Capítulo cinco

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Azriel

O Encantador de Sombras estava com o coração a mil.

O barulho ao do lado de fora da Casa havia chamado sua atenção de imediato.

As mãos machucadas de Azriel apertaram o braço de Gwyn, puxando-a para trás dele, numa posição de defesa.

A sala estava a meia luz, como se a Casa quisesse deixar o ambiente tenebroso. Os passos se aproximaram.

Az cerrou os olhos quando dois corpos cruzaram a porta da sala. Os corpos em questão eram Nestha e Cassian aos beijos.

Gwyn abriu a boca chocada e o macho afastou o braço dela devagar processando a informação. Os membros de Azriel formigavam com o toque.

O casal notou a presença dos dois e se largaram. Os cabelos loiros de Nestha estavam desalinhados e o coque preto de Cass tinha alguns fios soltos. As bocas dos dois estavam vermelhas e inchadas.

— Oi. — disse Ness, arrumando a roupa.

— Oi — e foi a única coisa que Gwyn falou a noite toda para eles.

— O que vocês estão fazendo aqui? — perguntou Cassian.

— Nós estávamos conversando — explicou o Encantador, em poucas palavras. — Mas, bom, já está na nossa hora, não é?

Gwyneth balançou a cabeça em concordância.

A sacerdotisa apenas acenou para o casal que estava envergonhado e eles caminharam lentamente até o lado de fora. Depois de alcançarem a beirada da montanha, a ruiva olhou para ele e riu.

Riu tanto que ficou vermelha. Riu tanto que sua barriga doeu.

Azriel não soube o que fazer, ele parecia um poste olhando a cena.

Ela se contorcia e quando parou de gargalhar seus olhos estavam com lágrimas. Gwyn limpou com as costas da mãos e deu alguns soluços tentando se recuperar.

— Desculpa. Desculpa.

Os dentes brancos da ninfa combinavam com a composição que ela era. Os cabelos cobre com os olhos petróleo e as sardas espalhadas pelo rosto.

— Era questão de tempo. Você conhecer Nestha e Cassian e não os ver se beijando.

— Eu sei, mas... não podemos negar que a cena é chocante. — ela escondeu o riso com o braço.

— Para dizer o mínimo.

Eles ficaram quietos, se encarando até que o Encantador quebrou a linha de olhares. Ele não ficou desconfortável, longe disso, porém parecia que ele a estava deixando incomodada. Pelo menos era o que Az pensava.

— Bom... você vai querer ir agora?

— Novamente você me expulsando — falou a ruiva em tom de brincadeira. — Azriel... posso te chamar de Azriel?

— Me chame do que você preferir.

Ela apertou os olhos na direção dele.

— Karaokê das sombras, por que você fala com pausas?

— É para deixar mistério no ar. — disse ele com sarcasmo.

Gwyneth revirou os olhos.

— Se eu demorar mais Emerie me come viva.

E com isso, ele pegou-a nos braços. Delicadamente, passou a mão segurando as costas dela.

Com firmeza, eles se jogaram da montanha.

O vento bagunçava os cabelos e assustavam as sombras. O vácuo que suas asas faziam ao ir e voltar deixavam um barulho agradável aos ouvidos.

Os olhos da ninfa estavam fechados. Não por medo, mas para apreciar as sensações. Azriel admirou a cena. As pálpebras se mexendo, a boca meio aberta e os salpicos acobreados pela pele alva.

O corpo de Gwyn estava quente sob o vestido verde e também estava encostado no dele.

Az se viu obrigado a parar de pensar sobre Gwyneth quando eles chegaram na casa da moça.

Ele já havia estado várias vezes em frente da residência. Uma casa simples, mas muito bem cuidada.

A ninfa pousou os pés no chão e foi logo para a porta, bateu delicadamente e esperou ela ser aberta. De supetão, a imagem de Emerie com cara amassada surgiu e ela abraçou Gwyn, puxando-a para dentro como uma assombração.

Entre o aperto, ela tirou o rosto do corpo de Emie e gritou.

— Tchau, Karaokê das sombras!

Emerie finalmente pareceu notar a presença dele e acenou rapidamente e fechou a porta fazendo um barulho alto.

Azriel ficou alguns segundos raciocinando os acontecimentos. Ele caminhou para pegar impulso e voou alto. O mais alto que conseguiu.

O Encantador de Sombras demorou para ir à sua casa, em Velaris. Ele aproveitou o vento para ventilar as ideias.

Karaokê das Sombras, riu internamente. Gwyn era uma piada.

Finalmente ele sobrevoou a cidade das estrelas. Os pontinhos das luzes preenchiam sua visão e um cantinho de conforto também apareceu.

Azriel pousou na varanda de seu apartamento, uma cobertura de um prédio pequeno.

Ele passou a mão no cabelo negro e sentou no sofá.

O dia parecia ter sido mais longo.

Esticou as pernas e deitou a cabeça no estofado.

Agora ele poderia finalmente descansar.

***

Oioioi, desculpa pelo tempinho sem postar, mas esse capítulo foi um pouco mais longo.<3

Gostaram de um cap na visão do Az?

Obs 1: para quem não pegou Karaokê das sombras faz referência ao Azriel cantar pra controlar as sombras kkkkkkkkkkk

Beijinhos e até mais💙

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora