva saiu de cima, continuando calada.

O som que saiu da garganta do Encantador foi gutural, as sombras rodearam a coisa como um furacão, sumindo com ela em segundos.

- Para onde foi? - perguntou Gwyn.

- Para muito longe.

- Se você quiser - disse Helion - Nós resolvemos esse problema.

- Não. Aconteceu com um integrante da minha corte. Eu termino essa história.

Gwyneth finalmente olhou para trás, vendo que os machos se espremiam no pequeno corredor. A imundície pintava em cada canto em seu corpo delicado. Um rastro de sangue escorria em sua bochecha. Instintivamente, Az o limpou com o dedo. Ela respirou fundo, enfiando sua cara no peitoral.

- Quer ir embora? - sussurrou no ouvido da ninfa.

- Já viemos tão longe para abandonar no meio caminho? - disse baixinho.

- Acho bom vocês se decidirem, porque já estou começando a ficar sufocado. - reclamou o Grão-senhor.

Azriel a encarou, pela Mãe, se houvesse algum vestígio de dúvida, ele iria arrastá-la para fora. Mas a sacerdotisa inflou o peito e segurou firme o seu ombro, tampando o machucado.

- Vamos logo, não aguento mais aqui.

*

Helion caminhava como se soubesse a estrada, comportando-se assim durante todo o percurso. Ele os guiava, levando uma pequena tocha nos mãos. Gwyn mancava, apoiando as palmas nas paredes sebosas. Seus ferimentos haviam sido superficiais e um vergão surgia em seu pescoço, aumentando a raiva do Encantador. Ele andava com as asas encolhidas, nas costas, marcando as costas da ninfa. Sua mente jazia acesa para qualquer detalhe, pronto para pegar a adaga.

O corredor estava perto do fim, uma pequena luz escapava. O Grão- Senhor passou os dedos no cabelo ondulado preto. Mexeu na pedra entalhada com o mesmo estilo da anterior. O barulho de coisas pesada sendo arrastada soou firme e Az puxou a cintura da sacerdotisa para si.

- Sabia desse caminho? - perguntou Gwyneth.

- Não. Antes de ser uma biblioteca era um templo. Todas elas. Então a maioria dos esconderijos somente as sacerdotisas conhecem. Mas não achei que a passagem estivesse liberada. Os soldados não deviam saber sobre ela. Não eram daqui. - respondeu.

Azriel agradeceu internamente a burrice dos guardas. O cheiro de ferro exalou pelo ambiente e o cômodo ampliou-se. Finalmente podendo esticar seus músculos. O odor de umidade e de bolor encheu o nariz e teve que se controlar para não ter uma crise de espirro. Gwyn deu uma fundada e torceu a cara. A garganta do macho se fechou e ele começou a tossir. O ar era denso, quase irrespirável.

- Será que a destruição afetou o feitiço? - Helion disse retoricamente.

O Encantador de Sombras explorava com cuidado, deixando suas subordinadas irem na frente. As negras entraram pelos corredores fechados de estantes decadentes. As madeiras podres exalavam e era visível que se existisse mais uma força elas desabariam. As paredes eram destacadas com um verde lodo Az censurou as manchas para que se mantivessem próximas, mas semelhantes a criança teimosas, elas o ignoraram e escorreram a diante. As sobrancelhas do illyriano se juntaram quando, de repente, elas desapareceram. Ele chamou, porém apenas uma voltou, a mesma xereta que o perturbava.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora