Capítulo trinta e nove

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Azriel

- O que aconteceu? - Gwyn olhou para baixo.

Ela mexia as mãos, como sempre fazia quando estava nervosa.

- Eu não te vi de manhã. - disse com uma voz trêmula.

Azriel franziu a sobrancelha, não entendendo o que a ninfa queria. Sem falar uma palavra ele pediu para que Gwyneth viesse para perto dele. Os passos foram lentamente até a borda da cama. Seu rosto estava inchado, com os olhos vermelhos. Ela tinha chorado.

Uma sensação gritou no interior do Encantador, não conseguia entender o porquê essa informação rasgava o seu peito.

- Se sente, Ruivinha - imperativo.

A sacerdotisa se acomodou no espaço entre as pernas dele, sentada no casulo. 

Ela parecia ter algo entalado, queria falar algo para ele. Uma das mãos grandes do macho enrolou-se, trazendo-a para seu tronco; a outra iniciou uma carícia devagar. Seus lumes se ligaram, encarando-se.

- Por que você não estava lá de manhã?

era o quarto dela.

E Az seriamente não sabia. Ele nunca passou muito tempo com as amantes. Não que categorizasse a ruiva como uma amante ou algo do tipo, mas, era inegável que ele não tinha ideia de como se comportar.

Nos seus séculos de vida, bebeu, fudeu e se divertiu sem nenhum dever de se relacionar. E nunca quis. Não iria mentir para si mesmo.

Azriel poderia culpar o pesadelo de Gwyn; dizer que era por causa daquilo. Porém, não seria. Negar aquela verdade era negar algo interior. Contudo, ele era covarde, e não estava disposto a ir atrás.

- Se lembra de algo de ontem a noite, Linda?

- Até nós dois dormimos juntos. - respondeu baixo.

- Você teve pesadelo. Disse que eles queriam te pegar. - O Encantador deu um beijo singelo na cabeça da companheira - Quem eram eles, Gwyneth? - perguntou, ainda com a cara enfiada no cabelo vermelho. 

Ela ficou calada, sua boca abriu e fechou várias vezes, sem sair nenhum som.

- Antes de adormecer, pensei em muitas coisas.

- Que coisas? - incentivou. 

Engolindo em seco, prosseguiu.

- Sobre o que fizemos. Ou o que quase fizemos. Não sei bem a terminologia. - brincou. - Eu tinha... Na verdade, eu tenho uma visão muito fechada sobre aquilo.

- Aquilo você quer dizer o que?

Ela respirou fundo, antes de falar, como se, até mesmo a palavra fosse proibida.

- Sobre sexo. - Gwyn começou a mexer nas unhas, arrancando as peles, desviando do olhar dele. -  Talvez para você que já é experiente... sábio... ancião na vida....

- Está me chamando de velho?

- Bom, tens uns anos a mais que eu certo? Continuando, antes que perca a linha de pensamento. - sorriu timidamente, formando rugas ao redor dos olhos. - Nós temos uma relação diferente com isso. Há pouco tempo atrás, se quer imaginava que eu fosse transar um dia. Mas tem coisas que não podemos controlar, né? - perguntou sem esperara resposta. Aquela conversa era mais para ela e Azriel entendia - Antes de ingressarmos na nossa carreira religiosa nós fazemos votos, que devemos seguir a vida toda. Carregamos objetos que nos relembram as nossa escolhas. Um deles é a Tiara da Noiva. Sei que o nome é estranho, porém entra no clima, está bem?

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora