Capítulo cinquenta e cinco

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Se vocês gostarem, votem e comentem, me ajuda muito.

Azriel

O Encantador atravessou para Velaris torcendo o nariz. Não estava com ciúmes - longe disso - mas o illyriano que estava cobrindo as valquírias era muito petulante. Peito estufado, cabelo mal cortado e ameaçando os clientes.

Pior era a reação da ninfa, "não preciso de um guarda-costas, Azriel" , como se ele estivesse se portando como um.

As escadas da casa da Corte dos Sonhos foram curtas até o seu objetivo, a porta deixava escapar as luzes e o som de conversas. Abriu-a, revelando a cena que, mesmo sendo nova, parecia tão familiar em sua mente; os pesos que ele nem sabia que carregava saíram de seus ombros.

Feyre vestia um vestido confortável, sentada no grande sofá, aninhada com as irmãs. Amren e Varian namoravam no divã, enrolados em um cobertor. Os dois illyrianos falavam frente a frente, nas poltronas designadas ao trio. Na última cadeira, que deveria estar livre, se espreguiçava Lucien, ouvindo atentamente ao que brigavam os outros.

Azriel bateu os pés na soleira, limpando os sapatos e chamando a atenção.

Cassian levantou a cabeça, dando um sorriso travesso e pula em sua direção. Rhys também levanta, porém civilizadamente, e o cumprimentou.

- Pensei que havia esquecido o caminho de casa. - reclamou.

- Fui dar uma folga de vocês.

O Grão-Senhor levantou as sobrancelhas. 

- E voltou com a língua fiada.

Ele deu uma sequência de tapinhas nas costas.

Morrigan apareceu, saindo da cozinha com uma garrafa de vinho. Ela deu um riso de coleguismo, que foi correspondido, como uma promessa silenciosa.

- Se sente - falou Cass, o empurrando pela cintura, alegre pelo regresso do irmão.

Lucien os encarou, com os olhos - um natural e um mecânico - e sem dizer nada saiu da poltrona, deixando o lugar acolchoado, para respirar um "ar puro". Pode notar os olhares de soslaio das duas archeron mais novas seguindo-o.

A cadeira estava quente, mas a postura do Encantador era em pouco respeitosa. Precisava ficar em paz, da forma que queria, pelo menos uma vez em algumas semanas. 

Cassian parecia grudado no illyriano, com o braço em cima dos seus ombros.

Quando Rhys se distraiu, discutindo com Feyre sobre alguns acontecimentos, Az pode sentir a voz de Cass em seu ouvido.

- Podemos conversar depois?

Antes dele responder, foi interrompido pelo Grão-Senhor.

- Morrigan já me entregou os relatórios, e os seus?

- Sabe que eu prefiro contar sozinho. - argumentou.

- Ela já nos contou sobre o daglan. - disse.

- Mas Mor não estava lá.

- Então comece a falar logo, nós estamos ansiosos. - chiou Feyre.

Azriel explicou sobre a situação, como a ninfa escutou e foi atrás do bicho. As expressões de Nestha se fecharam quando ele lhe explanou a forma que ele encontrou a ruiva machucada.

- Você matou o daglan, não é?

- Ele fugiu como fumaça, e isso é outro ponto. Bem, eu pude ver a perseguição entre o monstro e uma sombra minha, como se eu fosse a sombra.

- Estranho. - sussurrou Rhysand.

- Gwyneth está melhor?

- Sim, boa parte das feridas já cicatrizaram.

- E a Emie? Não quis ir lá de imediato para deixá-las descansar.

Morrigan abaixou os olhos, encarando o copo de vinho.

- Ela está bem. Menos preocupada porque a loja está sendo cuidada pelo Fy...

- Pelo Fydell. Eu sei.

Naquele momento a conversa já havia se dispersado, e apenas ele e a valquíria ainda prestavam atenção.

- Conhecem ele há muito tempo?

- Tempo o bastante. Ele era amigo de Emerie, depois virou nosso.

Azriel torceu o nariz e pode notar que Ness arqueou a sobrancelha. Desviou, não querendo conversa. O maxilar dele ainda estava trincado quando Rhysand muda de assunto.

Reparou na Archeron. Os olhos estavam fundos e o nariz mais pontudo. Parecia que ela estava abatida.

Encostou novamente no ouvido do  irmão.

- A Nestha está diferente.

- É sobre isso que eu quero falar.

Ao olhar a face de Cassian pode notar que ele aparentava estar aflito.

Escapando as vistas, viu que Morrigan ainda continuava pensativa. Chamou-lhe a atenção, apontando a cabeça para o jardim. Ela concordou. Os dois inventaram uma desculpa de ver a paisagem e saíram do grupo.

O corredor estava iluminado. Os passos soavam até a sala de fora.

- O que aconteceu? - perguntou, colocando as mãos atrás das costas, andando despreteosamente.

- Nada demais.

- Não minta. De uma fêmea que caminhava saltitando pela corte diurna, você está bem triste.

- Não sei.... não sei o que faço com Emerie.

- Você quer fazer algo?

A expressão da grã-feérica se contorceu em confusão.

- Sendo sincera, não faço a menor ideia. Eu... gosto de conversar, de ficar com ela. Mas sinto que não vale muito arriscar.

- Arriscar o quê? Nós sabemos que qualquer um que arranje problema com um do Círculo, arruma confusão com todos. Não iriam ousar.

Ela sorriu tímida. Os dedos se mexiam nervosos, maquinando. A cara melancólica foi transformada para a travessa.

- E você e Gwyneth? - perguntou.

- Não faço ideia do que está falando.

- Cínico. Não aja como se não sentisse o cheiro de excitação de vocês dois quando estão juntos.

- Perdão, Morrigan, mas acho que está confundindo as pessoas. A última pessoa que exalava excitação está nesse jardim e não sou eu. - inclinou a sobrancelha, fazendo referência ao último encontro que eles tiveram, vendo a grã-feérica e a illyriana.

- De agora para o final da noite mando cortar a sua língua. - ameaçou, girando a taça de bebida antes de entorná-la inteira. - Vou repor, trate de não se envolver em confusão - brincou.

****

Tudo bem com vocês, meus amores?

Me perdoem a qualidade desse capítulo porque tive que fazer a OBMEP e os últimos dois neurônios pensantes que eu tinha morreram lá.

Uma boa semana, se cuidem <3

Até a próxima!

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora