Capítulo 55

927 74 25
                                    

Capítulo 55: A própria mente.

"O sofrimento é uma escolha, a dor é inevitável."

Harry.

Acordar no silêncio depois de dias na maior das turbulências ainda me assustava. Era como um pesadelo, mas real. Eu não conseguia acordar, ao contrário, eu preferia dormir.

Ao olhar no relógio notei que ainda eram seis da manhã, Louis estava dormindo em meu peito tranquilamente, ele parecia estar cansado, e me disse que não estava dormindo tão bem por estar preocupado comigo. E bom, naquele momento ele estava dormindo muito bem, e seus braços repousava em meu abdômen, e sua respiração estava calma como se não estivesse nada para se preocupar.

Lindo, ele estava lindo como um verdadeiro deus da Grécia antiga. A pequena brecha de luz que entrava na janela, iluminava sua pele dourada e suas coxas fartas. Seus cabelos lisos caiam sobre sua testa, e sua boca formava um biquinho singelo avermelhado.

Van Gogh, Michelangelo ou Leonardo da Vinci que me perdoem, mas Louis Tomlinson, ganhava de todas as obras de arte que eles já fizeram ou pensaram em fazer.

Passava pela minha cabeça o tamanho da minha sorte em tê-lo comigo. Louis me ajudou no meu pior momento, ele estava lá, quando eu voltava a lucidez. Era flashes pequenos, mas em todos eu via ele, e ele me prometia que tudo iria ficar bem.

Eu tinha perdido o sono, e pelo horário ninguém estaria acordado em pleno sábado. 

Resolvi que queria fazer uma corrida matinal para organizar meus pensamentos, depois de quatro dias em tensão extrema, treinar me ajudou a não perder totalmente a cabeça e me manter no controle básico de mim.

Sky ainda dormia ao nossos pés, tentei chamar ele para me acompanhar, mas ele nem abriu os olhos, somente se encolheu mais perto do Louis. Então com todo cuidado do mundo, me levantei pé por pé, em grande silêncio para não acordá-los.

Coloquei um conjunto de moletom cinza, após levar bem o rosto com água gelada, mesmo o tempo em New Haven não estava sendo um dos melhores, o céu estava totalmente nublado e escuro. Vestindo o moletom, notei novamente as marcas avermelhadas no meu pulso, eu não me lembrava de como elas tinham ido parar ali. Mas Louis já tinha me contado. - E eu preferi não saber todos os detalhes.

Também pensei na possibilidade de chamar o Liam, nós costumávamos correr no colégio, mas fiquei sabendo que ele não estava em casa, e possivelmente estava em alguma casa de fraternidade esfriando a cabeça, após quase ser preso por minha culpa.

Escrevi um bilhete para Louis, avisando que eu iria correr apenas por precaução e sai.

Assim que coloquei os pés para fora do prédio, um vento gélido  soprou em meu rosto me fazendo arrepiar.

Eu não conseguia me lembrar de quase nada das passadas noventa e seis horas, eram apenas flashes fracos. Mas eu conseguia me recordar perfeitamente das dores. 

Dores fortes de cabeça, corpo fraco, tontura, e perda de consciência, era como se eu estivesse caindo em um buraco sem fundo e escuro.

Eu me perdi.

Eu me perdi. Me perdi em mim mesmo. Me perdi em mil pensamentos. Me perdi em várias lembranças. Vários labirintos que minha própria mente criou. Me perdi olhando as estrelas da varanda. Me perdi admirando minhas próprias fotos. Me perdi sonhando com meu sorriso. E me peguei me jogando de um precipício…

Eu estava tão cansado.

Era como se uma onda estivesse passando por mim, sem parar, ela me derrubava, e quando eu tentava levantar, ela me derrubava outra vez. Ela queria me afogar.

Arte dos seus olhos - LS ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora