Capítulo trinta e dois

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Gwyneth

Emerie ainda continuava com as dores, mas elas haviam amenizado. Gwyneth esperou a illyriana acordar para lhe contar o que ocorreu.

A face estava abatida, então a ninfa não lhe perturbou por muito tempo. Para não incomodar, puxou um colchão e colocou-o ao lado da cama. Gwyn não teve uma das melhores noites, pois a cada movimento da morena, se levantava para observá-la.

A madrugada foi longa e fria. A sacerdotisa ficou com insônia devido a preocupação. Sua respiração era muito barulhenta para o silêncio que tomava o ambiente; seus olhos pretos se transformaram em azul enquanto tentava ver algo no escuro.

Sua mente matutava sua conversa com Azriel. Claramente a mudança de cor de seus lumes eram um sinal de seu poder, mas não poderia ser somente isso. Era comum que crianças manifestassem sua magia quando colocadas em situações de emoções fortes, porém, com o amadurecimento, aprendem a controlá-la, e não ser controlado.

Não tinha nem ideia de como seria.

Esticou a mão, tocando o véu da escuridão, tendo os dedos abraçados pelas sombras da noite, e esses, sem medo, brincaram no ar. Sua visão focou na porta, em sua frente.

Se concentre. O vento falou em seu ouvido.

Apontou-a, imaginando uma força, como uma bola branca. Não era palpável, contudo era sentia, pressionando o corpo da feérica contra o colchão. Ela se desesperou, sentindo o rosto se molhar com lágrimas.

Mas Gwyneth não desistiu.

Sua respiração entre cortada atrapalhava sua concentração. As sobrancelhas vermelhas se juntaram, forçando algo dentro de Gwyn se quebrar; rachar, estilhaçar. O barulho foi interno, igual uma muralha se espatifando na terra.

A ninfa se sentou de supetão, era como se sua alma fosse mergulhada em um lago fundo e tirada rapidamente. A porta se escancarou imediatamente, chamando um vento que tocou a face dela com pressão.

Um flash piscou em sua cabeça. Não era mais noite. Ela não estava mais em casa. A sacerdotisa jazia em pé em um tranquilo rio, com água até a cintura. Usava suas vestes de sacerdotisa, uma roupa que não tirava do armário faziam décadas. Com cautela, tocou sua testa, sentindo o gelado da pedra de invocação. Em sua frente, percebia que ele se afinava e cortava duas montanhas, mostrando o caminho que deveria ser percorrido. Estava perto da beirada, podendo ver a grama verde clara contrastar com o azul do céu.

O sulco não era escavado; era feito pela natureza. Sua intuição gritava para que corresse por ele; que visse o que tinha no final.

Porém, antes que observasse mais detalhes, duas mãos fortes empurraram seus ombros, forçando para baixo, querendo-a afogar. A água cristalina não declarava quem era o culpado. Ela se debateu, esmurrou e os braços não a soltaram.

Quando Gwyneth estava perto de perder a consciência saiu do devaneio, voltando ao quarto escuro e silencioso. Novamente, com um solavanco se levantou. Respirava com dificuldade.

Aquilo foi um puta pesadelo.

Subiu os dedos para o pescoço, puxando o máximo de ar que conseguia.

Sua cabeça tentava se convencer que aquilo era alucinação, mas algo impedia.

Gwyn olhou para frente, com os olhos com do mar. A porta jazia aberta; arreganhada como se um feérico forte a arrombasse.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora