Capítulo vinte

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Gwyneth

O fim de semana estava próximo e até o momento elas não tinham ido à costureira.

Tudo passou de forma corriqueira, elas treinaram o tempo todo e Gwyneth treinou mais do que todas. Ela precisava estravazar.

No momento a ninfa estava comendo o café com Nestha. Elas comiam rapidamente, esperando as gêmeas espiãs chegarem.

Gwyn confessava que ficou interessada nas espiãs. Elas pareciam ter muito o que falar. E com certeza ela perguntaria. Ness a contou que elas foram treinadas desde pequenas, que Azriel haviam recolhido elas das ruas da Corte Noturna.

Ela bebeu seu chá com cuidado, para não sujar seu vestido verde. Ele tinha um decote quadrado. Era simples.

De repente, surgiu as fêmeas.

As duas tomaram um susto, Gwyneth se engasgou com a bebida e Nestha começou a bater nas costas da amiga.

- Desculpe, é que... foi do nada.

Elas negaram com a cabeça, como se estivessem dizendo tudo bem.

Se Gwyn fosse tentar adivinhar que espécie elas eram seria difícil. Elas não tinham as orelhas feéricas, mas tinham poderes. Isso era certeza, pensou rindo.

- Nós já vamos? - perguntou Ness.

Os olhos da grã-feérica permaneceram na ninfa. Ela entendia o que Nestha estava pensando. Desde que Berdara pediu para que ela a levasse ao o "mundo exterior" a amiga ficou super protetora, no nível macho com uma fêmea grávida.

Na primeira semana em que ela tinha se mudado, a Lady foi a visitar todos os dias, passando a tarde e observando cada macho que chegasse perto da ninfa.

Gwyn entendia que era a forma dela de amar, mas ela se sentia um bebê. Ela tinha escolhido sair, aguentaria as consequências.

- Sim, nós vamos.

A Casa arrumou a mesa, fazendo sumir a comida. Uma das gêmeas perguntaram. "Podemos ir para fora. A magia só funciona lá"

As valquírias concordaram e cada uma pegou na mão de uma espiã.

- Como é o nome de vocês? - perguntou Gwyneth.

Ela estava andando como uma criança pequena indo passear.

- Eu sou Nuala e ela é a Cerridwen - disse a gêmea que segurava a mão dela.

- Quantos anos vocês têm?

- Definitivamente mais que você. - respondeu a outra.

Elas chegaram na borda da montanha.

- Se teleportar é mais fácil que voar. - brincou Nuala, antes de transformar as duas em sombras.

Gwyneth não concordou.

*

Nestha parecia em êxtase, ela dava pulinhos animados e quando Emerie abriu a porta a loira estava com um sorriso enorme.

Naquele dia o horário do expediente era menor, ficando disponível o resto da tarde.

Emie segurou a mão de Cerridwen. As gêmeas teletransportaram elas novamente até a fachada de uma grande loja. Uma loja enorme.

Elas comprariam os tecidos e fariam as medições, pegando os vestidos prontos na manhã do jantar.

Gwyneth perguntou a Nestha o porquê delas terem que encomendar as roupas. Ela sabia que aquele jantar exigia vestidos mais luxuosos, mas seria uma loucura querer fazer um em cima da hora.

Contudo ela lhe disse que as roupas deveriam ser únicas, de impacto. Que aquilo não seria somente um aniversário, elas poderiam usar aquilo para se aproximarem de Rhysand, mostrarem suas propostas.

O tom de voz da loira estava diferente. Como uma pessoa que faz artimanhas. Uma pessoa que ela não era.

As valquírias entraram na loja, agradecendo as gêmeas. Elas, por sua vez, somente acenaram a cabeça e desapareceram.

Os olhos de Ness brilharam quando ela viu a quantidade de tecido e de cores disponíveis. Ela havia marcado uma hora apenas para elas escolherem. Talvez usando uma carteirada, ela pediu para que eles fechassem a loja só para elas.

Um batalhão de funcionários se aproximaram e começaram a mostrar os tecidos. Emerie parecia perdida, atordoada com toda aquela atenção.

De imediato, os olhos de Gwyn bateram em uma peça. Ela caminhou, se distanciando do montante de pessoas. Do outro lado do salão, Nestha tocava no tecido que ela mostrava a Emerie.

Ela trouxe duas amostras opostas para perto do rosto da illyriana. A morena pediu ajuda com o olhar, mas a ninfa apenas riu.

Sua concentração foi tomada quando uma fêmea puxou o rolo de tecido.

- Interessada nesse? - ela tinha uma voz aguda chata. Era baixinha, batendo na barriga da ruiva.

- Eu gostaria de ver.

A feérica pegou um retalho e entregou.

- Veja como é macio.

Gwyneth imitou os movimentos que Nestha fizera. Passou os dedos sobre a superfície.

- É cetim. Uma peça pura.

Ela concordou, observando novamente a cor.

*

Nestha estava no palanque, sendo medida. A feérica passava a fita em várias curvas do corpo. A grã-feérica tinha tirado as roupas, ficando somente de sutiã e calcinha.

A fêmea olhava Gwyn mexer no tecido. A ninfa o encarava desde o recolheu meia hora antes. Elas já tinha escolhido a cor para o vestido da loira e da morena.

- Você escolheu sozinha esse daí?

- Sim.

- Sabe se é de qualidade?

Ela negou com a cabeça.

- Imagine que está vestida com ele. E a pessoa que você gosta está tirando. Se conseguir deixá-lo de pau duro só de te tocar é de qualidade.

- Você se lembra que eu sou uma sacerdotisa, não é, Nestha?

- Que eu saiba as sacerdotisas não fazem voto de castidade.

Emerie riu e Gwyn corou.

- Depois nós vamos escolher as joias para usar com os vestidos.

- Eu pego algo antigo meu.

- Também vou negar - respondeu Gwyneth, enquanto mexia no tecido azul escuro de cetim.

- Por que, Ruivinha?

- Eu tenho um colar que vai combinar com ele.

Através das suas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora