Capítulo dezessete

329 41 0
                                    

Se gostarem, votem e comentem💙

Gwyneth

A ninfa passou vinte minutos olhando para o teto depois de acordar.

Ela ainda refletia sobre os acontecidos da noite anterior. Não entendia o porquê somente a lembrança já fazia aquela corrente elétrica andar pelo corpo dela.

Ela escutou uma batida na porta. Gwyn colocou as pantufas e foi abrir. O chão de madeira rangiu e a luz atravessou a janela, iluminando o quarto todo.

Gwyneth abriu a porta e viu Nestha e Emerie do outro lado.

- Já está com fome?

*

A ruiva em minutos estava na cozinha, comendo o pão sem muitas regalias.

- Alguém mais acordou? - perguntou a ninfa.

- Não que eu percebi - disse Ness, dando uma grande mordida. - Deixei Cass babando no travesseiro.

Emerie riu enquanto bebia o café.

Elas comeram rapidamente.

Elas já estavam no final da refeição quando um barulho chamou a atenção delas. Eram passos vindo das escadas.

Um olhar brincalhão veio da Nestha direcionado para as meninas.

- Se escondam, vão.

Na cozinha tinha uma porta que levava para outra sala de jantar muito bem decorada. Elas correram para lá e se esmagaram para observar.

Azriel apareceu no cômodo com uma cara emburrada. Ele pegou os alimentos desesperado, como se estivesse em um apocalipse. Ele olhou ao redor, procurando algo. Depois dessa sequência, saiu.

As valquírias se encararam e sem dizer uma palavra decidiram segui-lo. As três fêmeas caminharam sem fazer som, vendo o macho colocar a mão na maçaneta.

- Azriel, onde você pensa que está indo? - a voz grave de Cassian soou, junto com o corpo forte descendo as escadas.

O Encantador virou o rosto com uma frustração palpável. Ele suspirou com derrota e esperou que o irmão falasse.

Cass, como o esperado, fez um drama digno de um ator. Depois de irritar o outro, ele subiu e pediu para que Azriel o esperasse.

*

- O seu namoradinho demora pra se arrumar, ein. - ironizou Emerie.

- Deve tá penteando o cabelo. - complementou Gwyn.

Elas se ajeitaram novamente, suas pernas estavam começando a latejar.

- Shiu.

Os passos de Cassian estavam sendo os mais barulhentos possíveis. Provavelmente ele estava fazendo de propósito, se deleitando do sofrimento alheio.

- Vamos? - sua voz tinha uma falsa inocência hilária.

Eles passaram pela porta (Azriel se arrastando e Cass saltindo como uma gazela).

Elas esperaram eles se afastarem, chega do perto da borda. As mulheres se encostaram na janela, observando a cena.

Cassian foi o primeiro a saltar, sumindo temporariamente e voltando como uma águia. Azriel olhou para trás e Gwyneth jurou que olhou para ela. Um gelo escorreu pela espinha dela e ela arrumou a postura.

Ele se jogou em seguida.

*

Elas já haviam desistido e sentado no chão. Gwyn e a loira estavam com uma posição triste e Emerie estava olhando as duas. Nestha bufou alto.

- E, de novo, eu estou sozinha em casa. - reclamou Nestha.

- Obrigada pela parte que me toca. - exclamou Emie.

- Não é isso. É que Cassian nunca está em casa. Ele sempre arruma alguma coisa fora para ficar e nunca está.

- Bom, sair daqui nós não vamos.

- Você duas estão carregadas com brutalidade hoje - sussurrou.

- Ruivinha está certa. Se vocês não vão sair, e eu não quero ficar sozinha, que tal nós juntarmos o útil ao agradável?

- O que você está sugerindo?

- Uma festa do pijama. - a voz da grã-feérica estava animada.

Gwyneth deu um sorriso, se lembrando da última festa do pijama. Ela não podia negar que havia sido relaxante, seu corpo sentia falta da água quente da banheira e dos unicórnios voadores.

Pelo os ocorridos, Gwyn necessitava, urgentemente, dessestressar.

- Até que não é má ideia - seu riso se transformou, com uma malícia inclusa.

*

As roupas da ruiva e da loira estavam sujas de comida. As duas, em algum momento entre o bolo e as joias falsas, decidiram fazer misturas culinárias.

O braço musculoso de Nestha estava doendo do tanto que ela havia mexido. As frutas tinham sido combinadas com os óleos e alguns temperos que Emerie havia trazido.

Gwyn e a amiga estavam discutindo no momento se deveriam ou não fritar a mistureba.

Emerie tinha descido alguns minutos antes, prevendo que sobraria para ela aquela gororoba. Ela estava no andar de baixo mais tempo que o necessário para pegar os petiscos.

- Prova, Ruivinha, o gosto é melhor que a aparência.

- Isso está horrível! - disse, fugindo da colherada.

- Só por que uma coisa é feia que ela precisa ser ruim, Gwyneth Beradara?

- Eu não acredito que você esteja andando para esse lado, Nestha Archeron. - imitou o tom da amiga.

Ness levantou a colher com aquela papa até a valquíria.

- Vem!

- Não! - gritou, se escondendo atrás da poltrona.

- O que está acontecendo? - Emie estava visivelmente confusa.

- Me salva - os pés da ninfa correram o mais rápido que conseguiram para as costas dela. - Ela quer me obrigar a comer isso.

Emerie olhou o rosto das duas.

- Que tal, assim, nenhuma de nós comermos isso.

- Eu voto nisso. Duas contra uma, Ness. Perdeu.

A grã-feérica revirou os olhos e se sentou.

- Quando nós descemos vamos fazer panquecas.

Gwyn concordou e se abaixou devagar, observando a amiga como se ela fosse um animal selvagem. A illyriana ignorou o clima de desconfiança entre as duas e começou a conversar com Nestha. Gwyneth escolheu não participar, apenas olhando as duas, depois de um tempo, sua mente começou a vagar.

Gwyneth havia fugido de Azriel. Ela tinha torcido para que ele não a visse de manhã, havia torcido para que não trombasse com ele.
Ela havia fugido dele e isso tinha a perturbado quando ela colocou a cabeça no travesseiro.

Sua mente tinha ficado mais fértil. Havia imaginado que a mão dele tinha subido mais do que seu punho.
Era provável que ele subisse mais se ela não tivesse o parado.
Ela imaginou o que ele poderia ter feito. Será que ele pararia por conta própria? Ou esperaria alguma ação dela?

Gwyneth não saberia. Gwyneth havia fugido.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora