Capítulo cinquenta e sete

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Azriel

O Encantador havia acordado tarde, ficado pouco tempo com os amigos na mansão e se dirigiu para seu apartamento.

Fez seus alogamentos na sala de estar, olhando a paisagem de Velaris. Os feéricos andavam normalmente pelas ruas, crianças saltitando e, se ele forçasse a vista, conseguiria ver o beco dos artistas.

Seus ossos estralavam, as asas imploravam por adrenalina e por ventania. E ele daria isso a elas.

Foi para o seu quarto, pisando descalço no porcelanato gelado. Abriu a porta da varanda, subiu no beiral e se jogou.

Suas sombras o seguiram, desafiando a gravidade. Levantou uma nuvem de poeira, surgindo no meio da mancha marrom. As membranas se esticaram, lutando contra a pressão.

"O tempo passa rápido quando você se diverte."

Azriel aproveitou a solitude para pensar.

Ele não tinha ideia de como se portar diante das situações que se apresentavam em sua vida. E os problemas que antes pareciam tão grandes foram resolvidos rapidamente.

O enorme encontro com Morrigan e Emerie não teve tanto impacto quanto teria alguns meses atrás; a rivalidade com Lucien aparentou ser mais infantil do que era antes.

Pela Mãe, ele não poderia esquecer que marcou de se encontrar com ele à noite. Não conseguia entender o que lhe dera esse estralo, mas não mudaria.

Azriel deveria estar lendo os livros que recolhera na Diurna, porém, depois de tantas semanas com a cara enfiada nos escritos sua visão começou a turvar, e ele a ficar com raiva de todas as letras.

Com certeza se ele procurasse iria encontrar algo. Já estava exausto de tanto procurar e não achar nada.

Parecia que até suas sombras tinham se cansado. A mais antiga não havia voltado desde o dia anterior.

O suor escorria por sua pele, dentro de suas roupas. O Encantador olhou ao seu redor, estava do outro lado da cidade, beirando os portos e a ligação para Prythian. As montanhas e a névoa típica da Corte Noturna se fazia presente. Era pouco visível a parte de baixo. Estava mais escuro que o normal, Azriel planou até pouco acima das árvores.

Suas sombras estavam agitadas, murmuravam para ele não ir.

Tocando nos galhos, percebeu que eles estavam mais secos. Os troncos aparentavam ser quebradiços, mesmo a área sendo ao lado de um grande rio.

Suas subordinadas se espalharam, vasculhando o espaço. Nada a vista, nem os bichos que sempre vagam por ali.

Desceu para explorar com cuidado, procurando um lugar vazio.

A "seca" não era coisa antiga, mas estava afetando muito. Talvez nós próximos meses de intensificasse e alastrasse. O Encantador não se lembrava de chuvas recentes. Quando se encontrasse com o irmão iria relatar o achado.

Xeretou por mais tempo, até que a luz solar começou a sumir. Estava ficando tarde e, mais uma vez, suas buscas não davam resultados.

Lembrando-se do compromisso e querendo sentir de novo o vento em sua face, Azriel voou até seu apartamento.

Ao chegar, ligou as luzes e iniciou a sua preparação.

*

O banho foi rápido. O Encantador queria mais tempo para escolher suas roupas. Azriel podia não ser tão excêntrico quanto Rhysand ou Cassian, contudo presava muito por sua aparência.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora