Capítulo 75

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Capítulo 75: Terra da rainha

"Todas as mudanças começam com um plano."

Louis.

- Você me ama? Perguntou Alice. Não, não te amo! Respondeu o Coelho. Alice franziu a testa e juntou as mãos como fazia sempre que se sentia ferida. Vês?  Retorquiu o Coelho. Agora vais começar a perguntar-te o que te torna tão imperfeita e o que fizeste de mal para que eu não consiga amar-te pelo menos um pouco. Sabes, é por esta razão que não te posso amar. Nem sempre serás amada, Alice, haverá dias em que os outros estarão cansados e aborrecidos com a vida, terão a cabeça nas nuvens e irão magoar-te. Porque as pessoas são assim, de algum modo sempre acabam por ferir os sentimentos uns dos outros, seja por descuido, incompreensão ou conflitos consigo mesmos. Se tu não te amares, ao menos um pouco, se não crias uma couraça de amor próprio e de felicidade ao redor do teu coração, os débeis dissabores causados pelos outros tornar-se-ão letais e destruir-te-ão. A primeira vez que te vi fiz um pacto comigo mesmo: "Evitarei amar-te até aprenderes a amar-te a ti mesma! " - Harry estava contando a história da Alice no país das maravilhas, para as gêmeas, e os monstrinhos.

Nós estávamos na nossa casa em Nova York, tirando um descanso depois que a faculdade entrou em férias para as datas comemorativas do fim do ano.

O último mês tinha sido uma completa maluquice, eu nunca tinha ficado tão feliz por faltar três semestres para minha formação, Yale foi meu sonho de adolescente, e estava se tornando no meu pesadelo de adulto.

Eu adorava estudar, aprender sobre o que eu mais gostava de fazer na vida - Depois de transar. - Mas os últimos semestres estavam sendo muito corridos, e com o meu cargo nas empresas, e o trabalho na AID, eu já estava deixando de aproveitar o melhor da faculdade, que com toda certeza não era as provas e trabalhos.

Eu não estava indo nas festas de fraternidade, e nem curtia a sexta à noite. Ao contrário eu não via a hora de chegar o final de semana, para ficar o dia todo dormindo!

Depois do dia de ações de graça, tudo pareceu se encaixar, eu estava entregando os últimos trabalhos, enquanto Harry me cobria na empresa, e na semana que ele precisava entregar os trabalhos, eu cobria ele. 

Logo que entramos de férias, Harry já estava na última sessão de tratamentos do ano, ele se reencontrou com o grupo de pessoas que sofria de esquizofrenia, e juntos fizeram outros testes para a pesquisa do doutor Avery.

Claramente, depois que descobrimos seu QI, as pesquisas dele não batiam com a das outras pessoas, sem contar que tinha outros detalhes que faziam muita diferença na hora do resultado.

Harry, ao contrário das outras pessoas, tinha uma refeição toda programada, fazia exercícios todos os dias, regulava o sono, e tinha um disposição surpreendente. Ele trabalhava o cérebro a maior parte do dia. Já a maioria do seu grupo, não tinha a mesma sorte, eles sofriam ainda mais com a depressão, não se esforçavam e a metade já tinha desistido completamente, e aceitaram o fato de viver com a esquizofrenia para o resto de suas vidas.

O que para Harry era difícil, ele já tinha passado por aquilo, e sabiam o que eles sentiam, e por mais que ele tentasse ajudar, as pessoas tinham que querer ser ajudadas.

Então por aquele motivo, Harry se distraiu muito, e por opção o doutor Avery, retirou aquele tratamento em grupo do portfólio dele, deixando apenas os tratamentos individuais.

No começo nós achamos que não era necessário, mas depois que Avery explicou que se envolver com os pacientes não estava fazendo bem para o Harry, nós achamos melhor o afastar, pelo menos quando o assunto era o tratamento. Fora, Harry ainda conversava com algumas pessoas, mas nada muito íntimo, era apenas para saber se estava tudo bem, ou se eles precisavam de alguma ajuda financeira.

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