Capítulo cinquenta

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Espero que gostem do capítulo, beijinhos 

Azriel

Gwyneth cambaleava até o quarto, após encher a barriga, a sacerdotisa não lhe perturbava. O recinto exalava cheiro de maresia, que lhe lembrava a ninfa de alguma forma. A roupa imunda ainda grudava no corpo dela; Azriel ofereceu-se para ajudá-la, mas com um sorriso de canto a fêmea negou, rebatendo a sua oferta. Agora o Encantador de Sombras estava sentado na cama macia, esperando-a sair do banho.

Ele levantou, não conseguindo ficar quieto. Por mais que várias horas já houvessem passado, a adrenalina continuava correndo por suas veias. Parou em frente ao enorme armário que ocupava uma parede inteira. Abriu as portas tentando não fazer barulho, parecia invadir a privacidade da feérica ao mexer em suas coisas, porém Gwyn não possuía muitas opções.

Peças de vestimentas; vestidos e casacos e mantas de inúmeras cores enchiam o móvel. Mais da metade eram típicas da Corte Diurna, presentes dados por Helion, o macho tinha certeza. Os dedos deformados contrastavam com os delicados tecidos. Escolheu uma camisola recatada, os vários machucados deviam doer por alguns dias, contudo, não mais que a consciência de Az. Ness iria querer matá-lo depois de descobrir que ele não a protegeu de novo.

Colocou-a na cortina da banheira, sem dizer nada. As luzes eram amareladas, deixando o ambiente com uma película visual agradável. As manchas negras apareceram novamente; as sombras finalmente voltaram após o sumiço do monstrengo. Ele ainda tinha que conversar com Helion, para reconhecer a pintura. Devia ser uma grande coincidência do destino ou a Mãe lhe pregando peças, mas aparecer uma criatura de aparência igual a de um desenho de milhares de anos atrás.

Engoliu em seco quando a ruiva saiu da salinha. O corpo embalado em uma toalha de algodão branca, os pés descalços e vários ferimentos visíveis. Ele abriu espaço, mostrando um local para ela se acomodar. Gwyneth não se importou em mostrar as curvas ao vestir a roupa.

- Tem uma caixinha de primeiro-socorros na parte de baixo do guarda-roupas.

Pegou-a, calado, tirando todos os itens de seu interior. Algumas faixas de gaze, linhas e agulhas para costurar boa parte dos machucados; limpou as bordas, pôs os fios no buraco do metal.

- Quer algo para amenizar?

- Não, quero estar bem ciente para ver aquela puta agonizar.

*

Eles foram até o quarto de Azriel para se prepararem para a sessão. Uma manta preta fina cobria as curvas da ninfa até os calcanhares.

- Acho que não é exatamente a roupa mais adequada para uma tortura, Gwyneth.

- Espero que ela veja que estou bem.

A ruiva havia passado um dia inteiro se recompondo. O Encantador não se contrapôs, deixar Julki marinando na sujeira era muito tentador. Sem precisar falar nada, eles dormiram juntos, sem qualquer atividade maliciosa. Ele não queria admitir, mas se sentiu mais seguro ao cheirar o perfume da sacerdotisa a noite toda.

Az prendeu um punhal no coldrié que estava amarrado em seu peito. Ele assegurou que todas estivessem bem presas. Gostava de ter tudo à mão quando trabalhava.

- O que ela lhe falou? Enquanto vocês brigavam - explicou.

- Que a Mãe iria adorar ver meu sangue escorrer. Dramático, não é?

- E levemente traíra. Você dedicou a vida toda a ela.

Gwyn bufou uma risada. Os olhos petróleos escorreram pela extensão do Encantador. O macho sorriu convencido; satisfeito pela análise.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora