Capítulo quarenta e um

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Gwyneth

A ninfa saiu do quarto do Encantador com um sorriso enorme no rosto. Ela olhou o corredor, agradecendo que ninguém passava ali. Gwyn já havia decorado o caminho entre o seu dormitório e o dele.

Gwyneth sentiu suas bochechas corarem. Admirava a sua coragem, ou falta de noção, de ter pressionado Az. Não queria parecer carente, mas não gostaria de ser abandonada.

Porém, depois que os olhos castanhos do macho a devoraram, seu medo se dissipou.

Ela girou a maçaneta, se jogando na cama. Prendeu os cabelos em um coque, apenas para relaxar a cabeça.

A ruiva estava com dor de cabeça. Odiava ser acordada, ficava de mau-humor o dia todo. Mas, após Azriel sentir um pouco do veneno que ela estava destilando, o Encantador fez questão de amaciá-la até que saísse satisfeita.

Massegeou suas têmporas, tentando clarear a mente. Ele havia a despertado para lhe contar a descoberta. A ligação dos portais, com as marcas e os rituais eles já haviam feito, porém, colocá-las em um lugar era algo completamente diferente. O Calanmai tinha sua local próprio, o Yule não. Faltava quase um bimestre para chegar o festival e eles não tinham a menor ideia de por onde começar a procurar.

Continuou pensando no Yule. A sacerdotisa que cuidava dela e da irmã falava constantemente sobre a festa. Ela era muito mais velha, chegando a aparecer alguns fios grisalhos nos cabelos pretos. Sempre usava uma coroa de tranças, semelhante as que Ness utilizava.

Dilaylah era séria, presava pela organização e empenho das suas noviças. Ela era belíssima. Também era uma ninfa, um exemplo do que Gwyneth queria ser quando crescer.

Era um exemplo tão grande que Catelyn e ela não deixavam-a em paz, seguindo-a para todo o lado quando sua segunda cuidadora não as aguentava mais.

Dilaylah adorava caminhar nos lagos perto do templo. Fazia questão de usar as roupas típicas, batinas que se estendiam até o chão, as mangas era larga e longa como um sino, fazendo as mãos sumirem no tecido.

Lembrou-se de um desses passeios. Elas chegaram a uma linda lagoa, rodeada de árvores. Cate se separou logo das duas, correndo em direção à água e começando a brincar com as ondulações.

O céu estava tão azul quanto o lago; ele era cristalino, dando para ver dentro.

Gwyn sempre foi observadora, tímida, ficando quietinha perto da sacerdotisa.

Dalaylah molhou os pés supercialmente e se abaixou, enrolando o punho do vestido até o cotovelo, revelando o braço desnudo. A pele era branquela, de quem não via o sol há anos, mas não era isso que lhe chamou a atenção. Uma tatuagem preta azulada, em forma de caracol, com decorações ao redor.

- Quando fez isso, Laylah? - perguntou, com a voz igual um sussurro.

- Quando era mais nova.

Continuou perguntando, porém a ninfa não queria lhe falar nada. Gwyneth se irritou, e como uma criança determinada, para não dizer outra coisa, resistiu mais uma vez.

Após uma bufada raivosa, a morena olhou firme para a garota, que esperava com um sorriso satisfeito no rosto.

- Eu fiz quando participei do Yule, na minha época. - respondeu.

- Como era?

- Tinha bebida, muitas sacerdotisas e perto da Queda das Estrelas, o Sacerdote.

- Por que não fazem mais? O que acontecia? O que ele faz? Onde acontec...

- Uma pergunta de cada vez, Gwyn. - censurou - Era uma festa.

- Uma festa? O que tinha lá?

- Tinha... muitas coisas. - o olhar da ninfa estava longe, com um fantasma de sorriso na boca.

- Se tivesse, eu poderia participar? - perguntou, esperançosa.

- Não!

- Por que não?

- Porque... bem... Você ainda é muito pequena para isso. E não existem mais Sacerdotes.

Gwyneth deu um suspiro derrotado.

- Mas não se sabe quando outro poderia surgir, Gwyn. Um Sacerdote só pode nascer quando um está morto.

- Como ele morreu? - indagou.

- Mataram. Mexeu com o que não deveria. - disse, e a ruiva entendeu que era uma indireta para que ela parasse de xeretar.

Resolveu deixar a sacerdotisa em paz, indo na direção da irmã, que saltitava feliz na água.

Novamente uma marca estava envolvida com o festival, mas algo parecia estar faltando. E ela tinha noção de onde começar a procurar, para onde as provas estavam a levando.

O primeiro leque, o que os levaram até aquela Corte apontava a Biblioteca. E os livros que Helion selecionou para o Encantador veio da Biblioteca. Mesmo a Biblioteca Norte não existindo mais, existem outras. Assim como ela ouviu falar de coisas sobre, outros feéricos podem ter ouvido falar alguma vez sobre as marcas, ou sobre os portais. Vários outros feéricos se teleportam, não deve estar tão longe assim.

Contudo, Gwyneth não iria conseguir achar tudo sozinha. A ninfa deu um salto da cama, se arrumando.

Suas pernas tropeçaram uma nas outras pelo caminho até o quarto da amiga. Bateu na porta freneticamente e esperou ansiosa. Emerie abriu, com Morrigan atrás. A mão branca da loira saiu lentamente do ombro da illyriana.

Gwyn piscou calada, absorvendo a cena.

- Precisamos sair. - disse, caminhando para o quarto do Encantador.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora